LX - O Começo do Fim

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Hiems e Sirius saíram correndo com dificuldade morro acima. Assim que chegaram no barranco começaram a gritar o que todos ali mais temiam:

— Nakoushiniders! Estão aqui! Na base do monte!

Porém, levou vários segundos para que a mensagem chegasse a todos e que conseguissem entender o que aquilo significava.

Silena se virou no banco para encarar o tio, que já segurava Celina no colo.

— Vocês precisam sair daqui! Está fraco demais para lutar.

— Venha conosco. — Respondeu Tenebrisen sério.

— Mas...

— O Monte-Ala dos Curandeiros está desprotegido e estou fraco demais para lutar. — Disse o final da frase em tom irônico.

Silena levou alguns segundos para concordar, mas não tinha muito o que discutir, já que não tinha tanta experiência em confrontos e pela situação desse morro quando chegou iam com certeza precisar de ajuda.

Ao centro das mesas, Zilena subiu em uma delas, ficando a vista de todos e gritou:

— Cerquem-nos!

Aos poucos, aqueles que haviam vindo da Fortaleza de Vingüeval começaram a se posicionar em arco em relação de onde disseram que os nakoushinider estavam vindo. Traziam em mãos as armas jogadas nas laterais do que costumava ser o campo de treinamento.

Ouviram os primeiros soldados chegando antes de efetivamente vê-los. Usavam armaduras metálicas e alguns deles tinham capas com o símbolo nakoushinider costurado, porém todos empunhavam bestas que começaram a ser disparadas logo que encontraram os seres mágicos.

Anima, sem pensar duas vezes, partiu para cima dos invasores com o machado em mãos. Desviou de um dardo, esperando que ele não atingisse ninguém atrás dela. Golpeou o homem mais próximo no rosto, fazendo-o girar no próprio eixo e cair de frente na grama. Bateu com o cabo em um e lançou uma rajada de chamas em outro. Sempre desviando dos contra-ataques e dardos dos inimigos até que onze pessoas estivessem caídas inconscientes no topo da montanha.

— Vão! — Gritou ela para aqueles que a observavam atônitos e que começaram a correr na direção oposta a horda invasora, buscando proteção.

A alguns metros da guardiã do fogo, Sirius nem se mexia com o choque de ver a irmã em ação. Ela havia derrotado todos eles em questão de segundos e seus corpos permaneciam inertes na grama úmida.

Ao seu lado, Hiems caminhou hesitante em direção ao portal do qual havia acabado de fugir. Não tinha dúvidas da força de Anima, mas mesmo depois de descobrir que tudo ficara bem com o garoto que deixara para trás, iria manter a promessa consigo mesmo de nunca mais abandonar ninguém daquela forma.

Vendo os dois ficando ao seu lado, Anima sentiu uma pequena raiva por não irem atrás de proteção, porém ao mesmo tempo sentiu alívio por não se preocupar em perdê-los de vista. Empunhando o machado sujo de sangue nas mãos começou a descer a colina.

Em meio a correria, Semepolhian tentava desviar das pessoas e alcançar a luta, já juntando a maior quantidade de armas que conseguisse carregar para distribuir entre os seus, assim poderiam evitar ao máximo o uso de magia e adiar o cansaço, já que não tinham ideia de quantos eram.

Não muito longe da das águas, Groleo viu Tenebrisen, Celina e Silena, correndo em direção divergente ao resto das pessoas: enquanto todos rumavam para o Monte-Ala da Academia, eles iam para o dos Curandeiros e o guardião das pedras logo entendeu o que planejavam. Com dificuldade para cruzar a multidão, ele só conseguiu chegar ao trio pela lentidão que se locomoviam devido a condição de seu antigo companheiro que ainda tentava carregar a filha no colo.

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