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"Os demônios estavam bramindo por sangue" - David Brejos


Depois de uma semana sem aula pelo luto de Amber, a Wiserood college volta a receber os alunos.
Confesso que eu não estava tão animada para voltar a escola novamente. Queria ficar em casa, assegurada de que, dentro do meu quarto eu estou segura, fora dele, eu não tenho essa certeza.

Já fazem exatos sete dias do crime contra Amber, ninguém mais foi encontrado morto. Contudo, isso não significa que o assassino parou de atacar. É claro que ele só está deixando as pessoas esquecerem para voltar com as suas atrocidades.

— Emma, seu pai vai te levar para à escola. - avisa minha mãe, após eu adentrar na cozinha.

— A escola fica a 10 minutos de casa, mãe. Eu vou caminhando, sem problemas.

— Hoje eu te levo, filha! É mais seguro. — diz meu, pai.

Assinto, antes de começar a tomar o meu café.

                                                                              ...

Após estacionar em frente a minha escola, me despeço de papai. Um suspiro me escapa e caminho em direção aos demais estudantes.
Como eu esperava, os alunos nem estavam sentindo falta da colega morta. Para eles, era como se nada tivesse acontecido.

— Que merda! Meu pai não deixou eu ir na sua casa nenhum dia em que ficamos sem aulas. — resmunga Billie, minha única amiga brotando do meu lado.

— Se eu fosse eles também não deixaria 

Billie rola os olhos descontente com minhas palavras, mas me abraça de lado.

— Você foi no sepultamento de Amber? — diz, mudando de assunto.

— Sim.

— Eu nem me dei ao trabalho de ir. Alguns dias antes da morte dela, Amber me bateu, e mentalmente desejei que ela morresse. — olhei para Billie incrédula.

— Céus, garota!

Billie riu, ia dizer algo mas foi interrompida pelo sinal.
Fomos em silêncio até a sala de aula, sentamos no nosso devido lugar. A primeira fileira.
A primeira aula se deu início com o professor de matemática lamentando a morte trágica de mais uma aluna . A falta de empatia era nítida entre os alunos, exceto pela Brianna, umas das amigas de Amber, que está aos prantos ouvindo o senhor Liam discursar.

O restante das aulas ocorreram como o habitual.
Billie me falava sobre o Serial Killer, eu fingia que ouvia. Fico incomodada  com esse assunto.

Recebo uma mensagem de minha mãe, avisando que papai vem me buscar. Aguardo sua chegada.

 Deduzo que ele esteja com muito trabalho para fazer. Ele não apareceu ainda. Decido reunir toda a minha coragem e seguir andando para casa.

Nada de anormal aconteceu durante a minha pequena caminhada.

Marcavam oito horas da noite no meu celular, quando o mesmo apitou com uma mensagem de minha amiga.

Billie: Emma? Me ajuda! Lembra daquele garoto que estou conversando? Ele quer me ver hoje. Eu confirmei que iria vê-lô, vamos comigo, por favor?

Billie Eilish estava há alguns meses trocando mensagem com um rapaz que ela conheceu em algum aplicativo de relacionamento. Ele mora na cidade vizinha e alguns dias estão marcando de se conhecer pessoalmente.

Eu não tenho controle das decisões  de minha amiga, ela tem o livre arbítrio de se encontrar com que ela quiser, entretanto, todavia tentei a convencer do contrário, em vista do que estamos presenciando no momento. Porém, Billie é teimosa, deixando claro que iria ir com ou sem mim.

Eu não concordava. Tentei argumentar, impedir, mas ela estava decidida.

Eu não gosto de mentir, mas infelizmente  tive que fazer isso pela Billie. Disse aos meus pais que eu iria dormir cedo. Tranquei a porta do meu quarto e sai pela janela. Eu odiava dar uma de bad girl , mas era para um boa causa. Queria me certificar de que a insensatez de Eilish, a levaria de volta para casa. Viva.

Andei às pressas ao local combinado e ela já estava lá. Nervosa pelo encontro.

— Vontade de matar você, sua vaquinha! — rosnei.

—  Estou bonita? — pergunta sorridente. Reviro os olhos.

— Você é louca, Billie! Completamente insana! — afirmo, olhando para os lados e vendo que estamos sozinhas. O parque parcialmente escuro.

—  Se for continuar me julgando melhor voltar para a sua casa. — resmunga — Eu sei me cuidar.

Acabo rindo da última frase. Esse jeito destemido de Billie me irrita. Controlo a minha língua para  não proferir grosserias. Apesar da vontade de discutir, prefiro não responder.  Engulo em seco minhas palavras pejorativas, e resolvo mudar de assunto.

— Me mostra a foto dele!

 Eu já tinha visto a imagem dele algumas vezes, mas queria relembrar. Billie me mostra. Ele era realmente bonito. Bonito demais para não ser comprometido. Cidade pequena é difícil você encontrar um cara com uma beleza palpável e ele estar totalmente solteiro.

billie fala o quanto ele é lindo. Concordo com ela.

— Você tem certeza que ele não tem uma namorada? — desconfio. Billie nega. Certa de que ele é um cara livre de compromisso.

—Emma! Eu acho que é ele.

Estreitei os meus olhos para tentar visualizar o rosto do cara, ele está com uma calça preta e um moletom preto. Ele nos encontra com seus olhos. O date de Billie se aproxima. Realmente era o garoto da foto.

O rapaz nos comprimenta. A sua voz é um pouco grossa e rouca. Ele transmite frieza.Um semblante sério.

— Shawn!— exclamou Billie.— Tudo bem? 

   Um pressentimento ruim me percorre.

— Sim! — respondeu — Não imaginei que seria um encontro a três — seu tom soou sarcástico. 

Não gostei.

— É porque eu adoro um trisal - respondo no mesmo tom.

Shawn sorriu, notei seu olhar me queimando. retribui na mesma intensidade.

eu estou amando escrever esse livro :))))
votem e comentem.

Shawn The KillerOnde as histórias ganham vida. Descobre agora