Herdeira III - Meu Leão Branco

❤ Você me ama. Esse é o problema ❤

Nicoly ficou sem reação com o que acabara de ouvir. Pensou em todas as palavras ditas, com medo de não ser real.

— Que bom. — Luciano responde Raissa, que ficou sem graça com a quietude deles dois. — Vamos?

(...) 🌸

Ela se despede de seus pais e segue para seu quarto. Fecha a porta e fica encostada nela, pensando em tudo que havia acontecido. Por um momento pensou em não conversar, ainda tem medo de expressar seus sentimentos a alguém e se decepcionar. Fora, seu bendito propósito de 17 anos.

— Por que tenho que cumprir esse propósito? — pensa. — Não! Deixa como está.

O sono chega e antes de dormir, ela abre a bíblia e pede uma palavra a Deus. Sente-se agraciada com o que acabara de receber dos céus:

"*Portanto, queridos irmãos, eu apelo pelas misericórdias de Deus que vocês ofereçam seus corpos a Deus. Que eles sejam um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Está é a verdadeira adoração que vocês devem oferecer. Não imitem a conduta e os costumes deste mundo, mas seja, cada um, uma pessoa nova e diferente, mostrando uma sadia renovação em tudo quanto faz e pensa. E assim vocês aprenderão, de experiência própria, a boa, agradável e perfeita vontade de Deus."

Ela sorri e lembra-se do sonho que o seu Pai havia lhe dado.

— Quero te honrar em toda minha maneira de viver. — sussurra. Abraça a sua Bíblia e ali mesmo, faz sua oração: — Obrigada por tudo. Não tenho mais nada a te falar, só quero agradecer por todas as coisas. Deus, se não for da Tua vontade para que amanhã conversemos, crie uma situação. Amém.

Luciano fica pensativo em relação ao seu sonho e a menina que faz seu coração perder o controle.

— Será a mesma pessoa? — ele pensa. — Só o Senhor poderá me dizer isso.

Fita o desenho e pensa na probabilidade de Nicoly se encaixar ali.

— Se for da Tua vontade, ela vai estar naquela porta me esperando. — ele diz e guarda o papel.

Entrar em casa e estar em silêncio com sua mãe ainda o incomodava, mas ele ignorou esse fato. Não tinha mágoa e nem ódio, mas queria que a mesma mudasse esse ato.
Desce as escadas e encontra sua mãe com o rosto na janela que dava a vista para a rua. Não entendeu o que tinha para observar ali, afinal, só dava para ver outras casas.

— João quatro, dezoito. — ele se aproxima.

Ela suspira fundo e pergunta: — O que diz?

— No amor não existe medo; seu perfeito amor por nós afasta todo o medo. — cita o versículo. — Não quero interrogar suas escolhas e pensamentos, não que eu queira as coisas de acordo com minha vontade, só sei que essa culpa está te levando para um buraco profundo e se você não sair dela...ela vai te consumir, te levando a morte. Deus quer curar e te perdoar. Ele sabe que você não tem culpa de nada, por isso te chama e mesmo se você tivesse culpa de alguma coisa, continuaria te amando e te chamando para refazer a aliança. Mas isso só vai depender de você, mãe.

— Preciso pensar, filho. — uma lágrima teimosa rola em seu rosto. Seu passado vem a tona, atormentando sua mente e fazendo-a se sentir culpada pela morte de sua filha.

— Você pensa a tantos anos, mãe. — ele diz emocionado. — E quanto mais você pensa mais a culpa te atormenta. Estou tentando fazer de tudo para mudar isso, eu quero te ajudar, quero ser o que meu pai não foi para você, mas tenho que me policiar para que não dê suas crises emocionais.

— Seu pai foi um idiota. — diz com a voz embargada.

— Mas eu não sou. Ele não sabe a grande mulher que deixou para trás.