154° Capítulo

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Narração: Karen

Baile estava tão chatinho que me deu até vontade de ir embora. Vim com umas meninas daqui da favela, mas toda hora elas somem e me abandonam, enquanto Patrick está lá do outro lado jogando todas, curtindo como antes curtiamos... Nada a ver ele me ignorar assim por conta de um pessoal meu, eu hein. Não foi proposital ficar com o Leonel, fiquei por raiva e porque eu estava puta. Só por isso!! E se ainda rola é pelo dinheiro dele, não quero nada além disso.
Mentira!
Ele não me dava mole, só falei isso para não ficar por baixo e sem justificativa. Sei que o que fiz foi errado e não tem lógica alguma, mas já aconteceu e não tem como voltar atrás... A Cris, era maneirona comigo, só que eles não tem nenhum vínculo mais faz tempo, não precisam me julgar assim dessa forma também não, que exagero. Errei e reconheço, mas também não é assim...

A vida é engraçada sabe... Que quando eu ajudei a Cris, contando das piranhas que ele saia eu não fiz em troca de nada e muito menos por maldade, eu não sabia se o filho da Mônique era dele ou não, tanto que eu não disse que era dele, só disse que ela tinha filho e ela me interpretou mal e tomou visão errada, eu disse que a garota tinha filho, mas não garanti de quem era até porque eu nem sabia do real funcionamento. Tá tranquilo! Ela soube que não era dele e isso não iria fazer os dois voltarem porque ele errou do mesmo jeito traindo e ela tinha provas... Na época eu tive ranço dele e hoje desfruto do malote do sexo que ele tem... Quero distância!! Já sou sozinha na vida e sem a minha bi eu estou pior, sem as meninas, tô largada... Criamos um vinculo família e eu não sei ser sozinha mais.

Estava indo embora quando um segurança do Leonel me chamou.
— Chefe quer falar contigo, mando tu brotar ali no carro.
Karen: Tá bom.
Tu vai? Nem eu. Ainda mais que ele já está doidão, e para fazer uma loucura comigo pouco custa e não dá em nada pra ele, continuei seguindo o meu. Não compensa ter dinheiro e não ter felicidade, viver ao lado de um homem imprevisível, louco, sistemático e sem noção... Eu tô fora!

O carro parou do meu lado e pelo perfume eu já sabia quem era...
Leonel: Ô garota, eu num mandei tu ir lá no carro?
Karen: Eu ia em casa primeiro só tirar o salto, vou voltar. -minto.
Leonel: Hum, suave! Entra aí.
Cheia de medo, mas entrei, ele veio me puxando pelos cabelos e mordeu meu lábio que chegou a machucar, eu não disse nada. Quando eu menos esperei ele apontou a pistola na minha cabeça. Na hora eu me assustei.
Karen: Que isso cara, tá doido?
Leonel: Tu acha que me engana né?
Karen: Engano do que? Abaixa isso Léo. -Falo sem demonstrar medo.
Leonel: A Crislayne só me largou por culpa tua, se você não tivesse se juntado à ela, minha mulher hoje iria está grávida de mim mas você preferiu se meter na vida alheia, né? Destruir a vida dos outros.
Karen: Claro que não, você que errou trai... -Só senti a coronhada na minha nuca.
Leonel: Cala a boca filha da puta! Quer se meter na vida de vagabundo e sair intacta? Se fodeu, tu gosta de dinheiro tu né, o dinheiro te faz...
Karen: Por favor deixa eu descer!?
Leonel: Tu vai descer mas antes a gente vai ter uma conversinha. -Disse dando uma risada, com ar de malícia.

Ele deu um soco no meu olho que na hora eu não enxerguei nada, e daí foi só sequência, eu não tive nem reação, tentei pôr a mão pra me defender mas ele tirava batendo com a pistola nas costas da minha mão.
Leonel: Tira a mão sua filha da puta, achou mesmo sua traíra que ia passar batida? Hein?
Karen: Por favor, para com isso!! -Imploro- Isso faz tempo, eu não me meti na vida de vocês...

Ele me bateu muito, eu já não tinha nem força, estava fraquinha e sentia meu rosto latejar.
Leonel: Agora tu mete teu pé da minha favela, nunca mais tu brota aqui, nunca mais bota a cara na minha favela! Sua desgraçada! Tu escutou? Responde peste! -Esbravejou; me deu outra coronhada.
Ele ligou o carro e mandou eu descer, já dirigindo.
Leonel: Tá esperando o que pra descer? Mete o pé porra!!! -Berrou.
Eu não quis descer ele estava acelerando e freando, e eu não enxergava nada a minha vista estava turva.
Leonel: Rala vagabunda! Abre a porta e desce -Falou com o carro parado; abri a porta e ele acelerou e seguida me empurrou pra fora.

Bati com a cabeça no chão, fiquei toda ralada...
Que preço!
Que maldito!
Que Cara psicopata!
Que arrependimento, que ódio!!

Enxerguei com muito custo o Patrick correndo na minha direção.
Patrick: Mona... -Disse abismada- O que tu fez?
Karen: Nada...ele me bateu. -Contei chorando.
Patrick: Te bateu? Te desfigurou. Viada, eu te falei... Quem não escuta ditado, escuta coitado! Tá aí ó, o preço.

Se arrependimento matasse...

Submissos -Amor e Tráfico  💚🔫💑 CONCLUÍDA!Onde as histórias ganham vida. Descobre agora