Capítulo VIII - Episódio 31

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A arquitetura da Torre de Pedra era maravilhosa. Ivy havia entrado diversas vezes na torre, mas nenhuma vez tão a fundo.

A Torre da Visão foi onde ficou mais impressionada. Se pudesse, pararia ali um bom tempo para ficar observando os quadros que estavam pendurados nas paredes e que podiam ser observados enquanto transitava pelas escadarias.

A base da Torre da Visão se juntava com a Ala Mestra quase de maneira natural. Aos poucos, as pedras azuladas iam se tornando avermelhadas e logo o ambiente era outro.

A Ala Mestra, por sua vez, possuía uma grande sala com um longo corredor e, no fim dele, um arco. Do outro lado desse arco, ficava o Círculo de Pedras. Uma passagem bonita e elegante que separavam as duas alas. Entretanto, nesse momento, havia uma parede de pedra bruta que impedia qualquer um de transitar entre os dois lugares. Talvez os magos pensassem que os Terras-Ruins ainda ocupavam a Ala Mestra.

Foram necessárias quinze marteladas de Urak para derrubar a parede de pedras. Quando ela ruiu, do outro lado, dez magos, incluindo o próprio Arquiteto, esperavam em posição de batalha.

Sabrina, que já havia tirado as roupas marrom e a bandana vermelha, atravessou o arco e encarou os adversários. Seus olhos faiscaram em tom lilás e as veias negras avançavam de suas mãos em direção aos ombros. Ela estava pronta para enfrentar o que viesse. Pronta para morrer lutando.

Ivy estava ligada de corpo e Alma à sua amiga nessa missão, então a acompanhou. Fechou os olhos e deixou sua ira fluir. A explosão de fogo em volta de seu corpo cegou todos que olhavam para ela. Seus cabelos flutuavam em tom de brasa e seus olhos cuspiam fogo.

Urak posicionou-se ao lado das duas, com o gigante martelo em suas mãos. Guilermo estava com seu arco, e Rufio com sua espada e escudo.

Thevon acompanhou o grupo e levantou sua grande espada. Um raio de sol desceu dos céus e atingiu a lâmina.

Christie se juntou e levantou seu cajado, fazendo pequenos arcos voltaicos surgirem de sua mão e atingirem a madeira.

Depois da apresentação do poder que o Arquiteto teria que enfrentar, ele hesitou.

— O que você quer aqui, sua criminosa?

— Eu? — Sabrina respondeu com outra pergunta. — Vim consertar seus erros.

Havia ironia na voz de Sabrina e, por um instante, o Arquiteto levantou a mão como se tivesse desistido de conversar e quisesse um combate, mas logo voltou a se acalmar.

— Muito ousada você — disse o Arquiteto, que tinha um olhar sinistro e tranquilo. — Uma simples aluna de uma escola menor vindo até a presença do maior cargo da torre e ainda me acusando de não fazer os meus serviços?!

— Acredito... — Sabrina tentou falar, mas foi interrompida.

— Além do mais, uma criminosa. O julgamento para o seu crime é a morte. Talvez eu tenha o direito de receber críticas como a sua, mas de pessoas que não infringiram a lei.

— E você, senhor arquiteto? — Sabrina continuava irônica. — Quantas vezes cometeu o mesmo crime que eu?

— Como ousa? — Dessa vez o Arquiteto ficou furioso e estava pronto para ordenar um ataque ao grupo.

— Não é o que esse livro diz — interrompeu Ivy, apontando para um dos livros que Sabrina segurava. — De acordo com o histórico, todo aluno que passa no teste para a Torre de Pedra tem sua Alma analisada. Esse trecho foi removido dos livros comuns em algum momento na história, e me parece que foi no mesmo momento que essa lei anti Animagia foi criada.

A saga dos filhos de Ethlon I - Porto das PedrasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora