DIA 12.

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    Impaciente o meu coração bate nesse desventurado peito, em desespero ele bate de forma desordenada, freneticamente ele flagela minha alma, em constante descompasso. Os dias são tristes e o céu hoje está com nuvens pesadas, o sol esqueceu-se de brilhar, e no delírio de uma tristeza profunda, ele vaga pelo véu, errante e sem destino, caminhando sem direção, passando por todos despercebidos, assim como eu nesta ilha desabitada.
    Sou apenas uma sombra esquecida nesta terra de ninguém, ando de um lado para o outro, sem ter para onde ir, sem ter com quem conversar, apenas caminho até doerem meus pés, sou essa sombra esguia a beira da praia.
    Felicidade é só uma palavra, nada mais, é tolice crer na existência da felicidade, o melhor a fazer é desprezá - la, afinal, a dor deve ser sentida, essa fera ferida, que machuca sem a vermos, que se projeta no mais profundo da alma, esta, por sua vez cheia de dor e medo; cheia de tudo: fantasma da solidão.
    Estou cansado, deveras cansado de tudo e de todos, eu que inúmeras vezes fui ridicularizado, eu que tantas vezes fui desprezado, eu que tantas vezes fui incompreendido, considerando um ridículo, um idiota. Todos os dias minha alma grita dentro de mim, a dor é grande, quase insuportável, mas não há o que fazer, não há quem possa ajudar, me distanciei de tudo e de todos, me tornei como uma ilha, Somos todos uma ilha, e neste inferno verde, tudo parece perfeito demais.

Espumas das ondas,
A deitarem na areia fria,
Minha imagem esquia,
Vinda de muitas vidas.

O sol desperta no horizonte,
Risca o seu de vermelho,
A face da água um espelho,
Refletindo a minha alma descontente.

Todos nós somos uma ilha,
Somos todos filhos da solidão,
Caminhando sem direção,
Tendo a tristeza como trilha.

Risco neste diário,
Meu coração em agonia,
Esta terra tão vazia,
Tão cheia de delírio.

A minha poesia desfalecida,
Nascendo neste peito aedo,
O reflexo de um coração esquecido,
Preso no próprio medo.

( considerações a respeito do amor )

    O amor é este sentimento confuso e complexo, é este sentimento completamente sem definição, mas uma coisa é certa; a de que ninguém no mundo consegue viver sem este sentimento, nossa vida toda gira em torno dele e para ele. O amor é este sentimento maravilhoso, que nos arrebata todos os sentidos, que nos convida a caminhar por estradas sem destino certo.
    O amor é o sonho de todos os poetas, na sua grande maioria sempre buscando compreender o que é amar, certamente que é uma busca em vão, mas o coração desconhece os limites, desconhece as regras, desconhece os tempos, enfim, o amor é um guia cego e louco.

Sei que vou amar,
Por toda a vida amar,
Ainda que doa amar,
Sei que sempre vou te amar.

    O amor é aquele sentimento que dá vista aos que são cegos, e cega os que dizem enxergar, a ótica do amor é diferente de tudo o que conhecemos, o amor trabalha de forma diferente, não há no mundo sabedoria que poderá desvendar e descobrir os insondáveis mistérios do amor. O amor é simplesmente maravilhoso, e simplesmente impiedoso, o amor é uma escravidão voluntária, necessária a todo ser humano. Quem ainda não se entregou as correntes deste sentimento, um dia com toda a certeza irá se entregar. O amor busca corações sinceros, íntegros, dispostos a se entregarem sem medo e sem reservas, o amor busca incansavelmente a quem possa abriga-lo, busca na terra do nosso coração sua morada permanente.


DIÁRIO DA SOLIDÃO. Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang