Capítulo 47

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Kate saiu do apartamento e eu fui me arrumar. Coloquei meu casaco preto com touca e meus tênis. O dia parecia feio e achava que cairia uma vasta chuva. O caminho pro aeroporto foi rápido. Peguei um táxi e quando menos pensava já tinha chegado lá. Andar pelo aeroporto foi um pouco tumultuado. Às vezes as pessoas esbarravam em mim ou eu me esbarrava nelas, mas consegui chegar viva no balcão para comprar a passagem. Comprei a passagem rapidamente. Eu queria sair daqui de Los Angeles pela tarde, mas só havia voo para a noite. Comprei mesmo assim.

Quando pisei os pé pra fora do aeroporto. Uma grossa chuva caía. Xinguei por dentro. Se eu soubesse que a chuva iria ser forte eu teria vindo de botas. Coloquei a touca e saí à procura de um táxi. Por sorte encontrei um e logo entrei nele. Pelo caminho o taxista começou a falar comigo. Enfrentamos um pequeno trânsito. Quando o táxi estacionou em frente de uma lanchonete fiquei aliviada. Uma por que não teria mais que conversar com o taxista e outra por que a chuva tinha parado. Meu estômago começou a roncar e então decidi ir ver se tinha algo na lanchonete.

Pedi um grande copo de cappuccino e um lanche e fiquei sentada na mesa ao fundo observando a rua. Observando como as pessoas caminhavam rápido. Olhando como o tempo não parava. Eu via as pessoas entrar e sair da lanchonete. Adolescentes eufóricos entravam pela porta. Casais apaixonados passavam pela calçada. Quando percebi o lugar estava ficando vazio. Eu olhei a mesa longe da minha. E fiquei fitando o rapaz que mexia ao celular com a cabeça baixa. E estranhamente me lembrava Evan. Ele olhou pra mim e eu fugi de seu olhar. Era definitivamente Evan. Meu coração começou a acelerar.

– Colleen. Não é coincidência nos encontrarmos assim... do nada – eu ouvi Evan falar por detrás de mim, depois ele puxou a cadeira e se sentou a minha frente.

– Você está morto! Você é só uma visão. Me deixe... em ... paz. - eu falei com a voz falhando. E Evan segurou um riso.

– Eu estou morto. Só se for no seu sonho. Eu estou mais vivo que você e todas as pessoas juntas. - Evan apoiou os braços na mesa e fitou.

– Você é um desgraçado! - eu falei entre meus dentes. E Evan riu. Algumas pessoas olharam para a nossa mesa.

– Colleen, Colleen. Você não muda. Acreditou mesmo que eu estivesse morto? Você não acha que eu ande protegido. Tipo com um colete a prova de balas! Eu sei me proteger. - Evan disse franzindo um pouco o rosto e então enrijeceu o maxilar. Eu fiquei com medo.

– O que você quer agora? - eu falei rápido.

– Já que eu estou aqui. Por que não damos uma volta pelo quarteirão? - Evan relaxou o rosto e sorriu

– Acho que não seria uma boa ideia. - eu engoli em seco. Evan me olhava com diversão. Ele sabia que eu estava com medo.

– Se você não se levantar agora dessa cadeira e me acompanhar. Eu vou tirar meu revólver do meu bolso e vou atirar em todo mundo aqui. - Evan falou baixo. Eu olhei por todo lugar. Eu vi os jovens adolescentes rindo em um papo descontraído. Uma jovem mulher que estava com sua filha que devia ter seis anos e então na mesa ao meu lado. Vi outra mulher que segurava um pequeno bebê no colo. Olhei pra Evan que me fitava como um gavião. Levantei da mesa calma demais e Evan fez o mesmo. Ele passou um de seus braços sobre o meu e disse devagar no meu ouvido:

– Muito bem! Agora vamos fingir que somos um casal de namorados felizes. - pude sentir o sorriso de Evan. Eu tremia enquanto saía ao lado dele da lanchonete.

– Agora vamos andar até aquele carro preto. - estávamos na calçada da rua. Evan apontou para um carro preto de luxo que ficava na frente de outro cinco carros. Enquanto andávamos até o carro eu fiz uma pergunta.

– Como conseguiu comprar um carro desses? - eu não olhei pra Evan, mas senti seu olhar em mim.

– Com meu dinheiro. Que eu deixei guardado em um banco fora do país. Achou que eu iria fugir com um pé na frente e outro atrás Colleen? Eu tenho muito dinheiro! E conquistei muitas pessoas por aí.

– Seu golpista do cacete! - eu gritei entre os dentes.

– Não é a toa que eu aprendi com seu pai. -Evan riu e o meu maxilar se enrijeceu de raiva. Quando cheguei ao carro eu entrei dentro dele e esperei Evan entrar. Enquanto Evan estava distraído arrumando o cinto, não perdi tempo e soquei seu rosto com uma cotovelada rápida e desci do carro e saí correndo pela rua. Desapareci no meio da multidão. Ouvi o ronco do carro de Evan e percebi que ele estava atrás de mim. Corri apresadamente. Quando olhei de novo, a rua estava vazia. Ouvi o barulho do carro de Evan.

– Para de correr Colleen. - gritou Evan e eu olhei novamente pra trás. O nariz dele sangrava.

– Pode vir atrás de mim, eu sei me defender! - eu gritei de volta.

– Tudo bem. Se prefere assim. - Evan fez uma cara de nem aí e depois assobiou. Dois homens encapuzados apareceram. Um me segurou por trás. E eu fiquei me balançando até conseguir me soltar. Com uma das pernas boas, eu dei um chute no meio das pernas e o homem logo me soltou e caiu no chão se contorcendo. O outro homem veio correndo como um touro em minha direção. Sem souber pra onde ir. Eu peguei um pedaço de pau de aço que estava no canto da calçada e acertei em cheio a cabeça do homem. Depois eu olhei para todos os lados pra ver se tinha mais alguém vindo. Quando me virei para encarar Evan, ele já estava na minha frente. Eu tentei acertá-lo com o aço, mas Evan era habilidoso e o arrancou da minha mão. Ele me segurou pelo meu pescoço quando tentei nocauteá-lo de novo. Ele colocou suas mãos sobre meu nariz e tinha cheiro de algo muito forte. Eu tentei me soltar, mas minha visão foi logo ficando embaçada e eu me apaguei.


Pessoinhas a história já se encontra em seu fim, estarei postando os últimos capítulos

Trilogia Fatal - Furacão ( Livro 02 - COMPLETO)Where stories live. Discover now