Capítulo 69 - Souvenir

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  Parei em frente à uma mesa larga num canto com vários acessórios em seu centro. Eram bijuterias feitas com pedras de diferentes cores, cordas finas e outras partes.

  Pelo canto dos olhos, vi um homem de cabelos vermelhos se aproximar. Foquei me no mesmo e fiz uma análise rápida sua.

  Ele era pálido, olhos verdes claros, cabelo liso curto com uma trança maior que o restante tocando seu ombro. As roupas pretas eram clássico, rasgos aqui e ali que as tornavam charmosas. Acho que ele tinha no máximo, uns 300 anos.

  Ele sorriu pra mim antes de perguntar:

- Boa noite. Posso ajudar?

- Claro. - Respondi. - Eu estou procurando por alguma coisa para dar de presente a um Senhor.

- Tudo bem. Dê me algumas especificações sobre ele para que eu possa te ajudar. - Pediu.

  Mordi o lábio inferior nesse momento. Como descrever Henry?

- Ele é um Senhor das Trevas. - Comecei. - Tem tudo o que o dinheiro pode comprar e muita gente pra encher o saco dele.

O homem sorriu mais uma vez.

- Posso imaginar que tipo de Senhor ele seja. - Disse por fim. - Pois bem, pode me dizer qual o seu tipo de relacionamento com ele? Isso me ajudará a saber melhor o que lhe recomendar.

Assenti com a cabeça mostrando compreensão diante de suas palavras.

- Nosso relacionamento é... Confuso. - Sussurrei pensativa. - Eu gosto dele mais do que uma amiga e talvez ele sinta o mesmo, mas... - Suspirei. - As coisas que acontecem não.. não colaboram para nós.

  O homem assentiu com a cabeça. O mesmo colocou a mão num bolso da frente de sua calça e tirou dali uma cordinha de cor negra, essa tinha um pingente em si de cor branca, era uma pedra bonita. Ele me deu o objeto.

- Essa é uma pedra vinda das terras sagradas de nosso mundo, onde dizem que a Mãe natureza habita. O que você vê aqui, é um amuleto de proteção cuja força se baseia diante dos seus sentimentos pelo tal homem. Dê isso a ele, e o mesmo terá mais uma arma para se defender de seus inimigos. - E me deu o amuleto que caiu em minhas mãos logo em seguida tomando a cor vermelha.

- Por que..

- É sua força. A força dos seus sentimentos que o carregou.

Pisquei os olhos rapidamente algumas vezes encarando a pedra.

- Quanto custa? - Perguntei assim que meus olhos voltaram para o homem diante de mim.

Ele sorriu.

- Nada. - Respondeu me surpreendendo. - Eu já a esperava essa noite. Fui avisado por alguém que lhe quer muito bem que a senhorita viria atrás de algo para seu amado, que aliás, não é alguém em comum, não é mesmo, jovem luminiana? - A surpresa me tomou. Eu não soube nem o que dizer. Ele sabia demais de mim. - Não se preocupe, tanto quem me avisou quanto eu mesmo, não lhe desejamos mal. - E então ele se virou para seu lado, encarando alguém. - Ao contrário, estou feliz em conhecer a mulher que roubou o coração do meu jovem príncipe.

  Foi nesse momento que meu coração deu pulos. Segui seus olhos até encontrar um rosto muito familiar.
Só vi quando ele saiu de trás de uma das estantes ali e tirou o capuz do casaco preto o jogando para trás antes de reconhece lo. Aquelea olhos castanhos dourados me encararam.

- O que você faz aqui? - Perguntei baixo.

Henry me encarou com uma expressão que se dividia entre o medo e a audácia.

- Você me seguiu. - Sussurrei ao vê lo daquele modo.

- É perigoso para você estar andando por aí sozinha, ainda mais de noite. - Disse.

Prendi a respiração por um momento. Estava analisando a situação, decidindo se seria tomada pela raiva de ter alguém na minha cola, me seguindo por aí, ou se acharia atencioso de sua parte se preocupar comigo. É claro que eu, anta, me decidi pela primeira opção.

O homem ao meu lado fez uma reverência a Henry nesse breve período de silêncio. Henry não tirou os olhos de mim.

- Agora está se preocupando de verdade comigo ou está tentando fazer isso para se redimir por ter sumido no meu pior momento desde que eu vim pra esse mundo? - Perguntei cruzando os braços.

  Henry suspirou.

- Eu também estava num momento ruim, tá legal?

- Não me venha com essa. Você já estava afastado de mim antes do que houve com seu pai. - Lembrei o.

- Eu tive meus motivos. - Disse desviando os olhos para o chão.

Um segundo de silêncio.

- Pode pelo menos me contar os tais motivos? - Perguntei em tom mais calmo.

  Ele negou com a cabeça. Mais silêncio.

E lá se foi minha calma. Caminhei em sua direção.

- Sabe de uma coisa? - Coloquei me diante do mesmo e peguei seu pulso colocando o amuleto em sua mão. - Fica com isso antes que eu me irrite mais. E não me siga mais ou eu vou te expor no meio da rua. - Avisei. Afastei me dos dois ali e fui em direção a saída. Antes de fechar a porta atrás de mim, lembrei me de algo. Sem sequer olhar para trás, eu falei: - Feliz aniversário pra você.

Os Senhores: O Segredo De AureatusWhere stories live. Discover now