❤ Até quando? ❤

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— Obrigado por ser quem você é: sem perder tempo fingindo ser outra pessoa. — ela diz baixinho.

— De nada. — ele sorri. — Senti tanto sua falta.

— Eu também. Você vai embora quando? — sai dos seus braços e fita-o.

— Amanhã. — ele diz, meio sem jeito. — Na verdade, não tenho certeza. A empresa que trabalho está com uma causa na justiça e se meu patrão não conseguir resolver, infelizmente as portas serão fechadas. Acredita que eu tinha me esquecido desse detalhe? Estava tão ansioso para te ver.

— Quando vi sua mãe fiquei paralisada: achei que tu estava com ela.

— Eu não queria voltar para cá. Estou um pouco magoado com minha avó, quero muito que a mesma vá morar com a gente em Vila Nova, aqui é tão distante e se acontecer algo... sei lá!

— Não pretende voltar mais? — o coração dela se aperta.

— Pretendo, mas meu trabalho é puxado. — apoia uma de suas mãos no rosto dela. — Pela manhã tenho o tempo livre. Porém, estou querendo me dedicar a faculdade.

— E por que ainda não correu atrás? — seu coração a repreendia por ter tocado nesse assunto.

— As coisas não são tão fácil quanto parece. Depois da morte da minha irmã e o sumisso do meu pai, tive que me dedicar totalmente a minha mãe. Não que isso seja um empecilho para eu ingressar na faculdade, mas, talvez não seja esse o sonho que Deus quer para mim. Ela realmente não é o empecilho, porque um dia irei me casar e ela não vai me poupar disso, mas, enfim...Deus proverá!

O coração de Nicoly fica mais aliviado.

— Quando nos veremos novamente? — ela pergunta tímida.

— Não sei. Talvez aos finais de semana. — responde tristonho. — Queria que o tempo fosse mais extenso a partir de hoje, só que eu já construí meus caminhos e acredito que você também fez os seus.

— Meu tempo ainda é livre. Podemos conversar pelo Whatsapp então?

— Claro! Temos muito o que conversar. Posso te fazer uma pergunta? — segura nas mãos dela.

— Pode.

— Você e Raissa são melhores amigas? — ele franze o cenho.

— Sim! — responde alegremente. — Deus achou graça em nossa amizade, apesar das opiniões diferentes que temos sobre diversos assuntos relacionados a Igreja. Raissa é incrível!

— Fico feliz. Agora estou mais despreocupado, tenho alguém de confiança para cuidar de você enquanto estou longe.

As bochechas dela coraram.

💟💟

Os dois voltam para casa alegres da vida. Nicoly evitou mostrar-se muito triste pela sua ida, Luciano não queria largar sua amada.
Ela entra dentro de casa e se tranca no quarto, dava vários sorrisinhos bobo ao se lembrar de cada palavra que foi dita naquele encontro.
Ele não conseguiu pensar nisso, pois quando subiu as escadas, ouviu uns fungados vindo do quarto de sua mãe. Caminha na ponta dos pés e coloca a cabeça entre a porta: a mesma se encontrava ajoelhada perante a cama e com a cabeça apoiada nela.

Seu coração se partiu ao ver aquela cena. Sabia que sua mãe não estava pedindo perdão a Deus e sim se culpando por tudo que aconteceu e ainda acontece em sua vida. Ele a conhecia como ninguém.
Procurou em sua mente palavras não tão duras para conversar:

— Mãe? — sua voz sai quase inaudível. Ela cessa as fungadas. Ele entende aquilo como um "prossiga". — Levanta, quero compartilhar algo de Deus contigo. — se aproxima, estendendo sua mão para a mesma. Ela segura e se levanta, sentando-se na beira cama. Luciano faz o mesmo. — No livro de Isaías, no capítulo cinquenta e cinco, diz: *voltem-se para o nosso Deus, pois ele mostrará como é imenso seu perdão. "Pois os meus pensamentos são muito diferentes dos seus; a minha maneira de agir é muito diferente da sua". Deus está de coração aberto para perdoar a senhora, mas Ele não quer que você fique se limitando a essa culpa. Afinal, a culpa não é sua. *Veja como Deus faz as coisas e procure se adaptar a elas. Talvez minha irmã não suportaria alguma coisa ou a senhora não suportaria algo nela, por isso Deus prefiriu recolher. Não precisa se rebelar contra Ele, afinal, tudo que Ele faz é perfeito e não podemos questionar sua maneira de trabalhar. O pensamento dele em relação a isso é muito diferente do seu. Ele não pensa que você é a culpada da morte dela. Só admite que se você continuar deixando essas coisas perturbarem a sua mente, sua vida vai continuar um inferno. — o corpo dele fica arrepiado. Começa a sentir uma presença sobrenatural. — Deus manda te perguntar: Até quando? Até quando irá resistir? Até quando vai me impedir de trabalhar nessa área?
Pretende chegar aonde com isso? Tenho procurado espaço no seu coração, mas você preencheu com outras coisas que não te edificam. Não me importo com o seu problema, só me importo quando vejo você chorar.

Lágrimas de dor escorriam na face dela. Faz muito tempo que não ouve a voz do seu Amado.

(...) ♥

No dia seguinte...

Luciano arruma suas roupas dentro da mochila para seguir de viagem. Ainda era cedo.
Ele havia recebido a mensagem do seu patrão, dizendo que conseguiu vitória na causa e que todos os funcionários voltassem a trabalhar.

— A senhora vai que dia? — pergunta a sua mãe que observa ele arrumar suas coisas.

— Amanhã. Preciso levar minha mãe no médico hoje. — explica.

— Certo. Agora, vê se cumpre o que diz, pois não quero deixar Naabe sozinho dentro de casa. — resmunga.

— Acordou com a macaca hoje? — ela revira os olhos.

— Não. Acordei com Jesus. Estou falando sério, mãe! — indaga. — Sabe que não suporto ficar longe de tu.

— Admitiu? — ela graceja.

— Aproveite, pois não é todo dia que te quero por perto. — brinca.

— No dia que você não me quiser, avise, daí volto para cá. — não perde a oportunidade de brincar também.

— Sinto cheiro de mudança...vai me dizer que vai pedir a casa novamente? — ele se refere a casa que moravam antes. Sua mãe preferiu alugar.

— Sua avó disse que está vazia. O casal tem meses que viajaram e deram a notícia que talvez ficariam por lá mesmo. — comenta.

Luciano pensa em Nicoly.

— Sério? E quando irão tomar a decisão de devolver logo?

— Não sabemos.

Desce com sua mochila nas costas e prende Naabe na coleira.

— Tchau vó. — beija a testa dela. — Tchau mãe! — grita, pois a mesma ficou arrumando o quarto de cima.

— Você ainda vai trabalhar hoje? — pergunta dona Beth.

— Sim. Beijinhos.

Corre para o ponto para não perder o ônibus. Ele até queria passar na casa de sua amada, mas se lembrou que a mesma estava na escola.

💟💟💟💟

*Is 55:7:8
*Pv 7:13

Herdeira III - Meu Leão BrancoTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang