55 - Um enterro

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Ela foi encontrada onde o bilhete diria que estaria: numa das casas abandonadas, a cerca de dois quarteirões de onde desapareceu.

Uma força tarefa foi criada para seguir a pista encaminhada pelo investigador Thompson e menos de 24 horas depois, ele recebeu a triste confirmação.

Pediu autorização para o comissário de Luton para se dirigir até Londres e junto com seu parceiro Turner, chegaram a tempo de ir para o enterro da detetive Nanna, que ocorreria no Cemitério de East Finchley.

Horas antes, Thompson recebeu a confirmação de que ela fora assassinada devido a uma facada, que a atingiu em seus órgãos vitais.

Em sua mente ele não conseguia associar a morte dela ao professor Green e como ele mesmo dissera, o caminho para chegar ao assassino seria através dela.

Não conseguiram encontrar pistas no seu celular, a não ser ligações do seu ex-namorado, que não apareceu durante o enterro, mas Thompson imaginou que ele não havia sido informado do ocorrido.

Mesmo assim queria que Derick tivesse aparecido, pois queria conversar com ele sobre o que Nanna poderia ter em mente, a respeito de todo aquele caso. Gravou a ideia em sua mente e se preparou para os momentos finais de despedida da detetive islandesa.

Viu quando os oficiais chegaram carregando o seu caixão e o depositaram bem próximo ao local já preparado para enterrá-lo. Viu também a aproximação da família e demais conhecidos do trabalho. Manteve uma distância discreta e jurou para si mesmo em se empenhar ainda mais para prender o seu assassino.

Depois do término da cerimônia, se reuniu com membros da Scotland Yard e lhes pediu duas gentilezas.

Em primeiro lugar queria que eles lhe enviassem copias de todos os documentos que Nanna confeccionara e que tinham relação com o caso, para que ele pudesse estudá-los.

O segundo pedido era somente que uma vigilância eletrônica fosse colocada em torno do local onde ela fora sepultada, pois Thompson suspeitava que o possível assassino a visitaria.

Dias depois recebeu a confirmação de dois suspeitos que teriam visitado o túmulo de Nanna, em horários nada convencionais, para poderem ter o máximo de privacidade.

Quando recebeu as imagens reconheceu os dois homens na hora. Um era Derick e o segundo, por mais incrível que pareça, era o professor Green.

Questionou se a polícia tinha seguido os mesmos e, como já suspeitava, perderam a pista de Adam, que facilmente os ludibriou. Já o endereço do ex-namorado lhe foi enviado e no dia seguinte, Thompson e Turner o visitaram em seu apartamento, em Londres.

Derick abriu a porta vestido com um agasalho de corrida e não pareceu estar surpreso, convidando-os imediatamente para entrar.

Já acomodados na pequena sala, ele foi direto ao ponto.

- Em que eu posso ajudá-los, investigadores? Sabem de mais alguma coisa em relação ao assassinato de Nanna?

Eles se entreolharam.

- Como sabe que ela foi assassinada, Sr. Mitchell? - questionou Thompson - Isso não foi divulgado na imprensa.

- Creio que os senhores não devem subestimar a minha inteligência. Por que colocariam câmeras para vigiar um túmulo, se algo maior não estivesse acontecendo?

- Nos pegou, Derick! - disse sério Turner.

- Sim! - completou Thompson - O senhor é muito detalhista. E sim, viemos aqui, pois estamos auxiliando a polícia londrina na investigação da morte dela.

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