Capítulo 4

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Saio da casa de Júlia, mas meu destino não é o hospital onde ela se encontra. Preciso juntar algumas peças e somente uma pessoa pode ser capaz de me ajudar no momento. Ninguém conhecia o irmão de Júlia tão bem nos últimos anos, só espero que o Dr. Lopes resolva cooperar.

Mauro nunca gostou do meu namoro com sua irmã, na verdade nunca nos demos muito bem. Talvez por que na época do colégio nós dois saímos na tapa, depois que ele na sua soberba usual, desfez do trabalho que meu pai fez no carro de um dos seus amiguinhos mauricinhos. Por isso a relação dele com Júlia nunca foi das melhores.

Chego ao escritório de advocacia e logo sou incentivado pela recepcionista a esperar um pouco. Não vou sair daqui, enquanto o homem não me disser o que sabe, isso é certo. Olho o meu relógio e fito a moça com uma clara impaciência em meu semblante. Já tem quase uma hora que estou esperando e assim que me levanto para reclamar com ela, a porta se abre me deixando aliviado.

— Então Caíque? Em que posso te ajudar? — ele estende a mão ao me cumprimentar e adentro na sala numa expressão fechada. Não quero muita confiança, apesar de Júlia nunca ter tido motivos para desconfiar dele.

— O que sabe sobre isso? — jogo os documentos que achei no closet de Júlia sobre a sua mesa e sua expressão preocupada me mostra que ele sabe exatamente do que se trata. Ele examina algumas folhas rapidamente e exala o ar com força, antes de se levantar da cadeira.

— Mostrou pra mais alguém? — ele indaga e apenas nego com a cabeça, enquanto o observo coçar sua testa de modo tenso. Me pergunto agora no que Mauro poderia estar metido. — Sabe que essas informações são confidenciais não é rapaz?

— A única coisa que sei Dr. Lopes, é que minha mulher está numa cama de hospital por conta de um atentado, muito provavelmente por conta desses papéis. Agora o senhor vai me contar quem tentou matar Júlia e em quê o irmão dela estava metido. — digo duro ao me aproximar dele e sua fisionomia é tomada pelo temor em questão de segundos.

— Não pode me obrigar a dizer nada Caíque, mesmo por que, a única pessoa que tem o direito a explicações não se encontra disponível no momento. Então, acho que nossa conversa está encerrada. — ele abre a porta, mas a fecho novamente, imprensando seu corpo contra a mesma.

— Seu canalha. Júlia confiou em você. — aperto sua garganta com meu antebraço e o pavor se estende através dos seus olhos arregalados. — Quem quer matar minha mulher? Pra quem Mauro trabalhava? — grito com o sangue fervendo em minhas veias e logo sou contido por dois homens que entram rapidamente no escritório. Tento me desvencilhar deles, mas é em vão.

— Não vou dar queixa de você em consideração ao seu pai Caíque, mas não apareça mais aqui. — o homem solta entre uma tossida e outra por conta do aperto que causei.

— Eu vou descobrir a verdade. Pode apostar que vou. — esbravejo sendo conduzido pra fora da sala e a raiva me consome por não ter conseguido tirar nada dele. No entanto, ainda tenho outra opção.

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O olhar do delegado é um misto de surpresa e esgotamento pela minha visita inesperada, e fica claro através das suas olheiras profundas; que ele não dorme direito há pelo ao menos uns dois dias.

— O bebê anda tirando seu sono? — brinco ao apertar sua mão, e em seguida ele indica a cadeira pra que eu me sente.

— Não sabia que ser pai dava tanto trabalho — ele bufa por um segundo e apenas sorrio amarelo. — Com o Felipe também é assim?

— Não! — sorrio amplamente. — Meu pequeno sempre foi um anjinho.

— Sorte a sua! — seu rosto se contorce numa careta, mas logo sua face se torna séria. — O que o traz aqui, meu amigo?

De volta ao Passado - Livro 2 Série VoltasМесто, где живут истории. Откройте их для себя