Tales in whispers

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Houve uma época na vida de Peter em que tudo e todos podiam ser o que quisessem.

Hoje, ele sabe que é possível ser o que quiser, só não rentável. Tantos e tantos anos mais tarde depois de pensar assim, sabe que certas liberdades precisam de muita luta para serem mantidas. Algumas escolhas demandam guerra. E um alguém egoísta o suficiente é capaz de danificar quantas vidas for preciso para manter a sua escolha intacta.

Em suas mãos, uma echarpe colorida amassada e meio manchada de sangue queimava. Ardia. Peter não conseguia pôr os pensamentos no lugar. Ele gostaria de acreditar que é melhor do que o que repudia, mas não tem tanta certeza sobre isso. Ele também pode ser destrutivo para manter as escolhas que fez, mesmo as que sabe serem erradas. Ele também é egoísta.

E o pior, é que ele nem sabe quanto. Para gente da sua espécie, tempo é uma coisa muito pouco trivial, descartável. Mesmo depois de tanto, Peter nem se conhece bem, nem sabe como é direito. O quanto pode ser ruim ou bom. Talvez devesse ter usado todo esse tempo para isso mas estava ocupado descobrindo outras coisas, que achava mais interessantes.

Anthony pousou uma mão em seu ombro, mas ele não se moveu. "Não há nenhum sinal de animal, Pete."

"Não faz sentido."

"Vamos descobrir o que aconteceu", assegurou Mare. "Vai ficar tudo bem."

"Estamos em desvantagem nessa. Não temos nada", murmurou ele, franzindo o cenho com força.

"Sempre estamos em desvantagem", Carter gemeu, girando o pescoço para estalar suas juntas, meio exaurido. "É melhor que você se resolva com suas pixies, Peter, querido, ou vamos ficar cegos no nosso próprio território."

"Estou trabalhando nisso. Seena está criando intriga."

"Bem", ele suspirou. "É o melhor que podemos ter, acredito."

Ao lado de Peter, Mare franziu seus lábios bonitinhos. "Menos, Cart, não estamos jogando."

"Ainda não."

A garota revirou os olhos. "Por favor..."

"Eu não daria nada como certo tendo aquela menina na Casa. Aliás, é mesmo uma boa ideia deixá-la lá com..."

"Ele pode cuidar dela", Peter resmungou, analisando marcas nas bases de uma das árvores ao redor. "Melhor que ninguém."

"Sei disso muito bem. Mas não exatamente sei se ele sabe cuidar de si mesmo. Ou controlar a si mesmo. Quero dizer, o que fazemos se ele tiver um curto?"

Surpreendentemente, a irmã o defendeu. "Ele está bem, Carter."

Anthony, de seu canto, os braços cruzados, deixou a cabeça menear. "É, bem, mas é diferente. Não podemos correr o risco de assustar essa menina, podemos? E Nenzi..."

"Será que a gente pode parar de chamar ela de 'menina'?", Mare esbravejou. "Sério, gente, ela tem um nome."

"Desculpe, linda, eu só estava tentando dizer... quero dizer, qual vai ser nosso método? Dizer a ela que a profecia..."

The Peter PanWhere stories live. Discover now