Capítulo 24

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NOTA: Obrigada a todos que esperaram pelas atualizações, esse ano foi muito congestionado pra mim tanto mentalmente quanto fisicamente, então obrigada pela paciência. Esse livro ainda não está revisado, mas passará por uma nova edição em breve, mas não fugirá a essência do enredo proposto. Então, boa leitura a todos

— Olha! Não importa o que você tenha feito, eu só quero ver minha família em segurança. — abri o jogo esperando que pudesse ganhar tempo para pensar em algo, mas o olhar determinado dele deixava claro que eu precisava agir com mais cautela.

— Era o que teria acontecido Caíque, se minha irmãzinha não fosse tão abelhuda ao pressionar Thomás sobre os documentos de Mauro. Era o que teria acontecido se você não vasculhasse o que não era da sua conta, sempre querendo saber mais, procurando novas provas. Que droga, Caíque! Por que apenas não esperou que Júlia saísse do hospital e pudesse ter uma vida feliz ao seu lado? — inquiriu com desdém — Mas não! Você precisava dar uma de herói não é? Precisava envolver outras pessoas no meio dessa confusão toda. Meus parabéns meu rapaz! Se Jéssica está à beira da morte e o advogadozinho partiu dessa pra uma melhor, a culpa é toda sua! — praguejou com fúria.

— Isso já não importa mais Jaime. Solte as mulheres, prometo que não vou denunciá-lo e poderá sair de Timbó para desfrutar toda a grana que desfalcou, mas solta minha família. — pedi sereno, observando o homem sorrir sarcasticamente.

— Me dê o pen drive, Caíque!

Peguei o objeto no bolso da minha calça e joguei no chão, próximo a perna esquerda dele, observando as mulheres amarradas, Milena tentava desesperadamente se soltar da corda que as prendia, remexendo o tronco algumas vezes na tentativa de afrouxá-la.

Jaime agachou-se lentamente para pegar o dispositivo e nesses poucos segundos de sua distração, precipitei meu corpo contra o seu, me embolando com ele no chão enquanto a arma voava pra longe.

Toda a raiva que vinha se acumulando nos últimos meses se canalizaram em cada soco meu que encontrava a cara de Cotrim, minha mão suja de sangue deixava visível o estrago que eu estava fazendo.

— Caíque! — Júlia bradou chamando minha atenção, todas as mulheres já livres das cordas me deixando temporariamente aliviado.

— Vão embora daqui. Agora Júlia! — pedi energicamente, sendo prontamente atendido, meu segundo de distração cobrando sua parte quando senti minha perna machucada latejar, minha energia sendo drenada imediatamente.

Não consigo respirar direito, Cotrim empurra a faca com mais vontade na minha carne e não posso sustentar meu corpo, tombando no chão.

Cotrim se ergue com dificuldade por causa dos machucados, eu tento desesperadamente tirar a faca da perna, conseguindo após alguns segundos de esforço. Puxo uma lasca da minha camisa, fazendo um pequeno torniquete para estancar o sangue, mas não tenho nenhum sinal de Cotrim no meu campo de visão, a visibilidade é quase nula.

Estou totalmente vulnerável.

O barulho do cão da pistola sendo puxado desperta meus sentidos, enquanto um Jaime ensaguentado me fita com convicção.

— O jogo acabou, Caíque! — disse num sorriso cheio de sarcasmo, apenas engoli a seco tomando realidade da situação em que me encontrava.

Eu ia morrer.

Então, um tiro seco e alto ressoou na sala, o que fez meus ossos trincar e meus músculos enrijecerem de imediato.

Por um segundo, desaprendi como se respirava, meus olhos fechados, no temor de que se tentasse abri-los, encontrasse os lindos olhos verdes de Júlia a marejar mediante as lágrimas diante do meu corpo sem vida.

De volta ao Passado - Livro 2 Série VoltasOnde histórias criam vida. Descubra agora