✿Capítulo 22✿

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LEON

   Minhas mãos soavam e já estava me condenando por ter optado em usar esse terno. Peguei o guardanapo de pano na mesa e enxuguei meu rosto, a garçonete sorrio vergonhosamente para mim e abaixei a cabeça, ela já tinha vindo umas quatro vezes aqui, a primeira para perguntar se já queria fazer o pedido, a segunda vez para perguntar se queria algo para beber, e a terceira para perguntar se estava tudo bem comigo, na quarta vez ela veio porque a chamei, ela parecia ter medo de mim, eu brinquei dizendo que não era um homem bomba, o que fez ela ter mais medo de mim, eu via isso em seu rosto, eu pedi um taça de vinho e ela me trouxe segundos depois.

   Eles estavam atrasados meia hora, no fundo eu sabia que eles não vinham, mas eu esperava uma ligação para desmarcar, peguei o aparelho celular e não havia mensagem alguma.

   Finalmente desisti de esperar, eu estava fazendo isso por ela. Minhas intenções eram as melhores, mas tudo que tentava fazer para conquista-los ía par baixo, talvez eles nunca me aceitem. Ergui a mão para chamar a garçonete para fechar a conta, eu não estava com fome, o nervosismo havia levado tudo.

   Então como em uma cena de filme eles apareceram, ela usava um vestido elegante azul escuro, seu cabelo no comprimento dos ombros estava com um certo volume, e ao seu lado, seu marido usando um terno cinza bem melhor que o meu, eles nem pareciam pais comuns, minha mãe era gorda e baixa, usava roupas simples e meu pai que descanse em paz também era gordo, usava um bigode ridículo e seus cabelos eram grisalhos. Mas os pais dela pareciam ter saído de um catalogo de revista, sua mãe não parecia ter mais de 30 anos e seu pai uns 35. Mas eu sabia a verdadeira idade deles, era muito mais que isso, mesmo eles não aparentando.

   — Nos desculpem pela demora — disse o Sr. Samuels. Eu me encontrava em pé e estiquei a mão para cumprimenta-los. — Sabe como são as mulheres — ele riu, mas sua esposa não.

   Nos sentamos em silêncio e a garçonete veio entregar mais dois cardápios, não acho que a demora deles seja porque sua esposa estivesse se arrumando, eles deviam ter tido uma discussão, ela não gostava de mim e isso não era novidade. Depois de fazermos nosso pedido e ela coçou a garganta.

   — Sinto muito pelo seu pai — foi o que ela disse. — Ele era um bom amigo, pena que não pudemos vê-lo quando chegamos aqui — confirmei. Eu não queria falar nesse assunto, tudo ainda estava difícil. Minha mãe permanecia em casa e mal a vi, não porque ela não quisesse, mas porque eu tinha medo, medo de ver como ela estava e não poder fazer nada. — Como está sua mãe. Gostaria de ir visita-la quando voltarmos.

   — Ela esta bem, na medida do possível — seu marido fez um breve sinal com a cabeça.

   O ambiente estava pesado, todos estavam se esforçando o máximo possível em está aqui. Bebi o resto do vinho que se encontrava em minha taça desejando que fosse algo mais forte. Pedi a um garçom que passava para trazer uma garrafa de vinho e mais duas taça.

   — Por onde devo começar — disse a Sra. Samuels quebrando o silêncio, eu não sabia o motivo de seu marido ter marcado esse jantar, pensei que tinha acontecido algo com a Lizzie, fazia dois dias desde o episódio que ocorreu no hospital e desde então não fui permitido entrar ou saber como ela estava. — Teremos que voltar para o Estados Unidos — ela parecia fria e irritada com isso. — São só por duas semanas — disse e completou — Ficamos por muito tempo aqui e muita coisa meio que parrou por lá.

   — Não seja insensível — o Sr. Samuels brincava com os talheres enquanto falava. — Você falou com se não nos importássemos com nossa filha — ele estava certo, do jeito que ela falou parecia que sua vida tinha parado e tudo era culpa de sua filha. — Observe a figura de linguagem.

Sempre Vou Te Amar 》 Book TwoWhere stories live. Discover now