CAPÍTULO 11

1.7K 177 16
                                    

Depois de um tempo deitada, me levanto e vejo que Violet havia praparado um banho para mim. Ela está limpando a penteadeira e assim que percebe que acordei começa:

- Quem bom que acordou, não sei se sabe, mas já são quase cinco da tarde.

Mayson, combinei de encontrá-lo na salão de bailes para que ele me ensinasse a dançar. No início não achei isso uma boa ideia, mas não sei... agora eu quero isso, quero me distrair um pouco e quem sabe esquecer de alguns problemas, pelo menos por enquanto.

- Violet, preciso ir - digo apresada - Mayson está me esperando.

- Mayson? O princípe?

- Sim...

- Okay - ela diz com um sorriso maroto, não entendo o por que, mas acabo rindo junto. - seu vestido já está no banheiro.

Paro e penso. Passei os últimos dois dias dentro de vestidos e saltos. Não aguento mais isso, sinceramente não sei como a rainha consegue.

- Bom, aí tem calças certo? Pode preparar uma para mim?

Ela sorri e responde:

- Claro. Como quiser.

Violet é incrível. Acho que sim, posso dizer que ela é uma amiga. Uma grande amiga.
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
Saio pela porta e ao descer as escadas já estou no salão de baile. O salão fica basicamente na entrada do palácio, e as escadas dão direto para lá. Acredito que seja assim para que as entradas da família real fiquem mais esplendidas do que já são. E eu em breve farei parte disso.

Estou com uma calça jeans escura e uma camisa de manga longa florida - que para mim é bem social - e infelizmente não consegui fazer Violet dispensar o saltos, ela disse que "uma dama tem que usá-los", não questionei, afinal, por que faria isso? Ela já faz muito por mim.

Prendi meus longos cabelos castanho em um rabo de cavalo alto, minha franja caidinha de lado. Sem maquiagem, nada demais. Na verdade estou como sempre, porém parando para pensar, nunca me vesti assim aqui dentro, suponho que não seja tão normal se vestir assim por aqui. Acho que os vestidos dominam.

Mayson está em frente a pequena caixa de som dele. Está com a roupa social de sempre, porém sem o blaizer ou a gravata e o cabelo mais despochado, admito que isso o deixou bonito. Ele está parecido com o jovem de dezesseis anos que ele é e não com o homem adulto que o pai dele quer que ele seja.

- Oi - digo me aproximando.

Ele se vira e rapidamente me deparo com aquele olhos azuis, que me encaram sem parar. Ele me olha de uma forma... estranha, me encarando e sorrindo.

- Você está... bem?

- Claro - ele responde ainda com aquele sorriso maravilhoso nos lábios - é só que... você veio.

- Mayson, eu moro aqui. Não tinha muita escapatória.

Rimos juntos. Mayson era estranho ás vezes, não que eu convivesse com ele a muito tempo, mas... dois dias foram suficientes para entendê-lo bem.

- Bom, se é assim - ele estende a mão com a música rolando - vamos? Prepare-se para ter a melhor aula, com o melhor professor.

- Convencido... - digo rindo - vamos lá.

Meio sem jeito pego em sua mão e como da última vez um leve arrepio percorre meu braço. O que por Deus está acontecendo comigo?

Ele me puxa para perto e institivamente me afasto dele. Não estou nada confortável com a situação.

- Harley - ele começa sério - é valsa. Você tem que estar perto da pessoa com quem dança.

Assinto e novamente me aproximo dele. Com suavidade nos conduz numa dança lenta.

- Ai desculpa - piso no pé dele. O desastre é meu nome do meio nessas horas.

- Está tudo bem - ele diz rindo. Mayson é uns quinze centímentros mais alto que eu. O que dá uma perspectiva bem diferente dele.

Piso novamente em seu pé e dessa vez é demais para mim. Me afasto.

- Desculpa. Não dá. Deixa pra lá, eu nunca vou aprender a fazer isso.

Me viro para subir as escadas e voltar para o quarto quando ele pega minha mão e com uma suavidade invejável diz:

- Harley, você nunca vai saber se consegue se nem ao menos tentar direito. Vamos. Não fuja de tudo que não conseguir fazer. Tente.

Aquilo soou mais como um conselho do que como um tapa na cara. Ele resumiu tudo que estou passando nos últimos dias em poucas palavras. Inacreditável.

Volto para o salão e dessa fez sou bem mais cuidadosa. Não pisei mais no pé dele e uma hora depois estavamos dançando uma valsa, ouso dizer, quase perfeita.

- Viu só? - ele diz ainda me conduzindo - você é boa nisso.

- Ah claro, sem contar as vezes que pisei em você, certo?

- Bom... - ele me gira - também.

Sorrio para ele. Não tenho palavras para explicar o que sinto agora. Só o que sei é que nessa confusão de sentimentos e dança não percebo o salto que deixei de lado para dançar e esbarro nele. Senti minha pele gelar no momento em que percebi que iria me espatifar no chão.

Mas antes que isso acontecesse, sinto uma mão me segurando e rapidamente me levantando, nos deixando a poucos centímetros de distância.

Sinto sua respiração em meu rosto. Mayson está mais perto do que deveria.

- Ah... - me afasto dele - obrigada.

- Você está bem? - ele pergunta também se afastando.

Não respondo, por algum motivo isso mexeu comigo, uma coisa louca, não sei como explicar.

- Harley! Oi! - ele diz estalando os dedos em frente ao meu rosto. Me dou conta de como aquilo pode estar parecendo estranho para ele. Então rapidamente me recomponho.

- Sim. Estou sim. Mayson, preciso ir. Desculpa, a gente cotinua outro dia.

Subo as escadas sem nem mesmo esperar resposta. Não quero ouvir uma resposta. Na verdade não sei nem mesmo o que estou sentindo. Foi tudo muito louco e posso afirmar que Mayson me causa emoções loucas demais para explicar em palavras.

CONTINUA...

Uma Coroa em Minha Vida    [CONCLUÍDO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora