Capítulo 16

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Liam me levou a todas as salas de treinamento. Tinha de luta. Arco e flecha. Natação. Tiro ao alvo com faca. Era um curso completo para ser um verdadeiro matador ou um espião. Liam me contou que todos os homens que ali estavam trabalharam em alguma força especial. Alguns eram do exército. Outros trabalharam como mercenários em vários países afora.

– E você já passou por algum comando especial? - perguntei a Liam enquanto deixávamos a academia.

– Sim! Trabalhei em Israel por dois anos inteiros e vi coisas lá nada agradáveis. Depois trabalhei na Sibéria como um assassino de aluguel. - ele falava como se fosse à coisa mais normal do mundo.

– E para que tipo de serviço você era mais contratado? - eu perguntei curiosa.

– Ah, por mulheres que eram traídas por seus maridos. E por homens covardes demais para fazerem acerto de contas. Só. - ele sorriu.

Agora Liam me levava de volta pra casa. Ele agora queria saber mais sobre mim.

– E então o que aconteceu com você. Não pude deixar de notar essa grande cicatriz na sua cabeça. - ele me encarou por um segundo, mas voltou a olhar para frente.

– Eu sofri um grave acidente. Meu ex-namorado tentou me matar. - disse secamente. E encarei sem graças minhas mãos e continuei. - Sofri uma grande contusão e fiquei por três meses em coma. Eu não me lembro de mais nada depois do acidente. Às vezes tenho vagas lembranças do que aconteceu, mas não passa disso. Não consigo mais se lembrar do meu namorado. Por esse motivo terminei com ele.

– Nossa. Sinto muito pelo que lhe ocorreu. É Evan o nome do canalha que lhe fez isso, não é? - perguntou Liam.

– Sim! Greg esta atrás dele e eu também! - eu voltei a encarar ele. Nesse instante Liam parou o carro. Nem percebi que já estávamos em frente de casa. Ele de repente me encarou com olhos frios.

– O que! Você que ir atrás de um maluco que tentou te matar! Isso é uma missão suicida. Você não pode fazer isso.

– Tá! Mas o que vou fazer? Ficar aqui sentada enquanto ele faz novas vítimas? Não! Não posso mais deixar isso acontecer. - eu falei um pouco alto demais.

– Você não foi feita para fazer esse tipo de coisa. Olhe pra você! Pequena e frágil! Você quase morreu.

– Eu quase morri por que eu estava indefesa! Não tinha nada para lutar. Se eu tivesse uma arma tudo poderia ser diferente! E não sou tão frágil quanto você pensa! - eu abri a porta do carro e saí furiosa.

– Amanhã eu volto aqui! - gritou Liam se divertindo com a minha fúria.

– Passar bem! - eu gritei de volta. Liam riu alto. Eu caminhei de volta ao apartamento e o xinguei alto.

– Idiota! Idiota! - dei um murro na parede. Doeu meu punho.

– Colleen. - uma voz familiar me chamou e olhei para ver quem era e para minha surpresa era Daniel. Fiquei sem graça.

– Daniel! O que faz aqui. - eu falei um pouco surpresa. Eu passei a mão no meu cabelo curto.

– Vim pegar algumas coisas minhas. Meu notebook com arquivos de trabalho ficou aqui. E você, por que está dando murro na parede. Aconteceu algo? - perguntou Daniel me achando estranha.

– Não. É que eu fiquei um pouco nervosa com Kate. Não se preocupe. - eu sorri sem graça. E de repente eu vi Liam surgindo atrás de Daniel.

– Ei! Você esqueceu sua bolsa no carro. Amanhã cedo eu volto para buscá-la. Tchau. - e como uma sombra ele foi embora e Daniel o encarava e depois voltou a me encarar.

– Quem é ele? - Daniel me perguntou com o olhar atravessado. Isso não era bom.

– É um dos seguranças do meu pai. - falei sem graça.

– E o que você fazia com ele. No carro dele! Colleen o que está acontecendo com você? - Daniel soou um pouco eufórico.

– Olha Daniel, muita coisa aconteceu depois que você se foi. Eu segui em frente. Foi isso. - disse um pouco sem graça.

– Ah então você não estava nervosa com Kate. Estava nervosa com esse brutamonte. Colleen o que está acontecendo? - senti a pressão e eu já estava nervosa o suficiente.

– Ele não é um brutamonte e eu não tenho nada com ele! Eu estava no escritório de Greg e ele me trouxe de volta. Agora não sei por que você está tão exaltado! Eu não tenho nada com você! Qual é o problema? - eu falei um pouco nervosa.

– O problema é que eu ainda me importo com você! Esse é o problema. - ele disse e eu fiquei completamente atônita. Não sabia o que dizer.

– Me desculpe. - eu disse a ele e andei pra fora do apartamento. Resolvi subir as escadas de emergência do apartamento. Não queria ter que encarar Daniel novamente. Ele parecia estar em todos os lugares que eu estava. Fiquei chateada com o que ele disse. Eu rezava todos os dias para que ele encontrasse alguém ou que eu me lembrasse dele. Mas o destino continuava a judiar de nós.


Trilogia Fatal - Furacão ( Livro 02 - COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora