"Obsessed"

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Sasori detestava hospitais. A última vez que entrará em um fora a cinco anos. Ele tinha acabado de salvar sua família de um cativeiro fétido, e precisou passar uma semana no hospital com Naruto até que ele conseguisse ficar de pé novamente. Se lembra de não conseguir dormir durante aqueles dias. Sempre que fechava os olhos, a imagem de seus dois irmãozinhos abraçados no canto daquela jaula lhe vinha na mente. O choro infantil preenchia seus pensamentos e ele simplesmente não conseguia dormir.

O fato é que agora ele estava frequentemente em um hospital. Olhando Sakura, Kushina ou Tsunade correrem pra lá e pra cá tentando diminuir o índice de mortalidade no mundo. Essa noite em especial havia sido nauseante. Ele não devia estar aqui, devia estar em casa, cuidando dela. Mas foi incapaz de negar algo à Sakura.

Sempre foi assim. Desde que eram crianças ele não havia conseguido uma vez sequer, ignorar o que ela precisava. O seu mundo girava ao redor dela. Sua pequena boneca de porcelana. Não era uma relação saudável e agora ele tinha noção disso. Ele ignorou piamente tudo ao seu redor a vida toda. Naruto... Konohamaru... Seus pais... Itachi... Neji... Ele à amava de uma maneira que era difícil respirar longe dela. Ela era perfeita.

Pelo menos era o que sua mente adolescente perturbada achava. Ele não conseguia transar com Sakura. Toda a vez que a ideia lhe vinha a mente seu estômago embrulhava. Ela era pura. Não podia tirar isso dela.

Perfeição.

Ela obviamente se cansou. Achou que ele não há desejava ou qualquer maldita insegurança feminina que se passasse em sua mente. Ela o deixou, ele se perdeu.
Ele não se lembra do exato momento em que decidiu usar heroína. Mas se lembra da letárgia, da sensação de flutuar. Era o que ele precisava, se desligar do mundo para poder esquecer que sua boneca não o amava.

A rosada se arrependeu. Voltou pra ele. Mas não era mais pura, não havia mais perfeição. E por mais que tentasse, Sasori não sabia lidar com aquilo. Ela estava quebrada, ele não queria sua boneca quebrada. Mas também não há queria longe, então a manteve por perto. E quando não conseguia lidar com o fato de que ela tinha defeitos, corria para a droga e, consequentemente pra Hanabi.

A garota era tóxica, em todos os sentidos da palavra. Mas ele também era, então não via problema em estar com ela. Ela não era perfeita, nela ele podia tocar. Naruto o alertou uma centena de vezes. Mas seu irmão não passava de um mimado, brincando de gato e rato com os irmãos Uchiha. Ele não resolvia sua própria vida e queria lhe dar sermão. Era patético. Não passava de uma puta. E Sasori lhe disse isso.  Com todas as palavras. Seu otouto nunca mais tentou lhe ajudar. E mesmo que o loiro o tenha perdoado, ele mesmo nunca se perdoou por aquilo.

Sentado ali, vendo as pessoas correrem pra lá e pra cá. Esperando a garota que amava e que jamais poderia ter. Sentindo o cheiro enjoativo do hospital ele finalmente se deu conta de algo que nunca percebeu todos esses anos. Se ele tivesse escutado Naruto, ou tivesse pedido perdão à ele, a vida de todos teria sido diferente.

Sakura estava nervosa. O relógio de ponteiro na parede, fazia um som tremendamente alto na sua opinião. Ela não sabia se devia avisar Sasori que estaria no quarto andar. Ele certamente ainda o esperava no corredor da emergência mas ela havia sido solicitada no consultório da obstetrícia. Essa sala pertencia ao doutor Akimichi, mas ele certamente o havia cedido ao doutor Yakushi.

Kabuto Otsutsuki era o maior pediatra obstetra da Ásia, era tão bom que o chamavam de Yakushi*. Ninguém entendeu ao certo o porquê de ele resolver, de uma hora pra outra atender no hospital. Ainda mais determinar uma residente como sua auxiliar. A Haruno estava em êxtase, uma cirurgia daquela seria um carimbo de ouro no currículo. Kushina havia prometido ir vê-la antes da operação, iriam separar gêmeos siameses, mas à essa altura ela já imaginava que não viesse. A porta finalmente se abriu e ela inspirou fundo.

-Doutora Sakura Haruno!- a voz suave do homem preencheu o cômodo.

-Doutor Otsutsuki...- ela emitiu tentando parecer firme enquanto o observava se sentar à sua frente- É um prazer conhecê-lo!

-Imagino que seja- ele sorriu e se sentou juntando as mãos por sobre a mesa- Eu investigue sobre você.

-I-investigou?- ela engasgou.

-Não a chamaria para me auxiliar em uma cirurgia sem avalia-lá antes... certo?

-C-claro. Eu entendo...- ela o observou pegar uma ficha sobre a mesa- Eu gostaria de agradecer pela oportunid...

-Primeira da turma certo?...- ele lia- oradora. Fez um curso de verão na Dinamarca! Impressionante.

-Obrigad...

-Noiva de Sasuke Uchiha, do setor de tecnologia do Japão!- ele sorriu e a encarou- É como ganhar na loteria!

- Eu não entendo o q...

- Eu conheci a sua rival. Ela ficou internada na minha clínica durante a gestação.

-Rival? Acho que deve estar me confundindo com outra pessoa.

- Não, era você! Ela vivia delirando sobre como odiava você. Sobre como você tomou Sasori Namikaze dela.

-...- Sakura parou de respirar. O que esse homem estava dizendo?

-Hanabi Hyüga- ele se escorou na cadeira e sorriu nostalgico- minha paciente mais bonita. Teve uma gestação difícil. O pai dela Hiashi, a escondeu comigo por sete meses aproximadamente. Mas no seu último suspiro ela amaldiçoou você... por tomar o que lhe pertencia.

-D-do que o s-senhor está falando?- Sakura apertou as mãos sobre o colo- Hanabi se matou.

-Ah não querida Sakura. Ela morreu por não suportar o parto. De uma gravidez que o pai dela escondeu do mundo. E ele preferiu que ela tivesse "se matado" por depressão, do que contar à todos que sua preciosa princesinha havia engravidado aos 17 anos.

-P-porque está me dizendo isso- ela sussurrou e ergueu o olhar- O que quer de mim?

-Eu não devia estar aqui... devia estar cuidando das minhas pesquisas. Mas claro que Toneri tinha que fazer alguma merda- suspirou se pôs de pé- família é algo incoveniente mesmo né? Meu irmão se mete num esquema pesado...- ele tira o revólver da parte de trás da calça- e resolve cobrar as dívidas que eu tenho com ele.

-Doutor Kabuto...- ela se encolheu apavorada- isso é...

- Eu não queria ter que matar você- ele a corta apontando o revólver de maneira entediada- vai destruir meu nome é blá blá blá...- ele sorriu e parou na frente dela ainda apontando o revólver- mas meu irmão não é do tipo que aceita um não como resposta.

Ela sentiu ele deslizar o revólver pelo rosto.

- Sinto muito querida! Veja pelo lado bom- ela abriu os olhos e o encarou- se você foi uma boa menina. Não vai para o mesmo lugar que a Hyüga!- Kabuto suspirou- Agora se você não foi, espero que esteja pronta para encontra-la no inferno!

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