Prólogo

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   Seja bem-vindo, meu caro leitor, a Aureatus, o mundo dos Senhores. Espero que, assim como eu, você possa sentir a magia e o encanto que cerca esse mundo de reis e rainhas em pleno século XIX.

Obrigada por dar uma chance a essa obra. Fiz com muito amor ♥

🌌

Narrador

1000 A.C

  O vento da meia noite soprava vindo do norte. Luzes vinham de todas as partes naquele lugar, fosse dos troncos brilhantes das árvores, fosse das flores de plantas que se agarravam às paredes e pilares de cada canto e até daquele céu mais brilhante do que qualquer outro lugar no universo.

   Haviam guardas por todos os cantos do castelo, centenas divididos pelos andares da construção.

  O silêncio era o som que predominava tudo por ali àquela hora, eram muitos os olhos atentos. Pena que sombras não tinham som, e os olhos, bem, só podiam vê-las praticamente se essas quisessem.

  Sobre as trevas que se formavam onde a luz não alcançava, lá estava ela, se arrastando devagar por entre as paredes, sobre as trancas de portas até que chegasse ao interior do lugar. Era muito cuidadosa para não ser notada.

   Sabia que o rei dormia numa das torres mais altas dali então apenas se juntou a escada e foi subindo. Passando por corredores extensos, pôde escutar risos, cochichos e coisas do tipo. Ainda encontrou um casal aos beijos em um canto nas sombras. Pelos trajes de ambos, notou ser uma empregada e um guarda. Os dois eram muito jovens, não deviam ter mais que oitenta.

  A sombra ficou ali observando o casal por um breve momento enquanto se perguntava se onde vivia isso também era comum. Logo voltou a realidade e seguiu seu caminho.

  Agora passava por mais uma escada, depois outra e outra. Teve que parar mais algumas vezes, afinal, guardas eram o que não faltavam ali. Mas tudo bem, desde que fosse cuidadosa, não seria percebida.

  Logo encontrou uma entrada com duas portas conjuntas numa torre, provavelmente era atrás dessas que o rei descansava, e foi por uma que passou por baixo, assim encontrando seus alvos.

  Em uma enorme cama, havia uma mulher coberta por lençóis de seda dourada, dormia profundamente. Já o homem tinha adormecido em uma poltrona de frente para uma lareira cujas chamas ainda ardiam com intensidade, esse no qual tinha um livro em mãos aberto. Com certeza ele não planejava dormir ali, a coroa no alto de sua cabeça revelava isso.

   A sombra se pôs em sua forma original, se materializando num homem alto, magro e pele pálida. Não era possível ver a cor de seus cabelos devido ao capuz do casaco que usava, esse que lhe cobria boa parte da cabeça.

  Em silêncio, com todo o cuidado para não fazer um sequer barulho que pudesse despertar alguém, ele primeiro se aproximou da mulher, pôs-se ao seu lado, a encarou por um momento passando seus olhos dos cabelos fortemente azuis dessa até o pescoço e tirou do bolso uma adaga cuja lamina era prateada.

  A primeira coisa que fez foi pôr a mão na boca da mulher que mal teve tempo de despertar direito e emitir algum som enquanto o visitante lhe rasgava a garganta.

   A vida lhe deixou com seus olhos ainda abertos, fixos em seu assassino.

   O estranho então veio em direção ao homem que dormia tranquilamente na poltrona, estava tudo indo conforme o planejado se não fosse por uma madeira solta no piso que rangeu acordando sua próxima vítima. Mas isso não fez muita diferença já que o visitante foi ágil e pôs a adaga em frente ao pescoço do homem.

  Assustado, a vítima respirava com pesar. "Quem era?" Ele se perguntava. "O que queria?"

- Olá, meu velho amigo. - O estranho disse num sussurro em seu ouvido.

  O homem reconheceu a voz imediatamente, mas não teve tempo de dizer uma sequer palavra. A lamina era tão afiada que cortava com facilidade sem precisar de muita força.

  Sua cabeça pendeu apoiada agora para o lado da poltrona enquanto o sangue jorrava por suas vestes reais.

  A coroa caiu ao chão, o som ecoando pelo cômodo enquanto essa rolava para então parar perto do tapete.

  O estranho sabia que aquele som podia chamar atenção e, logo em seguida, voltou ao estado anterior, correndo pelas paredes enquanto partia.

  O sangue continuou a jorrar, gotas escuras pingavam sobre uma das páginas ao qual se encontravam expostas no livro. A primeira delas caiu em uma palavra que ainda será muito dita neste livro.

Amigo.

Os Senhores: O Segredo De AureatusWhere stories live. Discover now