Cap.7 ❤ O inesperado ❤

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Provavelmente cansada. Daria de tudo para encontra-la e dizer que senti sua falta, mas sei que se depender dela isso nunca vai acontecer.

Maldita lei da sobrevivência.

Sei que as coisas ficaram melhores para nós dois, mesmo assim quero tê-la em meus braços.

🌸

Nicoly

"Ele disse que vocês não se falam mais e que não sabe se seria uma boa ideia vê-la."

E por que estou me preocupando com isso? Eu deveria estar dormindo agora, são tarde da noite e não consigo pegar no sono.
Deve ser porque ele está aqui: tão perto. Deve ser porque fiquei muito tempo sem vê-lo e agora que está bem juntinho, não consigo descansar. Quero saber de sua vida, aliás: de sua nova vida. Será que está apaixonado por alguém? Será que já está namorando?

Sou uma boba por continuar insistindo nesse sentimento que não vai além.

Nicoly, você vai ignorar a existência dele.

(...) 💟

Domingo: dia de preguiça.
Mas esse lema não vai funcionar comigo hoje. Acordei disposta a fazer uma limpeza geral no meu quarto.

— Isso que eu gosto de ver: disposição! — minha mãe comenta.

— Me dá preguiça só de lembrar que ele está extremamente bagunçado. — reviro os olhos.

— Quer ajuda?

— Não se preocupe. Fiquei sabendo que a senhora vai jantar com o papai hoje... quero detalhes. — brinco.

— Filha... — suspira. — seu pai sabe que eu odeio restaurante caro. Me lembro da primeira vez que fomos em um lugar extremamente chique: me senti desconfortável. — umedece os lábios.

— Acho que nunca irei namorar, pois odeio restaurantes. Não gosto muito de frequentar lugares movimentados...me dá agonia.

— Mas ontem você estava num local movimentado.

— Na presença de Deus é diferente. Com muitos ímpios é outra coisa. Vou começar agora, antes que dê preguiça.— me levanto e sigo para o quarto.

Olhei em volta e notei que seria um longo trabalho, não darei conta sozinha. Peguei meu celular...:

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Ray 🌸

< TEM COMO VOCÊ VIR AQUI ME AJUDAR??!!! É URGENTE! ACORDA!

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Sou péssima para fazer faxina, qualquer coisa que eu encontro, que nunca mais vi, fico mexendo e tentando me lembrar da origem. A pior coisa é quando encontramos papéis: queremos ler detalhes por detalhes. Principalmente se for cartinhas ou textos de desabafo.

Abri a janela e dei de cara com a casa da avó de Luciano, mas por que tenho que bater nessa direção?
Por um impulso arranquei uma folha de caderno:

📄* Você está tão pertinho de mim e eu não queria que meu coração soubesse disso. Mesmo se eu não contasse, ele sentiria sua presença. É como se fosse um sensor.
O desejo dele é ficar frente a frente contigo e dizer o quanto sentiu sua falta e o quanto que ele precisa de você para seguir a estrada da vida. Não que ele não consiga fazer isso sozinho, mas são passos imaginários que ele cria dizendo ser os seus, alegando que você está ao lado. Por favor, vem tornar realidade para que meu coração não fique se sentindo vazio. Para que ele não fique louco quando você resolver se ausentar. Por favor...vem. 📄*

Uma lágrima teimosa escorreu pelo meu rosto.

— Deus, tira esse sentimento do meu coração. — sussurro.

🌸

Narradora

Nicoly se sentia vulnerável ao saber que o amor da sua vida está tão perto. Ela queria que seu coração deixasse de hesitar e que ele esperasse ela completar a idade que a mesma decretou para tentar encontrar a pessoa certa. Mas ela nem sabe que Deus já estava preparando sua história de amor assim que Luciano apareceu. Só permitiu que algumas coisas acontecerem para que a mesma se achegasse a Ele. Criando assim, uma intimidade com alguém maior para depois assumir um compromisso maduro com o escolhido.

Luciano acordou estranho consigo mesmo: sonhou com uma jovem, mas o que mais lhe chamou atenção foi sua vestimenta. Ele não conseguia tirar os olhos dela, estava vendo um brilho diferente quando a mesma passava e se alegrou com aquilo, pois era daquela forma que queria ver sua mulher vestida.

Correu para pegar uma folha de papel e uma caneta para desenhar detalhes do que havia sonhado. Não tinha o dom para isso, mas desenhou, porque não queria se esquecer de sua amada.
Sorri ao ver o desenho concluído, saiu mais bonito do que suas expectativas.

Quem é você? — pensa ele, fitando o desenho. Pensou na possibilidade de ser Nicoly, mas não lembrava da forma que a mesma se vestia.

Guardou sua obra de arte e desceu para tomar seu café. Encontrou sua avó costurando e sua mãe de cara na televisão. Ele odiava quando a mesma perdia tempo querendo saber capítulos de novelas. Sempre desejou que a mesma parasse de se culpar pela morte de sua irmã, achando que Deus nunca a perdoaria. Ela tem um coração quebrantado, mas não dá espaço para Deus entrar e retirar toda culpa.

— Bom dia filhote? Acordou de mau humor? — pergunta ao perceber a presença do filho.

Luciano conteve a vontade de dizer algumas coisas que estavam entaladas em sua garganta, mas se policiou ao lembrar que não adiantaria, pois sua avó é contra aquilo que ele prega em relação a TV. Então, seriam dois contra um.

— Não. — sorri fraco. — É que vocês estão bem focadas...e eu não queria atrapalhar... — leva a xícara até boca, evitando discussão.

— Mas um bom dia não mata. — sua avó murmura.

O celular dele vibra, notificando uma mensagem do seu patrão. Ele dizia que a empresa estaria fechada até terça-feira devido a uma viagem que o mesmo iria fazer para resolver assuntos da empresa que está na justiça. E por conta disso, ela teria que estar fechada. Muitos funcionários ficaram aflitos, pois se ele não conseguir ganhar essa causa, a empresa será fechada e todos demitidos.

Luciano ficou em paz, pois sabia que Deus estava no controle de tudo. Se Ele fechar essa porta, abriria outra.
Seus pensamentos pousaram em sua casa e em Naabe.

— Mãe, preciso voltar. Estou muito preocupado com Naabe. — diz.

— Trás ele para cá, meu neto. — sua avó diz, enquanto costura.

— Tem certeza? Ele está enorme e a senhora não é muito fã de cachorros. — pergunta incrédulo.

— Eu sei colocá-los em seus devidos lugares. — ela diz segura. — Além do mais, aqui tem parque para ele correr, melhor do que ficar preso vinte e quatro horas dentro de casa.

Luciano não pensa duas vezes.

(...) ❤

Final da tarde...

— Naabe?! — estrala os dedos, chamando-o. — Vamos para rua amigão?! — coloca a coleira em seu cachorro. — Acho que você nem se lembra desse lugar.

Abre o portãozinho branco que tem na casa de sua avó e segue caminhando sem rumo. Seu coração acelera ao passar em frente a casa da sua amada.
Naabe avista um gato rasgando o saco de lixo. Furioso, corre atrás dele, latindo ferozmente.

— Naabe! — Luciano leva um susto e corre atrás do seu companheiro. Sem saber o que fazer, ele para e observa. Mas o inesperado aconteceu: Nicoly abre a porta de casa com dois sacos pretos nas mãos. Os olhares se encontram e uma explosão de sentimentos exala no ambiente.

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Ainda sem internet,
mas Deus vai entrar com providência 🌸

Herdeira III - Meu Leão BrancoWhere stories live. Discover now