✿Capítulo 31✿

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— Então, como se faz isso? — indaguei para o moreno. Ele se virou e caminhou até mim, ficando bem ao meu lado.

   — Primeiro você tem que dá a primeira demão de tinta branca, enquanto isso tente imaginar algo, qualquer coisa — ele estava sem camisa o que me deixava constrangida ao olhá-lo.

   Estava vestindo sua camisa por cima de minha roupa, ele disse que a camisa era velha e que não precisava me preocupar se sujasse a mesma. Leon usava um boné virado para trás e era muito estranho vê-lo usando aquilo.

   — Parece fácil para você — olhei para algumas telas que já tinha sido pintada, duas era abstrata e outra era um desenho de um mar aberto, completamente azul, com vários tons de azul e por cima desse mar havia um velho barco e ele estava afundando, o céu estava com um belo crepúsculo.

   — O que você está fazendo? — indaguei olhando para sua tela. A parte superior estava pintada com uma mistura de azul escuro e vermelho, deixando algumas partes roxas. Existia traços brancos na vertical.

   — Não sei, não tenho nada em mente ainda — admite. — Mas os melhores aparecem quando você não pensa.

   — Então porque mandou eu pensar — ri.

   — Não sei, cada um tem seu jeito próprio de se expressar, tente achar o seu — confirmei e o vi voltar para sua tela, ele começou a bater com um pincel limpo os traços brancos que começaram a se misturar com o restante das tintas.

   Talvez eu não tivesse nenhum dom, ou habilidades. Mas nunca vou saber se não tentar, fiz o que ele mandou, pintei toda a tela com a tinta branca, mas nada me veio à cabeça.

   Quando ergui meus olhos para Leon ele estava curvado para conseguir pintar a parte inferior, a parte superior estava impecável, era um céu noturno, a lua era perfeita, cada detalhe que ele pois nela, ela parecia brilhar no meio daquele céu, o vermelho e o branca desapareceram dando espaço a um roxo, o céu era bastante escuto em cima, e ia ficando mais claro a medida que descia no quatro, o moreno tinha costas largas, seus braços eram grandes, não como os lutadores do MMA, mas comparado aos meus braços finos eles eram bem gigantes.

   Quando ele se abaixou mais percebi que ele estava dando continuidade ao céu. Quando olhei para minha tela em branco suspirei, eu não teria capacidade de fazer aquilo, então comecei a borrifar tinta na tela. Começou com o pincel depois com as mãos, mas nada do que eu fazia deixava ela bonita e sim com uma cor verde escura horrível.

   Sem perceber eu estava batendo na tela, eu estava chateada comigo mesmo, chateada por não conseguir fazer nada, chateada por tudo dá errado na minha vida. Quando voltei a mim, Leon estava com os peitos cobertos de tinta e minhas mãos muravam ele.

   — Se você queria surrar alguma coisa era só falar, tenho um saco bem ali — ele tinha um sorriso nos lábios e olhei para o canto do quarto, tinha mesmo um daqueles sacos que os lutadores praticam seus murros. — Eu o tirei dali — apontou para um gancho no teto. — Quando voltamos de Birmingham — ele acariciou meu rosto.

   Estava mais calma, tentando entender o porquê fiz aquilo.

   — Se você quiser, posso colocar de volta — eu estava encarando seu peito, a tatuagem de rena mal se dava para notar com tanta lambuzara que fiz.

   — Eu te sujei todo — minhas mãos ainda estavam fechadas sobre seu peito, eu as abri e descansei as mesmas ali, podia sentir as batidas de seu coração e estavam rápidas.

   — Nada que um banho não resolva — rebateu.

   — E estraguei uma tela por completo — queria abraça-lo, mas já o tinha melecado todo e não queria sujar sua blusa, mas era tarde demais, quando olhei para ela estava cheia de respingos.

Sempre Vou Te Amar 》 Book TwoWhere stories live. Discover now