Capítulo II - Episódio 8

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Sabrina acordou com os pensamentos em Ivy. A visita da amiga parecia um sonho. Sequer ouviu o que a amiga tinha a dizer e ela se foi. Deveria procurá-la. Mas Ivy não era sua única amiga, hoje era dia de ajudar Luan. E antes de tudo, tinha os seus deveres.

A primeira coisa que Sabrina fazia quando acordava era tomar um banho. O corpo precisava estar limpo para se sentir bem e preparada para cada dia.

Depois de limpa, Sabrina cobria o seu corpo com cremes e essências. Massageava cada parte de seu corpo sentindo a ardência tomar conta de sua pele branca e macia. Seu cabelo que era negro, longo e bem cuidado, também recebia seus cremes para fortalecer e manter ele hidratado.

Por uma hora meditava, até os produtos secarem sobre seu corpo.

Por fim, vestia suas roupas consideradas vulgares pelos outros e estava pronta para mais um dia.

Esperou por um momento em que seu pai e sua mãe já não estivessem em casa e correu para a cozinha, e apesar de seu pai ter ordenado a governanta a remover o café após sua saída, ela sempre guardava escondido um pouco para Sabrina.

— Quando isso vai acabar? — Questionou a governanta, aos ares. — Um dia tem que acabar.

Ela sempre dizia isso. Todos os dias.

Sabrina comeu torta de morango com uma xícara de chá amargo, pegou sua mochila e saiu porta afora.

O trajeto de sua casa até a Torre de Pedra era curto. Além de tudo, a escola de Animancia era uma das mais externas, o que fazia o trajeto até lá ser muito rápido.

O Círculo da Magia de Porto das Pedras foi fundado pelo primeiro Geomante que colocou os pés na região, quando a água do mar ainda batia nas rochas ali perto.

O Geomante Mestre, conhecido como o Arquiteto, começou a usar a magia para construir casas, prédios, a Pira do Sol e, por fim, a Torre de Pedra.

A Torre de Pedra não teve esse nome desde o começo. No início, era uma grande construção de pedra de três andares, mais larga do que alta. O centro era aberto com um grande bosque e pedras organizadas para estudos e ensino da magia para os demais. Esse ficou conhecido como o Círculo de Pedra.

Os trabalhos dos Geomantes dali em diante se resumiram à conversão daquela terra maldita em terra fértil. Então os Zéfiros construíram uma extensão do círculo de pedra para que seus ventos chegassem mais longe. Em direção ao mar, uma grande ponte foi estendida e, no fim, um pináculo plano foi construído, para que de lá, os ventos pudessem ser invocados.

Em cada parte dessa ponte uma sala foi construída para os Zéfiros residirem e ficou conhecida como Extensão dos Ventos. Do pináculo, hoje não se pode mais ver o mar, mas sim a Grande Vala se estendendo até quase o infinito.

Quando a necessidade militar se fez necessária em Porto das Pedras, os Incineradores se juntaram com os Geomantes e construíram a base de uma torre, em uma das laterais do Círculo de Pedra. Essa base foi chamada de Ala Mestra, onde Zéfiros, Incineradores e Geomantes eram treinados para a guerra.

Os anos se passaram e, apesar de estarem juntos, esses dominadores da magia eram desorganizados. Em meio ao caos, os líderes se reuniram para organizar o Círculo da Magia. Entretanto, um grupo ainda estava de fora. Os Clarividentes ainda não tinham se estruturado como uma ordem.

O Enlouquecido, assim chamado o mestre dos Clarividentes, andava havia anos perdido em sonhos e visões. Alguns diziam que ele estava tendo alguma visão tão longa que poderia ser perigosa. Mas outros diziam que era apenas ervas demais, tanto que já havia viciado e perdido a razão.

A saga dos filhos de Ethlon I - Porto das PedrasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora