XVI - Respostas? - Sirius

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Quando o pequeno dragão de escamas em diversos tons de verde apareceu na sua frente, sua mente parou. Sentia as pontas de seus dedos tremerem. Olhou para Anima e, em silêncio, os dois concordaram em apenas dizer tudo para aquelas pessoas que acabaram de conhecer.

Tinham chegado na floresta, onde Groleo os mandara e encontrado não humanos que, no mínimo, podiam dizer o que é que estava acontecendo com eles... De vários ângulos, contar a vida deles para aqueles que tinham acabado de conhecer, não parecia uma boa ideia. Mas ainda assim, tinha que acreditar que estavam fazendo o certo... Porque estavam... Não?

Eu acho que sim... Eu espero...

Mas por que Groleo nunca lhes contara sobre... Aquilo? Por que esconder ISSO durante todo esse tempo? E por que jogar eles nessa bagunça e perseguição naquele momento? Apenas se ele não soubesse... O que, diante do que aquelas pessoas estavam dizendo, não parecia tão provável...

E então? A voz na sua cabeça o assustou. Se lembrou de Groleo contando como os dragões e guardiões eram capazes de se comunicar através da mente. Respirou fundo.

Qual o seu nome? Tentou perguntar do modo mais gentil que conseguia.

Não sei.

Nome incomum. Brincou.

Não foi isso o que eu disse. Ele tombou a cabeça para o lado. Eu não tenho um nome, Sirius.

Como sabe o meu?

Nossa, não se lembra de nada mesmo, não é? Quando os dragões nascem, eles têm todas as memórias de seus companheiros e conseguem se comunicar por pensamento até aprenderem a falar.

Dois arrepios percorreram sua espinha em resposta aos incômodos que sentiu: primeiro pela sensação de ter alguém com todas as suas memórias, até mesmo aquelas que não se lembrava, não ser agradável; segundo por quando o dragão subiu pelo seu corpo e parou em seu ombro ao deixarem o local do interrogatório que quase não respondeu.

E olha, também sei que você disse uma vez que se fosse um guardião, seu companheiro iria se chamar Balírion... Então, esse é meu nome.

Simples assim? Franziu o cenho.

Sim.

— Meu nome é Kalin, sou uma maga das raízes. — A voz da guarda o tirou de seus pensamentos.

Tinham subido a torre onde antes estavam presos e então parado no corredor com cinco portas.

— Esses são seus dormitórios... No oitavo lance de escadas. Espero que se acostumem com a subida até poderem usar seus poderes...

Ele entrou em uma das portas indicadas, a qual levava para um cômodo pouco menor do que a cabana. Havia apenas uma cama e um baú e presas às paredes de pedra tinham várias plantas, como heras, e fungos, como mofo.

Deixou a bolsa que haviam devolvido, mas só com as roupas que pegaram, e saiu se perguntando se não era melhor que ele e Anima ficassem no mesmo dormitório.

— E nossas armas? — Ela perguntou para a guarda depois de se reunirem do lado de fora.

— Estão com Semepolhian e Argristong. Ótimas armas que vocês têm... — Falou arqueando as sobrancelhas.

— Obrigado? — Respondeu a de cabelo marrom em dúvida enquanto Sirius tentava relacionar os nomes ditos com as pessoas que se apresentaram no andar de baixo.

Kalin riu nasalado e comentou com tom que Sirius não decidiu se era de deboche ou pena:

— Vocês não fazem ideia de nada, não é? Não sei se isso é um privilégio ou um problema.

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