She was glass

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💫

Tudo ainda estava meio turvo. Wendy não sabia como aconteceu exatamente porque não prestou atenção mas, em algum momento, Peter iniciou a caminhada por um corredor gelado com ela no colo, carregada como um bebê, inteiramente incapaz. Para ele, de alguma forma, não parecia difícil. Talvez fosse mais forte do que parecesse ou talvez Wendy fosse mais franzina do que achava. Talvez ele já estivesse criando costume ao constantemente pô-la desacordada em camas, em divãs e agora para fora do salão imponente da rainha.

De onde ela estava, colada ao seu corpo, podia ouví-lo respirar e as batidas aceleradas de seu coração exaltado, monstrando que havia, sim, algum esforço na ação. Ou talvez ele tenha se exaltado em vir para ca, corrido até aqui. Mas como se corre até aqui? Onde exatamente era aqui?

"Você está suando pura água quente, Wendy." Ele suspirou no ouvido dela, passando mais uma vez a manga da blusa por seu rosto. Wendy queria tanto olhar para ele, analisar suas feições mais do que só ouvir sua voz preocupada. Os olhos verdes deviam estar brilhantes da adrenalina ou escurecidos de preocupação. Seria isso ou só raiva? Ele parecia extremamente irritado em cada passo, mas fazendo esforço para não sacolejá-la em excesso. "Estou tão feliz que ainda esteja aqui. Fique, Wendy, por favor, mantenha-se acordada. Sei que está cansativo mas não apague, por favor, não apague."

Até mover as pupilas dentro das pálpebras fechadas doía. O som de Peter parecia meio reverberante e não dava para saber se eram as paredes do corredor ou a cabeça dela desvanecendo do presente. Havia mais sons no ambiente, atrás deles. Familiar para Wendy que fora perseguida por aquele som incessante de bater de asas acelerado.

"Majestade, é de minha obrrigação que..."

"Não fale comigo, Eeijin, por mais terrível que fosse esse plano, no fim seu trabalho era mantê-la estável. Olhe para ela!"

"Não é fácil... saber o que a mantém viva nesse lado. Eu prrecisava testar algumas suposições baseadas nas antigas humanas mas..."

"O que você pretendia!?" Rosnou Peter, provavelmente com os dentes cerrados. "Eu juro por Aurora, Eeijin, se você usou uma lâmina vítrea nela..."

"Eu deverria alimentá-la durrante o sono. Sem qualquer brrutalidade ou dano." Eeijin pigarreou, sabendo que revelou muito. "Esse erra o plano, mas ela não quis colaborrar."

Não houve uma resposta de volta da fada laranja, o que preocupou o que restava de mente acordada em Wendy. Ela não checou o próprio corpo direito depois de ter acordado naquela maca esquisita de Eeijin. Seria possível que tivessem feito alguma cirurgia mínima sequer sem que imediatamente percebesse?

Eeijin ainda estava falando enquanto ela surtava. "A nossa mãe pensou que alimentá-la serria um meio..."

Wendy sentiu o solavanco completo quando Peter parou de supetão. Ele virou o corpo em cento em oitenta num segundo.

"Vocês a alimentaram!?" Aquele era um rugido de fúria mais assustador que os gritos de antes. Não só raiva, mas gelo vingativo, odioso. Então, se tornou desespero após um arquejo de dor. "Wendy, Wendy...!" As mãos dele tapearam a bochecha dela com certo descontrole. Wendy gemeu para mostrar que ouvia, mas o som não era reconfortante. "Não, não, Nunca, por favor...", ele gemeu baixinho, com dor antes de perguntar: "O quanto você comeu? Quanto, Wendy? Quanto, Eeijin? Como pensaram que isso funcionaria da maneira certa? Como puderam!?"

The Peter PanWhere stories live. Discover now