The sun festival (part 2)

953 96 27
                                    

Não seja um leitor fantasma! Deixe seu voto e comentário para que a história continue!



Enquanto voltava para onde os amigos estavam reunidos, os pés descalços na grama e a taça de Carter pela metade, Wendy não conseguia tirar as suposições de Reis da cabeça. Os dois se tornam ariscos quando ameaçados, foi o que ele disse e ela secretamente concordava. Mas agora sabia que havia uma diferença peculiar. Wendy talvez tivesse, sim, a mania de ser arisca quando ameaçada, pronta para rebater, para ser violenta se precisasse. Nenzi parecia ter um pouco disso, mas não era bem assim a sua resposta automática. Ele encarnava o frio quando perdia o controle, deixava que a sua muralha gélida tomasse conta de sua imagem e ferisse os outros no processo.

Ela sabia que a própria avareza era um reflexo de seus traumas. Por isso, enquanto caminhava, não deixava de se perguntar quais teriam sido os traumas de Nenzi e Mare, para terem desenvolvido máscaras tão diferentes.

Talvez seu rosto estivesse entregando os sentimentos e pensamentos por trás dele porque Peter veio perguntar se havia algo errado, levemente preocupado, provavelmente associando a direção que ela vinha com a presença de Nenzi no gazebo. Wendy negou, tentando soar tranquila.

"Deixa eu ver, tentou convidá-lo para dançar com o resto de nós?" Havia um sorriso bobo em seu tom, como se a ideia o divertisse.

"Sou assim tão previsível?"

"Quando está bêbada, até que sim." Apesar da gracinha, a expressão transtornada dela em resposta o fez suspirar. "Olha, todos tentamos e fracassamos ao longo dos anos. Nenzi gosta do exílio auto imposto. O melhor que podemos fazer é se se acostumar com ele."

"O conceito parece errado", ela admitiu. "Vocês tentam arduamente me convencer a me soltar, a interagir e participar, por que não fazem o mesmo com ele? Mesmo a resistência de Nenzi tem que ter um limite."

Wendy não se dera conta, no entanto, que Peter tinha muito mais experiência com Nenzi, claro, e ela era nova, não tinha noção do que falava. Ainda assim, ele pareceu refletir sobre a questão. Um sorriso ínfimo tocou sua expressão quando o mesmo se aproximou até estar alguns centímetros apenas e tomou seu braços para ajeitar a beira das mangas que tinham ficado tortas. Wendy estremeceu, arqueando-se como um bicho ameaçado. Não gostava, nem esperava, que outros tocassem aquela região. Peter sabia pois foi ágil e não tirou os olhos dos dela enquanto trabalhava.

A garota engoliu em seco quando ele terminou e passou a ajeitar as ondas do cabelo curto com movimentos suaves, quase desejosos. Estava olhando-o, confusa e atenta, sem saber o que se passava naquela mente.

"Nenhum de nós nunca conseguiu. Mas talvez você esteja certa, talvez a resistência dele tenha um limite." Deliberou o príncipe loiro, enquanto passava uma mecha dela para trás da orelha. Os olhos brilharam com energia quase felina quando por fim murmurou: "Me pergunto qual... ou quem, será o seu estopim."

O polegar dele estava fazendo círculos preguiçosos na mandíbula dela agora, e Wendy apertou os olhos quando o toque foi para a base de seu lábio inferior, os olhos do dono distraídos. "É, tenho que admitir", ela murmurou, "seus métodos de conversa com certeza não são muito adequados."

Peter riu, deixando as mãos se afastarem e roubando a taça de Carter que estava com ela. "O que posso dizer? Sou uma criatura muito sociável."

The Peter PanOnde histórias criam vida. Descubra agora