Continuação do Prólogo

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* O prólogo saiu um pouco comprido, por isso estou dividindo ele, para a leitura não ficar cansativa, beijos amores :)


Caminhei de volta pro banco onde Kate estava sentada. Ela folheava uma revista de fofoca. Quando me aproximei ela largou a revista e me olhou com olhos aflitos.

– Ela está bem Daniel? Ela vai ficar bem? - perguntou Kate exasperada. Era uma pergunta da qual eu já estava acostumado a responder. Mas dessa vez era diferente.

– Dr. Marcel não me deu uma reposta. Ele disse que está esperando uma melhora no quadro da Colleen. - eu falei. Não queria falar o que realmente poderia acontecer com Colleen a Kate. Eu já estava nervoso o suficiente e não queria deixar Kate histérica também.

– Daniel você não é médico? Por que não pode ajudar? - Kate voltou a falar. Seus olhos azuis estavam vermelhos.

– Por que eu sou cirurgião cardiovascular. E mesmo se pudesse não poderia. Kate vai ficar tudo bem. A Colleen vai ficar bem. - eu tentei confortá-la.

– E se ela não ficar? E se acontecer alguma coisa? Meu Deus! - Kate se sentou no banco e segurou seu rosto com as duas mãos e voltou a falar. - Precisamos fazer algo. Nós precisamos salvar ela. - ela, por fim, me olhou. Eu respirei fundo e voltei a falar com ela.

– Kate só nos resta esperar. Infelizmente eu não sou nenhum super-herói e nem tenho poderes. A Colleen está na mão de um dos melhores médicos da cidade. Tenha fé e acredite que ela vai sair dessa. - eu a confortei e Kate assentiu a cabeça e vi que rolava uma lágrima de seu rosto.

Ela estava mais nervosa do que eu estava e eu a compreendia. Ela queria salvar a vida da melhor amiga dela. Na manhã seguinte o Dr. Marcel finalmente liberou a visita. A Colleen ainda estava na UTI em observação. Queria entrar sozinho, não queria que Kate viesse comigo, não queria que ela sofresse mais do que já estava. Mas a garota era realmente persistente e me pediu a amanhã inteira para ver Colleen. Tentei evitar, mas...

Na hora que entrei na sala e vi Colleen deitada sobre a cama foi realmente um choque. Sua pele estava pálida e seu corpo parecia frágil. Kate não aguentou quando a viu. Caiu em choro e ficou ainda mais aterrorizada quando a viu sem os cabelos. Infelizmente o cabelo da Colleen teve de ser raspado para fazer a cirurgia. Eu sofria calado. Me sentia vulnerável, mas não podia fazer nada. E olhar a Colleen daquele jeito só me deixava mais nervoso ainda. Pois eu sabia quem fizera aquilo tudo com ela. E ali estava Colleen. Um corpo meio sem vida e ainda assim lutava para viver.

Enquanto Kate chorava sobre o frágil corpo de Colleen. Eu me aproximei mais da cama e fiquei perto do rosto de Colleen. Eu alisei minha mão sobre a sua bochecha sem vida. Sua pele estava fria e mesmo estando desacordada, ela parecia terrivelmente cansada. Seus olhos estavam meio roxeados e seus lábios estavam esbranquecidos. Havia um grande hematoma no lado direito de sua testa. Me senti perturbado e terrível. Me sentia culpado por parte daquilo. Se ela não fosse atrás de mim nada disso teria acontecido. Preferia ter morrido ao vê-la ter de passar por isso. Agora não sei se vou poder tê-la de novo. Pois não sei se ela vai sobreviver.

Eu estava feliz com Colleen. Depois de tempestades intermináveis e dias cinzas que passei nos últimos anos. Colleen foi a luz que surgiu no fim do túnel. A primeira vez em que a vi. Algo nela me chamou a atenção. Seus olhos grandes e cor de mel e seu sorriso tímido. Depois seu jeito preocupado de ser. Gostava dela até quando ela sentia ciúmes de Verônica, minha antiga namorada. Era engraçado quando Colleen se irritava com coisas pequenas. Ela sempre fazia mais do que não podia fazer. Havia também algo de obscuro nela. Colleen escondia um passado sombrio e ela era cheia de mistérios. Ela nunca me contava o que era. Só me disse que a mãe havia sido assassinada, mas havia muito por trás disso. Como na vez que ela foi presa. Armaram uma pra ela e fez a polícia acreditar que Colleen poderia ser uma Serial Killer. Quando na verdade quem estava por trás de tudo isso era seu pai não biológico. Agora também acho que Evan possa estar envolvido nisso, já que foi ele que planejou todo o sequestro. Antes do acidente acontecer, ela me contou uma história muito complicada. Foi no mesmo dia que ela havia saído do hospital por causa da sua anemia. Ela me disse que seu pai era um Serial Killer e que seu verdadeiro pai era Greg, um homem com a feição carrancuda e de poucas palavras também. A Colleen não me deu muito detalhes de toda a história. Mas sabia que ela estava sofrendo.

Vivo me perguntando se Evan tem alguma coisa a ver com o passado da Colleen. E se tiver o que Colleen teria feito a ele. Eu sei que eles já foram namorados, mas parecia ter algo há mais nisso. Eram muitas perguntas sem respostas e eu não saberia se Colleen sobreviveria para me explicar.

Colleen era uma boa garota, doce, legal, bonita. Mas havia muito mistério envolto dela. Ela as vezes era dura demais consigo mesma. Tentava confortar ela. As vezes ela não se sentia segura. No fundo ela era apenas uma menina. Uma menina que sofreu demais. Outro motivo por qual me apaixonei por ela. Era por que ela diferente de tudo. Era diferente de todas as mulheres que já namorei. Ela tinha certa magia. Era engraçada, tinha uma mania de rir alto e tinha uma mania de roer as unhas. Enquanto as outras eram fúteis e certinhas demais.

Colleen também não me julgou quando contei a ela sobre meu relacionamento com Verônica. Mas depois que ela conheceu Verônica, ela pegou uma raiva muito grande dela. Não sei por que. Mas Colleen odiava verônica com todas as forças.

Verônica sempre foi uma pessoa bastante ética e organizada. Exceto quando ela tinha as crises com a bebida, ela se transformava em outra pessoa. Verônica começou a trabalhar cedo demais e tinha muita exposição na mídia. Como muitas pessoas famosas, ela buscou sua saída em baladas, regada de muita bebidas e drogas. Verônica era uma pessoa muito difícil. Com ela era oito ou oitenta. Ela não levava desaforo pra casa. Mas quando Verônica estava comigo, ela parecia bem, agia feito uma pessoa normal. Eu gostava muito dela, muito mesmo. Até o dia que ela decidiu fugir de nosso casamento e desaparecer do mapa e me deixar sem uma resposta. Mas não tenho raiva de Verônica, na verdade eu tenho pena dela. Acho que Colleen também tinha raiva disso. Sorri ao lembrar de Colleen me dizendo que tinha tido um pesadelo. Eu me casando com Verônica. Toda vez que eu me lembrava disso tinha vontade de rir e Colleen apenas me olhava com aquela cara de que não tinha entendido a piada. Eu realmente sentia a falta dela. O sorriso dela me fazia falta. E agora ela está aqui entre a vida e a morte e não há nada que eu possa fazer.

******

Três meses! Três meses se passaram e nada da Colleen sair do coma profundo. Tentamos de tudo. Mas tudo em vão, só nos restava esperar ela acordar. No começo foi difícil eu me acostumar com a ideia de que a Colleen estava em coma, graças ao "amigo" dela. Até hoje não temos nenhum sinal de Evan e de seu desaparecimento. Mas parece que isso aconteceu a tanto tempo. Eu nem me preocupo com mais nada a não ser com Colleen. O Sr. Greg vinha visitá-la quase toda semana e assim trazia notícias do paradeiro de Evan. Eu fiquei afastado do hospital, mas agora que meu braço já estava curado, tive de voltar ao trabalho.

Eu estava sentado ao pé da cama hospitalar. Onde Colleen se encontrava em seu estado profundo de sono. Era torturante olhar para ela com todos aqueles aparelhos. E era assim todos os dias.

– Daniel! - era a voz da amiga de Colleen, Kate. Eu me virei para encará-la.

– Oi Kate – eu sorri de leve para ela, enquanto ela colocava sua bolsa em cima do sofá. Kate ficaria o dia inteiro com Colleen. Eu e ela começamos a revezar quando vimos que Colleen não acordaria tão cedo do coma. Hoje era meu dia de descanso.

– Ela teve alguma melhora? -perguntou Kate ficando ao lado de Colleen na cama. Ela passou a mão de leve pelo rosto de Colleen.

– Infelizmente não, Kate. Ela continua do mesmo jeito. - eu peguei a mão de Colleen, estava fria. Era como se estivesse morta.

– Daniel, vá para a casa. Você precisa descansar!

– Tem razão Kate. Amanhã cedo eu volto. Se acontecer algo, por favor me ligue!

– Claro Daniel, pode ficar sossegado. Se acontecer algo eu ligarei pra você. - ela sorriu.

– Tudo bem! -eu me levantei da cama, me aproximei do rosto de Colleen e dei um beijo em sua testa. Peguei minhas coisas que estavam em cima do sofá e enquanto saia da sala. Ouvi algo que parecia que não fosse mais escutar. Eu me virei muito rápido para encarar a cama que Colleen estava. E lá estava ela. Com os seus olhos castanhos arregalados e confusos, a respiração dela estava forte. Eu corri até a sua cama. Kate estava ao meu lado chorando, eu tirei a máscara de ar do rosto de Colleen. E lá estava a minha Colleen de novo, ela estava de volta.


Gostaram? Sábado tem a estreia do primeiro capitulo!! Fiquem ligados

Trilogia Fatal - Furacão ( Livro 02 - COMPLETO)Where stories live. Discover now