Capítulo 46

587 34 0
                                    

Lorena

Pego Bash no colo indo pro mercadinho do Zé. Pego umas besteiras, umas frutas..

Logo volto pra casa.

- Mamãe posso ir bincar na rua?

- Você é muito novinho menino. - toco seu nariz e ele ri.

- Papai deixa.

- Não sou seu pai. - lembro. - Brinca com meu celular. - entrego pra ele desbloqueado.

Faço um macarrão ao molho branco de frango, obviamente. Uma delícia. Faço um suco que maracujá e guardo na geladeira. Isso tudo e ai da são 10:29.

Suspiro esperando que o tempo voe.

- Cheguei!- ouço a voz de Samy.

- Cozinha. - respondo.

- Fala amor, fala moleque. - ele me da um selinho e depois bagunça os cabelos de Samyr.

- Posso ir bincar lá fora pai? - diz colocando o celular na mesa.

Samyr me olha e nego.

- Agora não. - diz pegando Bash no colo e sentando na cadeira com o mesmo.

-Comer. - ele pede.

- Coloca em um só amor. - ergo as sobrancelhas.

- Vou botar mas não sou tua escrava não. - ele ri.

Coloco a quantidade que Samyr come e mais um pouco pra Bash. Coloco na mesa e eles começam a comer. Ponho pra mim e como também.

Tava delicioso.

Samyr - uma hora antes.

Fico na boca contando dinheiro, é incrível como isso aqui tem mais puta que um bordel. Mais incrível o fato delas não aceitarem que eu e Mariano temos mulher!

Uma morena se aproxima com os olhos vermelhos, ela é bonita e tenho certeza que aquilo não é droga. Experiência é tudo nesse ramo.

- Samyr né?- ela sorri.

-O próprio. O que houve? - guardo o dinheiro na gaveta e tranco.

- Que? Vim conversar.

- Seus olhos. - aponto.

- Ma..machonha. - ela gagueja.

- Menina, sou experiente. Diz, vamo no meu escritório. - aponto pra porta da minha salinha.

- É maconha, loló. - ela explica.

- Vou fingir que acredito.- suspiro cruzando os braços. - Tem quantos anos?

- Semana que vem faço 16. - ela diz.

- Com quinze e já ta com o olho vermelho?- riu sarcástico. - Vem.

Fomos pro meu escritório.

- Por que ta nisso? - sinto na minha cadeira rodando. - Senta.

- Escolhas..- ela funga.- Escolhas.

- Tava chorando.- apoio os cutuvelos na mesa e junto as mãos.

- Não..- ela passa a mão no rosto.

-Foi uma afirmação. Qual teu nome?

- Letícia.

- Letícia, eu tenho vinte e oito anos, sou médico, to nessa por diversão e amizade. Aprendi a cuidar das pessoas, a perceber seus sentimentos e perceber quando devo me intrometer. - ela me encara com medo e surpresa. - E quando eu vejo, uma menina de quinze anos com drogas eu só imagino meu filho no teu lugar.

- Não sou..seu filho.- ela trava.

- Mas eu sou pai e não suportaria ver meu filho aí. Onde tu ta e falando com um traficante. Mas ele é filho de um. - ando pra frente da minha mesa e me apoio nela. - Vou em casa buscar comida pra tu, fica aí.

- Vai demorar?

- Vou tentar não demorar. - aviso.

Sub dono do Complexo Onde as histórias ganham vida. Descobre agora