DIA 19.

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    A noite na ilha solidão é uma das mais belas que já vi, é possível ver milhares de estrelas, todas cintilando no céu, desfilando seu lume no manto escuro; entre elas, entre tantas, estava você, anjo ledo dos meus sonhos.
    Descobri que nem todos os anjos possuem asas, você é um deles, fico a me perguntar quando a verei novamente, quando os meus olhos pousaram sobre os teus negros olhos; quando por Deus, verei esses teus lábios divinamente esculpidos sobre os meus, fico a me perguntar quando a verei novamente.
    A lua toda prateada, surgiu no mais alto do céu, a dama da noite, ela desfila na passarela de estrelas cintilantes, majestosa, imponente. Lua que tantas vezes presenciou as minhas noites em claro, minhas lágrimas, meu desespero de poeta apaixonado.
    O agradável som dos seres da noite, a sinfonia de grilos cantantes, ébrios das madrugadas, e o mar com suas ondas sobre a areia, numa eterna procura de um pelo outro, essa atmosfera toda me traz recordações.

( Lembro-me, muito vagamente. )

" Itália, cidade de Roma, praça de São Pedro no vaticano, enquanto eu observava as esculturas dos santos, você então apareceu, nos trombamos naquela hora, foi de repente: no coração da fé católica, o meu coração despertou para o amor. Você tão jovem, tão bela, tão cheia de vida; caminhamos até a basílica e lá ficamos por algumas horas. A sua voz de anjo ledo em meus ouvidos, seus cabelos soltos por sobre os olhos, eu era apenas um poeta solitário, buscando no vento as minhas palavras de inspiração. Tudo mudou depois daquele dia, tudo mesmo, foi amor eu sei, um grande amor, maior do que tudo é do que todos, doces lembranças."

Para sempre vou te amar,
Com todas as forças vou te amar,
Mesmo que o sol negue sua luz,
E o luar não apareça mais,
Eu sempre vou te amar.

Saiba anjo ledo, é grandioso esse amor,
Amor que nasceu de teus olhos,
Amor que está em teus lábios,
Em cada pedaço do seu ser.

Saiba anjo ledo, Eu vou te encontrar,
Não importa o quanto demore,
Eu sei, vou te encontrar,
Juro por esse grandioso amor.

Saiba anjo ledo, que te quero tanto,
Mais do que você possa imaginar,
O meu amor é uma chama,
Que nunca vai se apagar.

    A solidão veio novamente visitar a minha alma, como eu gostaria de viver sem ter que me vestir de tristeza todos os dias, a solidão é teimosa, é pegajosa, indiferente; mas há que diga que a dor é para ser sentida, ser sorvia de um só gole, é um mal necessário.

A solidão não quer fugir de mim,
Não quer ocultar a face,
Não quer se dissipar com o vento,
Solidão que não se desfaz nos pensamentos.

    A solidão transforma possibilidades em realidades, muda a essência das coisas, faz o que bem lhe apraz. Por esse motivo sou amante da solidão, confessando toda a minha penúria, toda a minha angústia, todo o meu desespero, a dor latente por trás do silêncio de cada olhar, em cada sorriso existe um peso da minha solidão.
    O meu tipo de solidão é aquela que se dá em meio às multidões, essa é a minha realidade diária, não sou o que eu demonstro ser, não sou aquilo que as pessoas pensam que sou, minha alma poética vive jogada nesse mundo de horrores, neste mundo de pessoas sem sentimentos, pessoas cheias de rancor, e, vazias de amor, sou apenas um reles poeta que o mundo desprezou.


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