55 - Um enterro

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- Estou inteiramente ao dispor dos senhores.

O investigador também não perdeu tempo.

- Teve algum contato com Nanna, após os últimos acontecimentos na escola MES?

- Claro! Vários. Estávamos namorando, como o senhor bem sabe, e foi nesta infeliz época que terminamos nosso relacionamento, mas nos falamos algumas vezes.

Turner tomou a palavra.

- Eu posso saber por que se separaram?

- Caro investigador, creio que se eu mentir ao responder essa indagação, o senhor não terá como confirmar a minha informação...

- Mesmo assim eu gostaria de ouvir a sua versão, já que conheço a dela - disse Thompson devagar.

- Ora, mas como poderia saber? Eram amigos também?

- Sim! Colegas de trabalhos, por assim dizer - respondeu o investigador - Mas isso o senhor já sabia.

- A minha dúvida, Sr. Mitchell - continuou Thompson - é saber a quanto tempo o senhor  já sabia, antes de terminarem o relacionamento.

- O senhor deve concordar que esta é outra declaração para a qual posso muito bem inventar qualquer resposta.

- Mesmo assim... - interveio Turner.

- Já que insistem, vou contar desde o princípio. Conheci a bela Nanna no centro de Londres, no final das olimpíadas do ano passado. Depois disso passamos a nos ver e uma coisa levou a outra, onde chegamos até a dividir um apartamento, minha primeira experiência do tipo.

- Estávamos muito bem, até eu retornar para a escola, a convite do professor Green, para auxiliar na nova peça que estava sendo montada. Acredito que quando Nanna me viu ali, enturmado com aqueles outros alunos, ela tenha sentido na pele a nossa diferença de idade e isso tenha sido o estopim para nossa separação.

- É claro que fui eu quem terminou, deixando de procurá-la, assim que saí da MES, e ela logo compreendeu, pois também nem me ligou. Creio que foi melhor assim.

Derick se calou enquanto Thompson fechou sua pasta de anotações.

- E o que sentiu ao descobrir que Nanna era uma detetive da Scotland Yard? - insistiu o investigador.

Pela primeira vez naquele encontro, Thompson percebeu que Derick não tinha uma resposta na ponta da língua.

- Tudo bem! Em nome da nossa amizade -  começou ele rindo - eu vou dizer o que verdadeiramente me passou pela cabeça. Concluí que havia feito a coisa certa em me separar dela, pois me senti usado.

- É claro que esse sentimento infantil evaporou rapidamente da minha cabeça, pois Nanna demonstrava estar mesmo apaixonada por mim e tenho certa experiência em teatro para dizer, com certeza, que ela não estava mentindo quanto a isso.

- Acredito sinceramente que ela se aproximou de mim para me investigar, mas depois não conseguiu controlar seus sentimentos. Tive vontade de falar sobre isso com ela, mas infelizmente não tive tempo, como já sabem...

- Então planejava ainda revê-la? - disse Thompson abrindo novamente sua pasta de anotações.

- Sim! Terminamos, mas eu ainda gostava dela. Na verdade, foi ela que fez contato comigo, para saber detalhes sobre um determinado diário...

- Ah, havia me esquecido disto, Sr. Mitchell. Uma grande coincidência o senhor falar sobre isso.

- Por que o senhor diz isso?

- Estranhamente, na data em que a detetive Nanna desapareceu, ela retirou do arquivo de provas justamente o diário da Srta. Campbell. E depois deste dia esta prova material desapareceu com ela e não mais foi encontrado.

- Acredito que se pegarem o professor Green encontrarão com ele aquele interessante diário.

- O senhor está dizendo que Nanna procurou o professor para buscar informações sobre esta prova desaparecida também?

- Mas é claro! Se tem alguém no mundo que sabe tudo sobre aquele diário, é o nosso amigo Adam, por dois motivos muito simples, que eu suponho que os senhores já sabiam...

- E quais seriam eles? - questionou Turner.

- O primeiro, um tanto óbvio, é a espetacular fuga do professor, bem embaixo do nariz dos senhores - disse Derick em meio a um sorriso sarcástico.

- E o segundo é mais óbvio ainda, afinal ele tem a obrigação moral de conhecer toda a história sobre a finada Catarina Campbell...

- Seja mais claro, Sr. Mitchell - pediu Thompson.

- Bom, ela pertenceu a família que o acolheu, quando ele ainda era um garoto de rua...

O investigador rabiscou calmamente aquela nova informação a ser investigada, que trazia interessantes respostas para muitas das dúvidas que ainda constituíam aquele complexo caso, mas uma outra questão foi embora com ele, quando deixaram Derick, e Thompson a comentou com Turner quando retornavam para Luton.

- Tem ideia de como o Sr. Mitchell pode saber tanto sobre o passado do professor Green?

- Bom, eles são amigos. Podem ter conversado sobre isso...

Mas Thompson não ficou satisfeito com aquela explicação. Não mesmo...

Encenação MortalWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu