Como diria Newton, toda ação tem uma reação.
Para Samantha Laurent, uma ação maldosa vinda de seus colegas fez com que ela reagisse, criando um site interativo com o intuito de se vingar de um grupo que lhe humilha constantemente. Porém sua ação v...
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"Diga-me todas as suas pequenas e doces mentiras, tudo sobre os lugares escuros que você esconde" — SWEET LITTLE LIES, por bülow
— Senti sua falta, Sam.
O saco de arroz escapou de minhas mãos e eu olhei para Kentin, parado na porta. O barulho dos grãos batendo contra o chão e se espalhando pelo depósito até chegar aos meus pés pareciam altos e toda cena parecia em câmera lenta para mim. Meu coração pulsou dentro do meu peito enquanto eu permanecia olhando para Kentin, parado na porta.
Ele segurou a maçaneta da porta aberta e observou seus colegas de banda, e depois a mim, então a fechou e caminhou em minha direção, escondendo suas mãos dentro da sua calça jeans skinny preta. Ele parou na porta do deposito e olhou para o chão, coçou seus braços e então começou a pender seu corpo para frente e para trás, em um tique nervoso.
Eu soltei uma risada irônica e peguei um pote, me abaixei e comecei a apanhar os grãos de arroz que estavam espalhados pelo chão. Eu jogava o arroz com raiva dentro do pote, como se ele fosse o culpado de tudo que estava acontecendo.
— Você deve me odiar agora, eu sei e entendo. Você fugiu de mim naquela época e se passaram tantos anos — Kentin se abaixou na minha frente e pegou os grãos de arroz no chão. — Mas nós podemos conversar? Só por um minuto, por favor. Eu preciso dizer algo a...
— O que você quer dizer? Que seus dias foram uma merda e que está arrependido de tudo que disse? — Respondi ríspida jogando os grãos que estavam em minhas mãos de volta no chão e ficando de pé. — Você não precisa dizer algo que eu já sei que você vai dizer. Poupe suas mentiras apenas para si.
Kentin ficou de pé em minha frente e me encarou por um tempo e depois olhou por cima do ombro, encarando os seus amigos através da abertura de passar prato. Um suspiro saiu de seus lábios e então ele voltou a me encarar novamente. Seus olhos castanhos estavam presos aos meus, como se ele pudesse ler todos os meus pensamentos.
— Nós apenas poderíamos...
— Só saia daqui! — Eu exclamei, apontando para a porta da cozinha. — Eu não quero te ver mais na minha frente. Faça seu melhor para sumir.
Ele passou as mãos por seus cabelos negros e então fechou seus olhos, assentindo. Sem dizer uma palavra sequer, Kentin saiu da cozinha. Abaixei-me e catei todos os grãos de arroz, jogando-os com força contra o pote. Quando terminei, os coloquei no lixo e estiquei meu pescoço para ver se os rapazes ainda estavam no refeitório, e apenas confirmei as minhas suspeitas. Respirei fundo e sai da cozinha, indo na direção do diretor e ignorando os olhares minha direção.
— Com licença, posso falar com o senhor, diretor? — Disse apertando uma mão contra a outra enquanto me aproximava da mesa.
O diretor assentiu e se afastou na mesa, vindo até a porta do refeitório junto a mim.
