Capítulo 12

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Olho para o balcão e não encontro nenhum sinal de Thomás. Alguns fregueses me olham com desconfiança e outros mal se incomodam com minha presença. Sigo buscando-o com os olhos, enquanto caminho até o bar. Peço uma cerveja e mantenho meus sentidos alerta.

Mal a bebida chega e vejo a silhueta de Thomás saindo detrás de uma pilastra. Ele não me vê, mas enquanto beberico não deixo de observá-lo. Parece bastante irritado com alguém ao celular e encontro o momento certo de abordá-lo, quando ele segue para o banheiro. Pago a bebida e me dirijo até lá em passos apressados.

Dessa vez, ele não me escapa.

Thomas está lavando as mãos quando me posto atrás dele sem nada dizer. A surpresa está estampada em seu rosto quando me vê através do espelho e posso apostar que ele sabe exatamente o que quero saber.

— Mas esse mundo é mesmo pequeno. Anda me seguindo Dr.? — ele ameaça um sorriso, mas imprenso-o na parede, meu antebraço apertando seu pescoço.

— Agora você vai me dizer qual é o seu jogo seu maricas. Fala por que tentou matar a Júlia?

— Não sei do que está falando Dr. — ofega com dificuldade e imprenso-o ainda mais.

— Eu sei que você se fez passar por enfermeira pra entrar no quarto dela. Sei também que Mauro estava metido em coisa grande e ninguém tira da minha cabeça que tem seu dedo metido nessa história. — Thomás não tem noção que posso estar jogando verde, e espero que ele caia na rede que plantei.

— Você está brincando com fogo rapaz. Não sabe no tipo de merda que está se metendo. — ele soluça e encosto minha boca bem próxima do seu ouvido.

— Mas você vai me contar Thomás.

— Desculpa Dr. Mas vai ficar pra próxima. — sem que eu espere, sinto a pressão na minha coxa direita e urro de dor, enquanto ele fica livre novamente.

Um murro me leva ao chão e grito ainda mais quando Thomás retira a faca da minha perna.

— Filho da mãe! — praguejo enfurecido, enquanto pressiono a ferida pra tentar estancar o sangramento.

— Isso que dá se meter onde não deve Dr. —  afirma cansadamente vasculhando meus bolsos em busca de algo. — Devia simplesmente ter deixado as coisas como estavam. Tanto você quanto a morena. Mas vocês são teimosos demais.

— Por que está fazendo tudo isso?

— Chega de perguntas Dr. — ele segura a gola da minha camisa e seu olhar frio me gela a alma. — Faz um favor pra você e pra sua garota. Esqueçam essa história.

— Por que quis matar a Júlia? É o dinheiro do Mauro que você quer? — ele para já na porta e um sorriso de desdém desponta em seu rosto.

Sem que ele perceba, aciono o gravador no meu celular e espero que ele abra o jogo sobre tudo.

— Mauro era um idiota que se deixou levar pela primeira piranha que cruzou o seu caminho. Mas ela fez bem o seu trabalho e me deixou na mão.  — ele pragueja com irritação e algumas coisas começam a fazer sentido.

— Valerie! — concluo e o homem em minha frente fica ainda mais aborrecido.

— Aquela safada quis me trair. Ela se apaixonou pelo patrãozinho metido a esperto e só antes do acidente da Júlia que vim saber que ela estava planejando fugir com ele. Não era para a esposa dele estar no carro naquela noite. Eles acharam que iam nos passar pra trás. Mas se esqueceram que somos muito mais espertos que eles.

— E a Júlia? — solto ofegante com muitas informações rondando em minha mente, não consigo processá-las direito.

— Ela descobriu demais após Valerie escrever uma carta pra ela. Eu não podia deixar rastros.

De volta ao Passado - Livro 2 Série VoltasWhere stories live. Discover now