16• When You're Ready?

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"Normalmente, os serial killers apresentam um comportamento aparentemente normal, ou seja, trabalham, desempenham rotinas na sociedade e convivem com outros grupos sociais."


Observo os pequenos pingos deslizando pelo vidro da sala e aos poucos a janela ficar embaçada pela chuva se intensificando.

Aumento o som da televisão para terminar de assistir um documentário sobre sereias, mas mesmo em um volume considerado alto, o barulho da chuva eram duas vezes mais alto.

Meus pais haviam saido à uma hora atrás e com certeza eles deveriam estar na metade do caminho.

Castville ficara à duas horas de Wiserood e pela minha contagem, meu tio Geoffrey estava  pra chegar a qualquer momento.

Coisa que me preocupa um pouco, pois a chuva que começara a cair, tinha previsão de durar a madrugada toda.

Pista escorregadia e  um Geoff que sempre leva umas multas por ultrapassar a velocidade permitida, não é uma boa combinação.

Para começo de conversa, meu tio iria vir com o meu pai, portanto, ele não precisaria dirigir, mas de última hora, Geoffrey decidiu que viria mais cedo, antes de meu pai levar minha mãe para Castville.

E, por essas circunstâncias que eu dou razão ao meu pai. O homem saiu super zangado amaldiçoando o cunhado de todos os nomes possíveis, por tratar uma coisa e depois ligar dizendo que chegaria mais tarde pois tinha que procurar as vacas que tinha sumido e só se deu conta aquela hora.

"Não dá para confiar em fazendeiro metido a besta mesmo"— palavras de meu pai.

A preocupação do senhor Heitor, era me deixar sozinha. Mas eu sabia bem do porquê dessa preocupação... Ele não esqueceu do Shawn saindo do meu quarto.

O alerta de desligar a Tevê veio como um clique, após o clarão que se formou causado pelo relâmpago e num sobressalto, corri para desligar a televisão, dando tempo de puxar a tomada antes do barulho estralado do raio.

Meu coração erra uma batida quando a luz da sala pisca. Eu sei o que isso significa, e só de pensar na situação, um arrepio gélido percorre a minha espinha.

Por favor energia, estou sozinha, não me deixe no escuro agora.

A ideia de ir para a cozinha vai por água a baixo, quando de uma vez, a luz se apaga e eu fico no escuro.

Volta, volta, volta, volta. Imploro mentalmente, sabendo que meu pedido silencioso seria em vão.

Tudo bem...Eu só preciso chegar no meu quarto, deitar na minha cama, me embolar no cobertor e ligar para Geoff ou qualquer outra pessoa que possa me distrair até a energia voltar.

Rumo ao meu quarto quando mais um clarão me dá a visão correta de onde ir, e lá vou eu descalça tentando não bater em nada na penumbra da sala.

A rotina do dia-a-dia prega peças em minha cabeça quando em um reflexo inútil tento ascender a luz e me bato mentalmente por tamanha tolice.

O meu quarto estava um breu, não conseguia ver nada, nem se quer passara o brilho do relâmpago pela janela, pois ela não era de vidro.

Dou passos lentos com as mãos esticadas parecendo um zumbi, prevenindo de me chocar com algo a minha frente, mas não pensei em previnir a minha canela, que acabara de se chocar com a verada da minha cama. Grunho de dor e tateio o colchão me atirando nele e em seguida rolando para o meio dela, ficando em posição fetal massageando a canela que latejava com a dor.

Shawn The KillerOnde as histórias ganham vida. Descobre agora