Capítulo IX

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Mas é claro! Você acha que eu perderia a oportunidade de me tornar um anjo? Nunca! — Évele sorriu e levantou-se da mesa abruptamente.

  — Então está fechado, amanhã, às 13h00min nós nos encontramos em minha casa — concluí.

  Despedimos-nos e eu e Jhulia fomos embora de moto.

  — Quer ir lá pra casa de novo? — Perguntei parando a moto em frente a curta estrada de terra.

  — Hoje tenho que sair, amanhã nós nos encontramos! — Ela disse beijando-me.

  — Está bem! Tchau amor! — concluí dando partida na moto e pilotando em direção à minha casa.

  Estacionei a moto na garagem e subi para meu quarto. 14h23min.

  "Nossa, como o tempo voa — pensei."

  Troquei minha roupa e dei uma arrumada no meu quarto, que cá entre nós, estava uma bagunça.

  Eu e minha mãe combinamos que dia de sexta eu deveria arrumar meu quarto e a cozinha, pelo menos. Foi o que eu fiz, com muita má vontade, mas fiz.

  — Ufa! Até que em fim terminei — falei suspirando e deitando no sofá.

  Liguei a TV, comecei assistir uma série muito chata, que me fez dormir rápido. Tirei um quarenta e logo acordei com o escândalo de minha irmã.

  — Migueeeeeeeeeeeeeeeeel! Socorro! — Anne gritava como se estivesse vendo um monstro.

  — O que está acontecendo? — Falei assustado levantando-me do sofá.

  — Socorrooooo!

  — O que foi Anne? — Preocupei-me.

  — Um ratoooooooooooooooo...!  — Ela deu um longo grito.

  — Fala sério! Você está fazendo esse escândalo todo por causa desse lindo ratinho? — deboxei avistando o bichinho na canto do sofá.

  — Mata ele! — Anne gritava.

  Peguei aquela bolinha de pelos nas mãos e acariciei seu corpinho. Seu pelo liso como algodão, todo manchado de marrom devido à sujeira que ele havia enfrentado atrás do sofá.

  — Você está com medo dessa coisa fofa? — Corri com o rato nas mãos atrás de Anne.

  — Tira esse negócio de perto de mim! Vou contar pra mamãe! — Seus gritos eram tão agudos que faziam meus ouvidos latejarem. Anne saiu correndo pela sala, com um início de choro.

  — Nossa que menina manhosa! — Gargalhei e levei o ratinho para a área de serviços.

  Lá, coloquei um bocado de água na bacia e comecei a dar um banho no ratinho, que estava parecendo gostar muito. Após uma boa enxaguada e um pouco de shampoo pude ver que o pequeno roedor era branco, com os olhinhos azuis.

  Fui ao banheiro do andar de baixo, peguei uma toalha de rosto e comecei a enxugá-lo.

  "Está faltando alguma coisa! — pensei."

  Então, subi para o quarto de mamãe e apanhei seu secador de cabelo, liguei na tomada e comecei secá-lo.

  — Para, para! Isso incomoda! — falou uma voz fina que me fez ficar assustado.

  — Quem é? —  Perguntei desligando o Secador.

  —  Até que em fim! Não aguentava mais aquela barulheira! — Ouvi de novo. — Da pra me soltar? — Só então percebi que quem falava era o ratinho.

Anjo BélicoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora