Capítulo 37

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- Acho que não temos nada pra conversar, Elena - Anastasia negou engolindo em seco - E estou muito ocupada neste momento. 
- Não tem problema. Posso esperar você ficar livre. - A loira rebateu dando de ombros. 
Sem graça, Ana deixou a porta aberta para que a mulher entrasse e foi apagar o fogo da panela. 
- Ei... O que está cozinhando aí? 
- Arroz com chocolate e batata frita. É para uma amiga que está grávida - A morena comentou tirando o avental. 
- Sei como é. Na minha gravidez do Fred tive cada desejo maluco. Certa vez, cheguei a comer até uma colher de cimento puro - Comentou entre gargalhadas, mas a pediatra ficou séria. 
- Acho melhor conversarmos logo de uma vez, Elena. E direto ao ponto! Sente-se, por favor. - Pediu caminhando até o sofá para se sentar também. 
- Obrigada - A loira se sentou. 
- O que quer?
- Conversar sobre o Christian. 
- Elena, já fiz tudo o que podia fazer. Quando você voltou, me afastei para que vocês tivessem a oportunidade de ficarem juntos como uma família deve ficar na minha concepção, que pode ser antiquada para muitos, mas essa sou eu. Mais que isso não posso fazer. 
- Anastasia, vou ser bem sincera com você - Elena avisou respirando fundo - Você já sentiu vontade de ser mãe? 
- Eu? Elena, um dos maiores sonhos da minha vida é ser mãe. Sempre quis ter uma família, uma família grande mesmo, com muitos filhos. - Os olhos da morena chegaram até a brilhar naquele momento - Mas isso não importa mais, não é? 
- Sempre quis ser mãe. Quando perdi meu pai, me senti a mais infeliz das criaturas. Fiquei sozinha no mundo porque quando ele era vivo, era só eu e ele. Mas não queria ficar sozinha e então, tive a ideia de ter um filho. Só que ter um filho na casa dos quarenta anos, é muito complicado. Você é médica e deve saber. Conhecer e casar com um homem naquela altura da minha vida podia não dar mais tempo e naquele momento, a melhor alternativa era ter um filho com o Christian mesmo. 
- Elena, você não precisa...
- Preciso sim - A loira insistiu - Quero fazer isso. - Suspirou novamente - Continuando... Christian era um galinha. Engravidar dele não seria difícil, não mesmo. Mas não queria prejudica-lo, precisava apenas engravidar dele e pronto. Seguiria com minha vida. 
- Então por quê você voltou? 
- Porque fiquei desempregada e com um filho pequeno pra cuidar. Mas não vou mentir para você, fiquei sim encantada quando reencontrei Christian. Afinal, apesar de galinha, ele é um homem lindo, inteligente, sedutor, tem um papo bacana. E o principal,  se tornou em tão pouco tempo um ótimo pai para o Fred. E sim, cheguei a dar em cima dele em alguns momentos. 
- Disso não tinha dúvidas. - Incomodada, Ana trincou o maxilar. 
- O que você não sabe é que Christian não me correspondeu em momento algum. Ele é apaixonado por você mesmo, Isabella. E está no limbo desde que você terminou com ele. Pra piorar, outro dia a mãe dele retornou depois de mais de vinte anos e ele está ainda mais triste, mais pra baixo do que nunca. 
- Eu sei de tudo isso, Elena. Tanto que estou o apoiando nesse momento difícil. Você quer que eu faça mais o quê?! 
- Volte para ele, Anastasia. E cresça. 
- Crescer? Está dizendo que sou imatura?
- Estou. Você é sim, imatura. 
- Você engravida de um homem sem a permissão dele e quer falar sobre maturidade comigo? É isso mesmo Elena? - Irônica, Ana se levantou. 
- Sim, isso mesmo. Você tem um homem lindo aos seus pés, que te ama, que mudou pelo seu amor e ao invés de ser feliz de uma vez, fica arrumando motivo para não ficarem juntos. Sei que o principal deles sou eu e é por isso que estou aqui. - Elena também se levantou - Quero te dizer que você não terá mais problemas comigo. Que não vou mais tentar prejudicar, interferir na relação de vocês. Que do Christian só quero a pensão e o amor que sei que ele sempre dará ao nosso filho. 
- É para eu te agradecer? - Ironizou de novo. 
- Não, só pra você pensar. E repensar no que está fazendo com sua vida e com a do Grey também. Pense bem, Ana. Pense. - Finalizou caminhando até a porta, dando meia volta e saindo do apartamento da jovem. 
[...]
- Ta vendo, Ana? A Elena não vai mais ser uma pedra no sapato de vocês. Desiste logo dessa viagem! - Leila pediu enquanto via a amiga começar a fazer as malas. 
- Essa casa vai ficar bem vazia, né? Sei lá, quando eu for só vai ficar você e meu irmão. - Ana ignorou o conselho de Leila - Vou sentir falta daqui e de tudo que vivemos juntas esse tempo todo. - Desabafou com os olhos marejados de lágrimas.
- Se vai sentir tanta falta, não vá embora então, oras. Quer saber? Você deve é estar sem graça de assumir que foi burra esse tempo todo, isso sim! Toma vergonha na cara e vá procurar o Christian de uma vez, mulher! - Kate sugeriu comendo um hamburguer e bebendo refrigerante sentada na cama da amiga - Argh...
- Que foi Kate? - Leila perguntou curiosa. 
- Ando cheia de gases - A loira fez uma careta - Opa, acho que tô fazendo xixi na calça. Mas eu não tava apertada... 
- NA MINHA CAMA, KATEA? AH, VÁ SE DANAR NÉ?! - Ana resmungou furiosa. 
- Gente, para com isso. Isso aí não é xixi, deve ser a bolsa da Kate que estourou. Nem parece que vocês duas são médicas. Eu hein?! - Revirou os olhos.  
- QUÊ?! - As duas arregalaram os olhos. 
- Céus, meu filho vai nascer agora?! Já? - Kate perguntou assustada. 
Imediatamente, Leila ajudou a amiga a se levantar enquanto Ana pegava a bolsa com as coisas do bebê. 
Em seguida, as três partiram rumo ao hospital. No caminho, ligaram para todos os amigos a fim de avisar o ocorrido. 
[...]
Elliot andava de um lado para o outro na sala onde os médicos costumavam ter algumas reuniões. 
- Céus, que parto demorado. Será que está tudo bem mesmo?! - O neurologista perguntou se abanando com as mãos, pois estava suando demais.
- Claro que está, Elliot. E nem está demorando tanto, estamos aqui há meia hora só. - Christian respondeu olhando seu relógio de pulso. 
- Cara, para de andar pra lá e pra cá. Já estou ficando vesgo aqui. - Jack reclamou. 
- E se o parto deu errado? E se a Kate tiver complicações? E se após o parto, ela entrou em coma e morrer? Como vou criar meu filho sozinho? Como vou conciliar o trabalho com um bebê? Vou ter que me demitir daqui e mudar de profissão. Gente, e agora?! - Cobriu o rosto entre as mãos. 
- Mano, para de viajar! A Ana está fazendo o parto e Ethan está ao lado dela como enfermeiro. Está tudo correndo bem, se qualquer coisa sair do controle nós seremos avisados. - Christian falou pondo a mão sob o ombro do irmão. 
- Tomara... - Elliot engoliu em seco quando Anastasia apareceu - E aí? Correu tudo bem? A Kate ta viva? 
- Que isso Elliot?! Mas é claro que está - Ana deu risada - Está tudo bem e apesar de vocês terem preferido não saber o sexo do bebê durante a gravidez, já aviso que vocês tiveram um lindo menino. Nasceu com três quilos e cinquenta e três centímetros. Um ótimo peso e tamanho para um menino, meus parabéns. - A morena avisou sorrindo e felizes, Elliot, Christian e Jack se abraçaram. 
[...]
- Elliot Junior é a minha cara, né pessoal? - O neurologista perguntou com o filho nos braços. 
Naquele momento, Elliot, Christian, Anastasia, Jack e Leila estavam no quarto de Kate no hospital, comemorando o nascimento da criança.
- Nosso filho não vai se chamar Elliot, okay? Elliot é um nome horrível. - Katherine respondeu fazendo uma careta - Vai se chamar Collin, como meu avô. 
- Collin parece "cola"! Meu filho não vai ter esse nome não! - O loiro rebateu revirando os olhos. 
- Decidimos depois, mas adianto que sempre consigo o que quero. - Katherine avisou pegando o filho de volta no colo - Apesar das nossas divergências quanto ao nome do bebê, tem uma coisa que Elliot e eu concordamos muito bem. 
- O que seria? - Ana indagou curiosa. 
- Sobre os padrinhos do nosso filho. - Kate e o loiro se entreolharam - Desta vez, queremos que Christian e Ana sejam nossos padrinhos.
- No próximo filho, Leila e Jack serão os padrinhos para compensar. - Elliot deixou claro, mas a loira fez sinal de negativo com a cabeça.
- Quem disse que irei parir outro filho, Elliot? - A cardiologista deu uma cotovelada no namorado e todos riram - No máximo, adotaremos uma criança bem grandinha já, que saiba se virar. 
- Nossa, nem sei o que dizer. Tô muito emocionada com essa missão de ser madrinha do bebê de vocês. - Ana disse com os olhos cheios de água. 
- Eu também. - Feliz, Christian abraçou Anastasia com carinho, emocionados por serem padrinhos do filho dos melhores amigos. 
[...]
- Christian? O que faz aqui? - Ana questionou ao vê-lo em sua sala na clínica - Pensei que já tinha ido embora, está tão tarde. 
- É que... - Ele se aproximou da morena - Fiquei emocionado com o nascimento do meu sobrinho. Sabe? 
- Eu também fiquei, ainda mais porque vou ser madrinha desse bebê. - A pediatra comentou guardando uma pilha de exames em uma pasta - De certa forma, esse vai ser nosso laço. 
- Como assim? - O moreno arqueou a sobrancelha. 
- O laço que vai nos unir pra sempre. Afinal, seremos padrinhos da mesma criança, é uma responsabilidade e tanto. Sabia? 
- Ana... É só esse laço que você quer ter comigo? - O ginecologista perguntou se aproximando ainda mais - Não quero só isso, quero muito mais de você. - Afirmou olhando-a nos olhos. 
Naquele instante, todo aquele fogo que os unia reacendeu de forma intensa. 
Tão forte que Christian não aguentou e puxou a amada pela cintura, lhe dando um beijo apaixonado nos lábios.  

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Vocês amam uma maratona, né?

Amanhã sai o penúltimo capítulo!

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