✿Capítulo 14✿

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As coisas têm andado difícil esses meses, como se algo ruim estivesse prestes a acontecer. Não tenho saído de casa nessas últimas semanas, as mensagens ficaram mais constantes e detalhistas, cada passo que dou sinto como se algo estivesse em minhas costas me sufocando.

   Me sinto aflita, com medo e preocupada.

   Não falei com ninguém sobre as mensagens — apesar de saber que deveria. Tentei ir à polícia, mas acabei desistindo. No começo pensei que era besteira minha e que isso não iria dá em lugar algum. Mas enquanto conduzia o carro pela northampton road a procura de onde estacionar, meu celular tocou, eu sabia que era mensagem pelo toque.

   Não conhecia nada desse lado da cidade, eu era guiada pelo GPS. Minhas mãos suavam sobre o volante e meus olhos fitavam o grande prédio, o céu estava cinzento e não havia muitos carros a minha frente. Depois que fiz o contorno parei no que me parecia o estacionamento do departamento de polícia, mas antes de entrar cometi um erro, a curiosidade era maior que meu medo, eu tinha esperança que poderia ser uma mensagem da Jolie ou de minha mãe, mas não era e já era tarde demais para ignorar a mensagem depois que já havia pego.

Melhor pensar duas vezes.

   E foi isso que fiz. As coisas estavam indo numa proporção que não havia mais volta, eu precisava contar isso para alguém... não poderia ser a Jolie pois ela iria joga em minha cara que estava certa, não poderia ser minha mãe, pois ela não sabe que eu e Leon nos encontramos, e pelo que ele me contou, minha mãe não iria permitir que continuasse vivendo na Inglaterra por dois motivos, (1) Ela não gosta do Leon. (2) Ela iria culpá-lo e dizer que é perigoso eu está me expondo dessa maneira. Eu só poderia falar com ele, ele poderia saber quem estava me enviando as mensagens ou ter uma pequena noção de quem poderia ser. No começo suspeitei da Brenda, mas como ela está na França seria impossível ela saber de meus passos.

   Já havia tomado minha decisão, só faltava a coragem. Leon disse que estaria de volta essa semana e que eu teria que aturá-lo por muito tempo, eu estava nervosa com sua vinda, e mais nervosa ainda em relação a como iria contar a ele sobre as mensagens. Sei que ele vai brigar por ter demorado tanto para contar, mas naquela altura, eu só queria que isso parrasse.

   Antes de sair do meu quarto pego minha jaqueta e bolsa que deixei em cima da cama. Verifico se tanto as chaves de casa quanto as do carro estão em minha bolsa. Jolie deveria estar indo comigo nessa sessão — apesar de não fotografarmos juntas —, mas ela saiu ontem à noite e não vi se ela voltou, provavelmente deve estar dormindo e me pergunto se devo chamá-la. O relógio marca 8:40 da manhã e eu preciso estar em Hulme as nove.

   Descansei a jaqueta e a bolsa na mesinha lateral perto da porta e quando iria me dirigir até o quarto da Jolie o som da campainha ecoa pelo apartamento. Ela provavelmente esqueceu as chaves, ela mesmo que tanto me enche dizendo que deveria colocar um lembrete na porta dizendo: Pegou as chaves? Agora seria minha vez de esbanjar um sorriso sabe tudo para ela e... Não era ela, não era ninguém que poderia suspeitar que fosse.

   Se passou um tempo, seus olhos me contemplavam, sua boca mantilha um pequeno sorriso de lado, não era um sorriso sedutor ou cafajeste, estava mais para um sorriso sincero. Ele havia mudado um pouco durante esses dois meses, seu rosto estava mais afilado, sua barbar começava a se mostrar, seus cabelos estavam maiores na parte de cima e nas laterais dava sinal que ele acabara de cortar. Nenhum dos dois se pronunciava e parecia que ele não se importava com o silencio entre nós, seus olhos castanhos chocolate brilhavam sobe a luz do corredor. Ele usava uma camisa simples branca com mangas curtas, sua calça jeans era preta e ele usava uma bota cor de madeira, já eu usava um vestido simples amarelo e branco, as cores se alternavam na horizontal seu comprimento era um pouco acima do joelho.

Sempre Vou Te Amar 》 Book TwoWhere stories live. Discover now