4• New Student.

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"Ralé da América! Sejam estuprados!" – Aileen Wuornos

O grito de uma mulher desesperada ecoa pelas quatro paredes, seguido pelo solo de bateria e guitarra, sendo assim, a musica Scream de Avenged Sevenfold ressoa pelo quarto, fazendo- me gemer de frustração.

Queria dormir mais um pouco, mas querer não é poder.

Levanto-me começando minha rotina matinal, antes de descer para o café.

Encontro meus pais assistindo o noticiário da manhã e me junto a eles com uma xícara de café na mão direita e na esquerda alguns biscoitos de chocolate.

Meus país estavam tão concentrados na televisão que nem notaram a minha ilustre presença alí. Dei de ombros e continuei a degustar meu café da manhã.

Esses biscoitos que eu estava comendo me fazia lembrar de Billie.
Para ela, isso era Bolacha, eu pensava do contrário. Isso sempre terminava em uma discussão. 

Terminei de comer o meu último biscoito e meus pais ainda não me notaram.

Infelizmente a minha invisibilidade não durou tanto. Senti quatro olhos arregalados em minha direção. Meus pais incrédulos com o que eu acabara de fazer.  Ver a reação deles, resultou em minha boca aberta ainda com o restante do biscoito ali, e minha risada escandalosa ecoando pela sala.

A minha gases pela boca foi tão alto, que até o povo da Ásia devem ter escutado.
Limpei umas lágrimas que saiam dos cantos do meus olhos, e tento me recuperar da minha crise de risos.
Olhei para os meus pais e eles já não tinha mais os olhos em mim. Novamente estavam na TV.

O que estava passando de tão importante para deixarem passar a minha falta de educação?

Olho para a televisão e vejo a notícia do dia. Paraliso.
Em alguns segundos, milhares de pensamentos rondam minha mente. Deixo minha xícara cair.

Um morador de rua encontrou o corpo de uma garota perto da rodoviária da cidade. Inevitável não pensar em Billie.
Me sinto culpada, eu não deveria ter deixado Billie sozinha.

Meus pais vendo meu estado, começam a me fazer perguntas, não os respondo. Subo correndo para o meu quarto e ligo para Billie.

Uma, duas três vezes. Caixa postal.

Respiro e inspiro devagar. Eu não posso entrar em pânico. Não agora.

— Emma, o que aconteceu? — mamãe entra preocupada em meu quarto.

Eu não posso falar a verdade, minha mãe não pode saber que eu sai escondida na noite passada. Eu tinho que me acalmar e ser otimista.

Quais eram as chances de Shawn ser o Serial Killer? Poderia ser ele ou eu estou paranóica demais?

Tentando me recompor, falo para a minha mãe que eu quase tive uma crise de pânico porque eu estava com medo e não aguentava mais ver notícias ruins. Ela concordou e pediu para que eu não fosse para escola. Neguei. Eu precisava ter notícias de Billie.

Afirmando que eu já estava bem, peguei meu celular e mochila. Sem se despedir direito e recusar a carona de meu pai, andei em passos largos, e ora ou outra olhava para trás com aquela maldita sensação de estar sendo perseguida.

Resmungo diversos palavrões quando sinto meus joelhos no chão. Consequência da minha pressa e olhadas nada calma para trás.
Levanto-me do chão e passo minhas mãos pelos meus joelhos, tirando qualquer vestígios de sujeiras causada do meu tombo.

Volto a andar, e logo avisto o portão azul da minha escola. Respiro em alívio.
Adentro no local estudantil e passo meus olhos pelos alunos a procura de minha amiga loira. Não a encontro.

Shawn The KillerOnde as histórias ganham vida. Descobre agora