20• Perfectly Wrong.

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Quem vê um rosto bonito e um corpo definido, não vê coração.


Eu sabia que era um caminho sem volta a partir do momento que eu cedi ao primeiro beijo.

Fez de tudo para passar uma má impressão na primeira conversa expondo todo o seu egocentrismo e arrogância ao dirigir as palavras à mim. E mesmo assim, eu o beijei.

O oposto me atraiu, e eu estou pagando o preço por isso.

O problema sorri. Fazendo da minha casa, sua. Sentado preguiçosamente em meu sofá. Tão relaxado que parecia estar na sua própria residência.

— Estou aqui pela escola. – fala calmante. — Vim pegar as matérias de hoje. – crispo as sombrancelhas ouvindo tamanha astúcia.

Fazendo-se de ator na frente do meu tio, que estava de braços cruzados com um olhar vidrado em Shawn.

O mais novo tinha total noção do que o mais velho estara tentando passar pela sua expressão corporal.
Pois Shawn Mendes que acabara de se levantar do sofá e vir na minha direção, usava dessa artimanha o tempo todo.

A serenidade de Shawn ao se aproximar de mim, era contraditório ao seu comportamento diário.

Esse Shawn sereno era novidade.

— Oi,!Billie. – Shawn olha por cima dos meus ombros, sorrindo sem mostrar os dentes para minha amiga.

— Hmm...Era você.– comenta com desdém —  Oi, Shawn.

— Vocês estavam esperando por alguém? – Shawn desvia seus olhos de Billie e direciona-se ao meu.

— Não exatamente. – dei de ombros. Shawn não pareceu satisfeito com a minha resposta, mas não contestou.

— Podemos resolver essa pendência escolar no seu quarto?

Meu corpo se enrijeceu no lugar. Eu não iria leva-lo para meu quarto de jeito nenhum.

— Aqui na sala está ótimo. Te passo as lições, você revisa e vai embora. – falei com uma falsa calma. Mas por dentro eu estava gritando.

— Claro, tudo bem. – respondeu. Shawn era o cara mais astucioso que eu já conheci.

Sustento seu olhar por mais alguns segundos, então desvio indo pegar minha mochila em meu quarto.

Hey, Billie? Vamos até a cozinha. – escutei Geoffrey falar. Se isso acontecesse minutos antes do Shawn chegar, eu com certeza contestaria. Mas neste momento eu tenho um problema para resolver.

Volto até a sala e respiro fundo ao sentir um cheiro de perfume alí, era bom e muito conhecido por mim.

Apenas Shawn está no cômodo. De pé,  com as mãos no bolso da calça observando um quadro na parede. Ao perceber minha presença, ele se vira e sorri sem mostrar os dentes, caminhando novamente até o sofá.

— Quem foi que pintou aquilo? Parece obra de uma criança. – comenta, se sentando.

— Eu mesma. Quando tinha seis anos. – me sento no tapete felpudo, me encostando no sofá.

Ouço uma risada contida de Shawn e o vejo se levantar e sentar ao meu lado no chão. Inspiro seu cheiro que se tornara mais intenso. Suspiro.

— Os pais gostam de ridicularizar seus filhos mesmo.

Inclino minha cabeça para o lado, encontrando os olhos marrom me observando atentamente. Seus lábios curvados em um sorriso.

— Os pais gostam de motivar os seus filhos. – corrijo-o.— Seus pais não são assim?

Shawn The KillerOnde as histórias ganham vida. Descobre agora