Capítulo 21

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— Como pretende provar isso? — Milena questionou com preocupação, me ative a processar com cautela as poucas informações que tinha em mente.

— Preciso vasculhar o escritório dele, deve ter alguma coisa lá que o comprometa. — ela me olhou receosa, mas continuei mentalmente avaliando minhas opções.

— Ei! Devagar aí Sherlock! Está sob uma investigação, se invadir um escritório de advocacia vai voltar pra cadeia e dessa vez sem fiança. — Milena alertou, mas só conseguia pensar em como evitar que o advogado de Mauro se desse bem nessa confusão toda.

— Milena, já parou pra pensar que todas as respostas podem estar lá? Se bobear esse canalha já tomou posse de todo o dinheiro que foi desfalcado.

— Mas o delegado não disse que a conta está bloqueada? — a negra me fitou admirada com minha linha de raciocínio.

Suspirei longamente ao fechar os olhos, sabia qual era meu medo naquele exato instante.

— Ele tem uma procuração em mãos da Júlia! Filho da mãe! — bradei com os braços ao ar, a raiva ganhando cada vez mais espaço em minhas veias. — Edson Lopes foi o advogado que cuidou do processo de guarda da sobrinha da Júlia, ele tinha tudo em mãos. — expliquei afobado, a advogada apenas me fitava de forma confusa.

— Ok, Caíque! Digamos que esteja certo na sua suposição, ainda não consigo entender ... Quem é JC? Isso tudo não parece fazer sentido. — Milena ponderou com lógica, sabia que precisava de mais informações antes de afirmar que Edson Lopes era culpado nessa história.

— Eu ainda não sei quem é esse JC, mas aposto meu diploma de medicina como tanto ele quanto Lopes estão enterrados nisso até o pescoço Milena. — falei convicto, acreditava mesmo nisso.

— Tudo bem! E como provamos? — cocei minha nuca pensativo, só havia uma maneira de conseguir isso, talvez por essa mesma percepção minha advogada me olhasse com uma nítida preocupação em seus olhos.

— Tenho certeza que vou me arrepender disso! — ela falou já sacando o celular da bolsa, ligando em seguida pra alguém.

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Milena foi embora assim que recebeu uma confirmação positiva do que havia pedido há meia hora para um amigo de escritório, me garantindo que me avisaria sobre qualquer novidade que conseguisse descobrir, no entanto, não revelou o que sua fonte tinha confirmado.

No momento, estava parado dentro do carro em frente à casa de Júlia, numa batalha interna se batia ou não em sua porta. Sinceramente não sabia o que esperar e a possível rejeição da minha morena me deixava sem forças somente de pensar, mas não existia outra forma de resolver isso.

Expirei o ar fortemente e desci do carro em passos decididos, Júlia precisava me ouvir e acreditar em mim. Era só o que necessitava pra continuar seguindo adiante.

— Oi pequena! — sorri assim que os olhinhos de Melissa brilharam em minha direção e seu rostinho se contorceu numa risadinha marota de contentamento assim que abriu a porta.

— Tio Caíque! — disse abraçando minhas pernas, tratei de pegá-la no colo já entrando no ambiente, varrendo o cômodo atrás da minha sardenta.

— Cadê todo mundo princesa? — indaguei ao cheirar seu pescoço e sorri com a gargalhada que a miniatura de Júlia soltou, apontando o dedo na direção das escadas que davam para o quarto da tia.

— Você fica para o almoço tio? — perguntou manhosa, observei a figura de Márcia se materializar nos degraus, seu semblante surpreso e ao mesmo tempo preocupado com minha presença.

De volta ao Passado - Livro 2 Série VoltasDove le storie prendono vita. Scoprilo ora