Só queria um ano comum

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Gina reparou em nós assim que pisou no cômodo, ela soltou o irmão e veio correndo na nossa direção. A ruivinha parou ao lado da cama, pairando sobre mim, o olhar atento em seu rosto lembrando muito o da sra. Weasley.

- Coloque-o aqui, sr. Poter. O senhor disse que ele fica repetindo alguma coisa?

- É isso mesmo, de tempos em tempos ele di-

- Não deixem que eles escapem. Eles não podem fugir de novo!

Ronald gritou de repente, cortando a explicação de Harry e fazendo Gina se virar. Madame Pomfrey parecia aturdida com a explosão repentina. Ela olhou para mim e depois para Ronald, claramente decidindo com que lidar primeiro. Então, ela caminhou até o ruivo.

- Mas Madame Pomfrey, a senhora ainda não terminou de tratar Hermione. - Draco protestou. Três pares de olhos o encararam variando entre assustados e curiosos.

- Eu estou bem.

- Na verdade não está, querida. Mas preciso examiná-lo e descobrir a razão da desorientação. Esse curativo que coloquei na sua perna deve segurar até eu lidar com o sr. Weasley. - ela explicou, mais para Draco do que para mim. Depois se voltou para Harry - Sabe se ele caiu e bateu a cabeça, sr. Potter? Há possibilidade de ele ter sido enfeitiçado?

- Quem enfeitiçaria o cabeça de fósforo? Isso é Hogwarts!

- Ele não estava na escola, estava com os aurores, em uma missão. Parece que havia pistas do paradeiro de dois comensais muito perigosos e eles iam fazer uma busca. Pode ter acontecido lá. - Gina respondeu ao loiro.

- Não. Eles não o deixariam voltar assim... Teriam tomado providências. - Harry rebateu.

A informação repassada por Gina fez os olhos da curandeira se arregalarem e ela correu até o fundo da enfermaria para buscar alguns apetrechos. Depois de enviar um Patrono à McGonagall - que chegou em questão de minutos - e muito examinar Ronald, Madame Pomfrey concluiu o que Draco e eu já sabíamos, Ronald tinha mesmo sido enfeitiçado. Então, a enfermeira deu a ele uma diversidade de poções multicoloridas e, finalmente, uma para dormir e se concentrou em mim, fechando o corte no meu joelho.

- Pode ter sido um Confundus, ou até mesmo um Obliviate, Minerva. Só saberemos com o tempo. Provavelmente amanhã de manhã, quando acordar, ele dará os primeiros sinais de melhora e poderá nos dizer alguma coisa.

- Provavelmente? Quer dizer que ele pode ficar assim por muito tempo?

- É diferente para cada um, srta. Weasley. E vai depender também da intensidade do ataque. Aparentemente, a intenção era fazê-lo esquecer um fato em específico. Ou ele não teria reconhecido vocês dois e se deixado conduzir até aqui tão calmamente. Acho melhor avisar Kingsley Shacklebolt sobre a situação, sr. Potter. Não sabemos onde o ataque aconteceu, pode ter sido aqui mesmo, dentro dos nossos muros. - a perspetiva de que o perigo estivesse rondando o castelo novamente deixou todos visivelmente preocupados. E eu me encolhi ainda mais nos braços de Draco, com a culpa começando a me sufocar. - Talvez seja prudente colocar alguns aurores de guarda pelo resto da semana, especialmente na noite da festa.

- Farei isso agora mesmo diretora. Com licença.

Harry saiu com Gina e Madame Pomfrey voltou para sua saleta no fundo da enfermaria. Enterrei o rosto no peito de Draco ele apertou os braços ao meu redor. Mas nada podia me reconfortar. Se Ron tivesse qualquer problema, por menor que fosse, em decorrência do que fiz, eu nunca me perdoaria. Ficava lembrando a mim mesma que ele tentou nos matar e que, de outra maneira, no mínimo, Draco estaria a caminho de Azkaban naquele momento. Entretanto, nada era suficiente para justificar meu ato.

Side Effect (Dramione)Where stories live. Discover now