XXXV - Encontros - Sirius

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Uma semana se passou desde que havia acordado e Sirius estava sentado na escada da varanda ao lado de Balírion deitado na grama.

Como você se sente? Perguntou ao companheiro.

Voo melhor, respondeu o dragão, mas não até a fortaleza... E sua perna?

Coloquei uma faixa, pelo menos alivia a dor e consigo andar... Só não até a fortaleza.

Os dois soltaram risos abafados disfarçando a tristeza. Entre as grandes árvores, Skinhago apareceu andando acelerado como de costume. Assim que o velho chegou na beira da escada, Sirius se levantou esperando o imimoya.

— Pronto para a rotina de ações? — Perguntou o mais velho.

O garoto suspirou concordando com a cabeça. Pouco depois, os dois estavam dentro da casa, Skinhago sentado sem a luva e Sirius de pé pegando os itens necessários. Com cuidado, o guardião regou o braço de madeira com uma jarra pequena, jogando água em toda a sua superfície. Em seguida, retirou as cascas secas demais para passar uma pasta esverdeada no lugar e, por fim, ajudou o espírito da floresta a colocar de volta a luva de couro.

— Pronto. — Declarou Sirius finalmente quebrando o silêncio após a quase hora em que ficaram ambos quietos enquanto o mais novo fazia os procedimentos. — Fiz tudo direito e na ordem certa?

— Finalmente, pela primeira vez sim.

— O que você fazia antes de chegarmos aqui?

O velho riu em tom irônico.

— Ah garoto, eu posso fazer tudo que você faz.

— Então por que não faz?

Skinhago olhou em seus olhos e em seguida encarou o nada com o semblante sério. Em volume quase inaudível disse:

— Parabéns, meu filho.

O imimoya se virou para ele e com a voz um pouco mais alta, mas ainda pesada começou:

— Você é um ótimo rapaz... Lamento ter que lhe pedir isso, mas...

Ele parou de falar arregalando os olhos e muito rapidamente se levantou.

— Venha! — Disse já perto da porta.

Extremamente confuso, Sirius tentou acompanhar o outro que quase corria. Nem ele nem Balírion entendiam o que estava acontecendo, mas, quando o imimoya abriu um portal na árvore, os dois o seguiram ainda que hesitantes.

Do outro lado, estavam numa parte da floresta com árvores muito menores e menos espaçadas tornando muito difícil para o dragão de porte médio se movimentar. Porém, o que mais chamava a sua atenção era a garota de sobrancelha unida ao lado de outro dragão os encarando.

— Você deve ser Silena, certo? — Questionou Skinhago.

— Você é "ele"? O conhece?

— Se conheço Tenebrisen? Sim e ele me avisou que viria. Agora vamos logo, antes que alguém nos veja.

Ainda sem entender nada, Sirius voltou pelo portal por onde tinham passado antes e viu pela ponta da visão a garota e o dragão se encarando antes de os seguirem para a casa na árvore na região mais ao centro da floresta.

— Pode me dizer quem é você? — A garota perguntou assim que o portal na árvore se fechou.

Até parece que ele responde fácil assim. O guardião da floresta brincou com Balírion.

— Sou Skinhago, último imimoya gravenar.

Sirius olhou para o velho com a confusão escondendo a leve raiva e inveja que sentia.

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