21• Boxe.

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Todos nós temos um lado psicopata. Só que alguns descobrem isso mais cedo.– desconhecido.

II

Olho para o céu azul com poucas nuvens. Ventava, mas não como ontem. Parece que hoje o sol dará as caras em Wiserood.

— Sua mãe ligou. – meu tio aparece na porta.— Eu não falei que seu pai não dormiu em casa.

— Se ele ligou pra você ontem avisando que iria dormir no escritório, qual é o problema de não ter informado a minha mãe?

Geoffrey limpa o rosto suado na pequena toalha branca. Ele acabara de chegar da sua corrida matinal.

— É!...– pareceu querer continuar a falar, mas calou-se.

Na noite passada quando Heitor ligou para Geoffrey avisando que ficaria para domir no escritório, passou pela minha cabeça que o motivo que o fizera dormir em um sofá; no seu local de trabalho, era minha – mesmo com a explicação de que estava atolado com as papeladas de um divórcio. Meu pai é advogado.

Nesse caso, eu torcia que a culpa realmente me pertencesse, mas eu não sou uma criança. Eu sabia que isso era muito estranho. Ele nunca dormiu fora antes, e ontem fizera isso justamente quando minha mãe não está. Este fato no mínimo é intrigante.

— Vou nessa.– me despeço.

— Não chegue muito tarde! Vamos para um lugar hoje. – avisa num tom de ordem. Fiz "jóia" com o meu polegar.

Caminho até a escola.

Eu já estava habituada com o clima de "luto" entre os alunos. Hoje está sendo mais um desses dias. Procuro com os olhos alguém conhecido por mim, para me informar. – apesar que meu lado racional já ter um palpite. Meu coração gela só de pensar em quem fora à próxima.

— Oi. – pulei de susto com a voz grossa de Shawn atrás de mim. Ele ri do meu quase pequeno infarto. — Estava distraída, uh?!

Giro meus calcanhares ficando em sua frente. Vestia uma Jaqueta jeans e camiseta branca. Hoje, sua beleza destacava-se mais que os dias passados.

— Não faz mais isso. Sério. – repreendo-o.— Por que as pessoas estão com essas caras? – olho em volta.

Shawn dá de ombros antes de falar:

— Eu ouvi alguém comentando sobre o desaparecimento de uma garota daqui. Mas não sei de quem se trata. – informou despreocupado.

— Mais uma. – comento. — Porra!... Até quando essas garotas vão morrer e ninguém fazer nada para nos proteger? – exalto.

— Ninguém sabe ainda o quê aconteceu com ela, Emma.

Ergo minhas sombrancelhas em  puro deboche. Essa garota com certeza deve estar morta!

— Aconteceu o quê vem acontecendo nessa cidade! Mortes e mais mortes.

— Não pense assim, Emma. Pensamentos positivos. – se aproxima.— Tenha fé.

Reviro os olhos. Nem a pessoa mais otimista da face da terra teria esperanças de que uma garota desparecida estara viva na pequena cidade do serial killer.

— Você viu se Billie já chegou??

— Acho que eu vi ela com um garoto. – diz simples.

— Preciso encontra-la. – comento voltando a caminhar com Shawn em meu encalço. — Quero saber quem é a garota.

Sinto o braço do Shawn enlaçar a minha cintura me obrigando a parar.

— Você não precisa ir até o final, eles estão logo alí. – aponta para a sala ao nosso lado. Crispo as sombrancelhas. Por um momento acho que Shawn já sabia onde eles estavam desde o começo.

Shawn The KillerOnde as histórias ganham vida. Descobre agora