Capítulo 17

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Mariano

Que porra! Por que diabos Samyr se distanciou do acampamento? Caralho.

Meu amigo, irmão...

Desde que era nascido eu conheço ele, não posso perde-lo, só tenho ele de família. Meu filho ainda nem nasceu...

Preciso do meu irmão pra quando meu filho nascer, Jairo nunca foi um bom irmão, boa pessoa, sempre foi inconsequente, prepotente.

Não posso perder justo agora o Samyr, ele é meu amigo desde que nasci, nossos pais eram amigos, nunca tivemos uma brigona, só desentendimentos.

Vivo ou morto eu nunca esqueceria ele. Mas prefiro mil vezes vivo, faria tudo por isso.

- Como ele ta? - Alanis me abraça por trás.

- Estável. - suspiro cansado.

- Ele vai acordar.

- Espero. - sou curto, amo Alanis mas não to com cabeça pra nada agora.

- Seu pai ligou. - ela solta a bomba e me viro pra ela.

- Que? Como é?

- Teu pai ligou. - cruzo os braços. - Ele quer que voltemos. Te quer em casa.

- Nem pensar, tu quer sair daqui só quando fizer dois meses lembra? Agora que tem três semanas e meia, Samyr ta instável, Lorena não quer ir embora....- ela me interrompe.

- Eu posso sair a qualquer momento, é até mais seguro. Vamos só quando ele acordar e estar estável completamente. E Lorena ta louca pra sair correndo desse lugar, ela ta muito abalada. - ela suspira e me viro de costas pra ela. -Ta na suas mãos Mariano.

Não quero voltar a ser desprezado, humilhado, pelo meu próprio pai e irmão. Praticamente fugi de lá, não quero! Não posso...

- Voltamos pro Rio. - chego a uma conclusão favorável. - Mas não ficamos no Alemão. - decido.

- Assim é melhor. - ela beija meu ombro. - Vou avisar teu pai.

Espero o pano da tenda parar de mexer indicando nenhum movimento por perto... me abaixo na altura de Samyr...

- Acorda irmão, preciso de tu. - sussurro no seu ouvido.

Lorena - 3 dias depois

- Posso ficar a sós com ele?- pergunto pra Mariano.

- Claro, vou tomar uma água. - ele passa por mim, beija minha testa e saí.

Eu e Mariano estamos revezando, só eu e ele, Alanis não pode. Um dia teve um ataque de pânico por conta do come de Samyr, tivemos que acalma-la pelo bebê e por ela.

Me aproximo da cama improvisada de Samyr. Alanis já fez 1 mês de gravidez, o pai de Samyr e de Mariano ligam todos os dias, Mariano nunca atende. Só Alanis ou eu. Mariano atende só o tio Samuel.

- Samyr, já fazem 4 dias desde o incidente, ja devia ter acordado, precisamos de te. Eu preciso de te. Temos que voltar pro Brasil, é mais seguro pra nós, os rebeldes tão se aproximando cada vez mais do acampamento. Os Estados Unidos ta bombardeando esse lugar direto...- fecho os olhos e uma lágrima desce,m aperto a mão dele. - Amor, sei que é tarde pra dizer que te amo, se que fui idiota, mas quero ter a chance de dizer que te amo enquanto olho nos teus olhos, quero ter uma família, uma vida contigo. - mais lágrimas descem.

- Me.. chamou de amor?

Sub dono do Complexo Where stories live. Discover now