20° Capítulo

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NARRAÇÃO: Leonel

Estava na favela próxima e eu estava com uma raiva fora do comum e para relaxar eu precisava fazer isso, descontar a raiva em alguma coisa.
💥💥
Aliviado!
Dei foi tiro pra caralho pro alto, claro, com consentimento do chefe, numa rajada só meu ódio aliviou. Por sorte era aniversário da mulher de um maluco lá segurança do homem e após os fogos que já tinham armado eu dei os tiros. Bagulho doido, que por um lado chego a achar engraçado.

Passei meia madrugada conversando com uns amigos e quando bateu o cansaço meu corpo só pedia a minha cama, o foda era  voltar pra casa... Decidi ir embora sim, mas por um outro caminho mais rápido e quando cheguei na pista fui parado pelos cana. Que azar!

—Desce, desce, desce. —Já me enquadraram apontando os fuzis, dois fuzis diretamente na minha cara, quando viram que eu estava sozinho baixaram a guarda— Documento do carro — Pediu— Está vindo de onde? — Perguntou um dos policiais, enquanto o outro revistavam o carro.

Fiz o que eles pediram e fiquei parado tranquilo fora do carro. Poucas vezes isso me acontecia, uma vez só na infra e o resto de boa mais aí já estava pixado em alguns batalhão.
Leonel: Do serviço. -Respondo rápido, encarando-o.
— Trabalha de quê? De chinelo? — questiona com sarcasmo.
Leonel: Trabalho meu senhor. -rebato rude, a voz engrossa sozinha quando o ódio sobe e eu bato de frente com esses cara.
Automaticamente me lançou um tapão na minha cara em cheio.
— Já está errado em dirigir de chinelo e quer meter o sete um aqui, seu marginal de merda! Tu acha que a gente não te conhece não? Hem?
Leonel: Não senhor! -muito puto o respondo.
— Aí, trabalhador — Zombou para o outro, rindo.
— Tá limpo o carro — Anunciou o da revista.
— Falou que é trabalhador ele, como se ninguém conhecesse esse um cinco sete de merda; qual foi o gato te arranhou?
Gargalhou na minha cara, provavelmente eram às marcas de unha que a maluca fez em mim.
Leonel: Saí dessa vida, sou outro homem agora. -Digo dando o braço a torcer, caindo na pilha deles e precisava falar.
— Amém igreja! Vai dizer que virou pastor? A mão de Deus pesa hein. — Eles tudo zombavam, tudo rindo— O que eu posso pedir pra tua esposa pra te libertar, vai pagar a coca-cola?
Leonel: Tenho dinheiro não senhor e nem mulher.
Sinto outro tapa.
— Se revistar teu celular e achar o número da... —Diz, meio que esquecendo; pensa olhando para cima- Da Cris né, vamos ligar pode ser? Se ela atender...
Leonel: Não senhor. -o interrompo, não deixando terminar de falar- Eu só quero chegar em casa na paz, só isso.
— Vamos liberar ele? Tá fodido mesmo, falido. —profere o mais tranquilo.
— Vai lá meu caro, ora por mim. — Desdenhou sarcástico, me entregando os documentos jogando em cima do capô.
Entrei no meu carro sem demonstrar meu estado, mas eu estava explodindo dentro e naquele momento só precisava sair dali. Assim que já estava bem distante fiquei com mais ódio ainda por ter levado na cara sem nem estar no erro.
VAI Ô FILHO DAS PUTA, A MÃO QUE VAI PESAR VAI SER A MINHA E QUANDO TIVER BEM PESADA, vOU DAR SÓ RAJADÃO NA TUA CARA!

Era 157 na época e isso me fez crescer, mas também me jogou lá no chão, empolgado com a luxuria e vida de brabo que estava tendo, me jogou numa queda só. É como a Crislayne diz: O que te atrai, amanhã te trai. Fui estúpido em ter reagido daquele jeito, mas quando eu dei por mim já tinha feito, só que ela tem toda razão; foi um ataque louco, naquela hora parecia que alguma coisa tinha pego minha cabeça, estava transtornado.

Eu pequei... Prometi não fazer mais isso e fiz...
Pequei com a minha mulher...
Pequei comigo mesmo...
Pequei com quem mais me ajudou...
Pequei com Deus.

Submissos -Amor e Tráfico  💚🔫💑 CONCLUÍDA!Onde as histórias ganham vida. Descobre agora