10. Canções Não Saram Feridas

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"A doce renuncia do silêncio me força a viver sozinho, travado e carregado, onde o inferno é a paz da mente? Vou esperar por você no fundo do profundo oceano azul

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"A doce renuncia do silêncio me força a viver sozinho, travado e carregado, onde o inferno é a paz da mente? Vou esperar por você no fundo do profundo oceano azul." - BOTTOM OF THE DEEP BLUE SEA, por Missio





Os meninos da banda passaram de mesa em mesa, apertando mãos e distribuindo sorrisos toscos. Quanto mais os meninos se aproximavam da mesa onde minha família estava, mas eu sentia as minhas mãos suarem, tanto que estava sempre as limpando em minha saia enquanto os observava passando pela extensa fileira de mesas, com pais curiosos e orgulhosos.

Eu bebia o suco de uva como se minha vida dependesse disso. Sempre que os garçons passavam por nossa mesa, oferecendo bebidas e frutos do mar, eu pedia para ele encher a minha taça. Queria que eu pudesse beber vinho ou qualquer outra coisa com teor alcoólico, mas papai me mataria se ao menos me visse colocando uma gota de álcool na boca. A música tocava a toda altura nas caixas de som, as músicas mais famosas do vingt-et-um. A voz de Kentin era evidente e sempre que chegava os solos dele, eu tinha vontade de gritar e pedir para desligarem todas as caixas de som. Era tão chato, tão irritante.

Queria poder sair daqui e não me submeter a esse papel de aluna idiota em um reality show de idiotas feito para idiotas.

Tentei brincar com Asa, me entreter de alguma forma. Ele comia salgadinhos de queijo, e me contava sobre seu dia na escola, enquanto insistia para brincarmos de pedra, papel e tesoura apostando salgadinhos que restavam em nossa mesa. Quando a banda parou em nossa mesa, papai me cutucou para que eu ficasse de pé para cumprimentar os advogados e os meninos.

Respirei fundo e fiquei de pé contra a minha vontade e queria deixar isso claro, por isso bufei e rolei os olhos, cruzando meus braços.

- Boa noite, senhor e senhora Laurent - um dos advogados falou, olhando para prancha em suas mãos e com um largo sorriso em seus lábios. - É um prazer tê-los aqui conosco, assim como sua filha, Samantha Laurent.

Eu forcei um sorriso quando ele colocou a sua mão em minha direção e eu a apertei.

- Esses são os rapazes da banda, mas vocês já devem conhecê-los. Eles são bem famosos - o advogado brincou, passando a mão pelos ombros de Brent, que estava mais próximo dele.

Eu encarei os meninos, que se entreolhavam e sorriam, enquanto Kentin olhava para qualquer coisa que não fosse os meus olhos ou os de meu pai. Cada um dos meninos apertou nossas mãos, Edward piscou para mim assim que sua mão tocou na minha, assim como ele fazia nos bastidores da banda, quando eu ainda acompanhava Kentin em todas as suas provas e audições. Daniel sorriu para mim vagamente, assim como Brent.

Então Kentin ficou em minha frente e ergueu sua mão em minha direção. Eu fiquei observando a sua mão suspensa no ar, pensando se devia ou não apertar. Mordi minha bochecha e olhei para papai, que assentiu discretamente. Irritada e relutante, eu apertei a mão dele, sentindo sua palma contra a minha depois de um longo tempo. Senti minha respiração falhar e meu rosto arder, eu só queria mantê-lo longe. Então, tão rápido quanto eu senti seus dedos apertando a minha mão, eu soltei.

Posso Anotar o Seu Segredo?Where stories live. Discover now