Capítulo VII - Episódio 26

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Ivy, Sabrina e os demais se acomodaram com tranquilidade na residência do pai de Derris. Logo, o lugar que estava abandonado ganhava uma nova cara, limpa, menos mato aos arredores e comida na mesa.

Entretanto, a ansiedade ainda ocupava a mente de Ivy. Derris e Anita haviam partido e Luan tinha ficado em Porto das Pedras. Não ter notícia dos amigos o deixava cada dia pior.

Algo muito estranho começou a acontecer com Sabrina. Logo no segundo dia ela abordou Guilermo, pedindo para ele caçar alguns animais selvagens, mas ela os queria vivos. Logo que os primeiros chegaram, Sabrina se trancou em um quarto da casa e lá ficou.

Todos tinham certeza do que se tratava.

Ela estava fazendo experiências com as Almas dos animais.

Ivy contou os dias para interromper o que Sabrina estava fazendo. Queria entrar no quarto e ver com os seus próprios olhos. Tudo isso destacou um comportamento incomum de Sabrina de ignorar Ivy quando ela não lhe era mais útil. Sabrina a procurou para fazer o ritual, analisou a sua Alma e agora nem bom dia dava mais.

A cada dia que passava e Ivy pensava nisso, sua raiva voltava a crescer. Mas, em um desses dias, foi interrompida por uma novidade. Um homem com um cavalo e uma carroça surgiu na chácara Bougherberg. Ele afirmou ser enviado de Anita e tinha uma encomenda para eles.

Ivy abriu a caixa e encontrou uma carta. Sob a carta, havia sete trajes marrom e sete bandanas vermelhas, do tipo que criminosos usavam para tapar o rosto. Os trajes marrons eram grandes capas, o suficiente para cobrir o corpo todo, um especial era grande o suficiente para Urak.

Sem entender o que a roupa significava, Ivy leu a carta:


"Ivy e Sabrina,

Aqui em Porto das Pedras está tudo certo. A guarda não desconfia de mim nem de Derris e Luan. Também não imagina que os mercenários estejam envolvidos.

Mandei um presente para vocês, se por caso precisarem retornar para Porto das Pedras, tragam junto.

Mas espero que não precisem.

Se a situação mudar, aviso.

Anita"


— Como estão as coisas por lá? — Perguntou para o entregador. — Tudo na mesma?

— Eles ainda procuram as fugitivas — falou e parecia não saber que estava conversando com uma delas. — Parece que o regente está negociando com o Pontífice de Vanatoris para ajudar a capturá-las, mas é curioso, pelo que parece, o crime que a bruxa cometeu não é crime em Vanatoris.

"Mas o que está mais estranho agora é a guarda. Tem atuado muito na vala. Muitos mortos foram carregados lá de dentro, dentre soldados e Terras-Ruins.

E também tem o caso dos refugiados. Parece que eles estão vindo do litoral, mas eu não sei o motivo. Só sei que estão causando caos na cidade. Dormindo nas ruas do Distrito Operário, porque como a maioria é branca e a Vala está interditada, há um impasse de onde eles poderiam morar. O regente queria mandá-los de volta para fora da cidade, mas agora não tem mais força militar para isso."

Depois do impactante resumo, Ivy jogou a caixa para dentro da casa, contou as novidades para o carregador e pediu que avisasse Anita que tudo estava correndo bem, e então ele retornou para a cidade.

Logo que entrou em casa, andou para o quarto de Sabrina e entrou sem bater à porta.

Lá dentro, Sabrina estava de pé em frente a uma águia que agonizava sobre uma bancada. Seus olhos lilases faiscavam, certamente estava enxergando algo que só um Animante poderia ver. Ela estava tão imersa no que estava fazendo que nem percebeu Ivy entrar.

A saga dos filhos de Ethlon I - Porto das PedrasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora