Psicólogos e seus Problemas

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Psicólogos e seus Problemas

Durante alguns minutos, minha mente pareceu pairar longe. Desde que descobri que Susan e Paul não eram meus pais biológicos, secretamente sonhava em encontrá-los. E fiz o que estava ao meu alcance para isso. No entanto minha progenitora, apesar das diversas ligações que troquei com ela, nunca manifestou interesse em me conhecer. Na verdade durante os telefonemas, fazia questão em deixar claro, que eu nunca pertenci a ela. Tudo que ela me contou sobre meu pai, foi que era um carinha que conheceu num verão, ela nem quis me dizer seu nome, na verdade pensei que nem ela tivesse ideia de quem fosse, jamais imaginei que poderia encontrá - lo.

No entanto ele estava ali, cabelos castanhos na altura do queixo, olhos estreitos de um azul claro intenso, que agora, estavam um tanto marejados pela emoção. Joseph olha para nós dois e se aproxima de mim, me enredando num abraço, apertado, caloroso. Sinto um sentimento esquisito, mas bom ao mesmo tempo e retribuo o abraço.

— Meu filho. - Ele sussurra antes de se afastar e em seguida abraça Derek, que permanece estático, com cara de pouco gosto, Joseph percebe e logo finda o abraço um tanto encabulado.

— Bom, então acho que é isso. Eu preciso ir para empresa, revisar uns contratos. - Fala Derek, tentando mascarar a emoção.

— Eu pensei que pudéssemos sair, conversar, tomar um café ou uma cerveja. Conversar um pouco, temos muitos anos de conversas atrasadas. - Fala Joseph com um sorriso cativante.

— Eu voto na cerveja. - Digo com certa empolgação.

— Bom vão nessa vocês, eu realmente preciso ir trabalhar. - Ele fala.

— Derek? Qual é? Tenho certeza que esses contratos podem esperar até amanhã. - Falo o encarando.

— Não, não podem Noah. Você sabe que estou desfazendo a sociedade, tenho muita coisa para resolver. - Ele diz secamente.

— Okay então. - Concordo, vendo que não mudaria de ideia.

Me despeço de Derek e vou até o estacionamento com Joseph. Ele acende um cigarro e eu peço um, ele me alcança a carteira olhando intrigado.

— Você fuma?

— Só quando ninguém tá olhando. Eu tô tentando parar. - Digo acendendo o cigarro.

— Eu também, há uns dez anos. - Ele ri. _ Aquele é o meu carro. Na verdade não é meu é alugado, mas eu tenho um do mesmo ano em casa.- Ele fala com certo orgulho.

— Dodge Charger 1970? Um clássico. - Digo passando os dedos pelo capô.

— Lindo não é mesmo?

— Maravilhoso, eu tinha um Corvette 67, era meu bebê.

Seguimos para um barzinho no centro. Durante o percurso, falamos sobre carros, motos, bandas de rock clássicas e depois de duas cervejas já estávamos rindo, contando histórias engraçadas, um pro outro.

— Pois é, ai eu estava num casamento no Hawaii, com uma puta dor de barriga. Então, fui ao banheiro e quando já tinha descarregado todo o "barro", notei que estava faltando papel higiênico. Então pensei: O que eu faço? Não posso chamar ninguém... Já sei vou lavar a poupança na pia e depois eu me enxugo. Ok, mas eu não contava que a pia ia quebrar com meu peso, a bendita caiu no chão, bati a cabeça e desmaiei. Resultado, desmaiado, bunda suja, e não saia do banheiro. O pessoal arrombou a porta e metade da festa me viu naquela situação. Nunca mais piso no Hawaii. - Ele conta e eu caio na gargalhada.

— Nossa, é essa foi a pior vergonha, você venceu. Eu enterraria minha cabeça na terra se tivesse passado por isso. - Falo ainda sem conseguir parar de rir.

Minha vida em pequenas Escalas  [COMPLETO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora