Capítulo VI

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  Acordei com o despertador gritando em meu ouvido, levantei-me, tomei café e fiz minha higiene matinal. Peguei a moto e fui para a escola.

  — Oi Miguel! — Jhulia cumprimentou-me quando cheguei à porta da escola.

  Nos abraçamos.

  — Oi! — Respondi.

  — Você está melhor? — Ela perguntou-me.

  — Sim!

  O dia foi um tédio, não aconteceu nada de interessante.

  (...)

  Os dias passaram-se rápidos, eu havia desmaiado duas vezes, passei mal várias vezes e graças a Deus, não tive mais sonhos estranhos. Mas as alucinações me perseguiam.

  Certo dia, cheguei em casa depois de um cansativo dia de aula e fui para o jardim, lá é o lugar exato para pessoas se acalmarem. Sentei-me na beirada da fonte de água que tinha nos fundos da casa e fiquei observando os peixes. Foi então que o reflexo de uma pessoa refletiu na água fazendo que eu me virasse rapidamente. Não havia ninguém atrás de mim. Eu estava sozinho.

  Eu também ouvia dos corredores da casa a seguinte frase: "A batalha está próxima."

  Bom, o que me restava era conviver com essas loucuras até que eu não suportasse mais.

  Pensei várias vezes em contar para Jhulia tudo que estava acontecendo comigo, mas não conseguia, eu tinha muita vergonha dela não acreditar em mim, e eu sair dessa história como "O Nerd Louco."

  Haviam passado-se duas semanas...

  Cheguei da escola e notei uma coisa diferente em mim, eu estava criando músculos. Eles ainda não estavam definidos, mas com pouco tempo eu conseguiria ficar como os galãs de novelas.

  Animei-me.

  Subi para meu quarto e fiquei um bom tempo na frente do espelho. Depois fui para o banheiro para tirar as lentes que já estavam bem velhas.

  — Que negócio difícil de tirar! — Pensei abrindo o olho com os dedos.

  Fiquei vários minutos tentando tirar as lentes e por incrível que pareça, eu não as tinhas mais. Meus olhos se tornaram verdes naturais.

  — Meu Deus! —  Exclamei assustado.

  Eu estava totalmente abismado com aquilo. Ganhando músculos sem fazer exercícios, as lentes se tornaram olhos verdadeiros, sonhos esquisitos, alucinações e desmaios repentinos.

  — O que está acontecendo comigo? — Sussurrei.

  O que me restava era esperar para ver no que daria tudo aquilo, eu não podia contar a ninguém, já bastava ser zuado por ser nerd.

  No outro dia, fui para a escola. E mais uma vez, Jhulia é escorraçada na frente de todos da escola.

  — Oi Miguel, vamos entrar? — Ela perguntou-me esperando-me na porta da escola.

  — Vamos! — Sorri.

  Passamos três aulas tranquilos, sentamos juntos, rimos bastante e fizemos outras coisas que amigos fazem na escola.

  Na terceira aula, antes do recreio, a diretora veio falar com nossa turma.

  — Prestem atenção alunos! — Dizia Jacinta, o nome da diretora, em um tom engraçado. — Nas duas ultimas aulas vamos ter apresentações de slides, espero que vocês se comportem — ela concluiu fazendo que uma leve risada soesse pela sala.

Anjo BélicoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora