Amanhece.
E o dia esfrega as minhas misérias na minha cara.
Nada mais fica escondido.
A luz do sol rasga tudo, revela cada canto antes camuflado na escuridão.
Sem mais a mágica da noite, sem mais devaneios em sonho, projetos grandiosos, esperanças sem fim...
Hora de mostrar serviço, ação, resultado.
A luz ilumina e melhora a visão dos caminhos, mas também expõe as limitações, feiúras, cicatrizes, tristezas e mágoas.
Incomoda os olhos de quem ainda não está pronto pra ver. Ou acostumado a.
Pode ofuscar. Chocar. Amedrontar. Apavorar. Espantar.
Melhor ir aos poucos.
Primeiro se expôr à penumbra e ir experimentando a luz de forma gradativa.
Eu sei que os olhos se acostumam, como Profa Lúcia Helena explica na palestra de Nova Acrópole no Youtube sobre o Mito da Caverna de Platão.
Se acostumam com a escuridão. Se acostumam com a luz.
Cada um sabe de si: comigo, funciona a exposição gradativa, cuidadosa, controlada, amorosa.
Respeitando meus momentos, meus estágios, as limitações que ainda tenho - minhas humanidades. Meu ritmo, o eu-pessoa, o eu-essência que sou.
A psicoterapia cognitivo-comportamental prega essa exposição gradativa ao estímulo aversivo.
O dia: estímulo aversivo!
?
Chamado pra vida, pro "floresSer", pro corpo a corpo, olho no olho, téte a téte (expressão antiga).
Pro "re-nasSer".
Carl Rogers fala sobre "reconheSer" a própria singularidade, idiossincrasia.
Sobre Ser Pessoa, sem ter que se encaixar em modelos e exigências prévias. Respeitar o próprio tempo, o jeito particular de cada um dar os passos na caminhada da vida.
Bom dia, aos poucos!
Um dia de cada vez.
E sempre.
Com ritmo, constância.
Cada um no seu tempo, do seu jeito.
Com respeito. Com cuidado. E com amor.
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Pensando a vida
Non-FictionDesde a adolescência, a escrita tem sido uma grande válvula de escape, uma forma de me perceber e me organizar mentalmente. ...As idéias surgirão por aqui como surgem as reflexões ao longo da vida: aos poucos, como eternos rascunhos, sendo aprofunda...