Pais, filhos e Confusões

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Pais, filhos e confusões.

Dois dias se passaram desde o incidente na festa, e meu primeiro aparecimento na sociedade de Roma foi em revistas de fofocas arrancando uma grávida enfurecida de cima de outra mulher. Eu nem preciso dizer que foi o maior fiasco, por sorte, ninguém na minha empresa se importava em ler revistas sobre a alta sociedade italiana, mas Derek não gostou nada do incidente e ao que tudo indica, sua sociedade com Alicia estava prestes a acabar.

Chego em casa e há um jardineiro novo cuidando do jardim, aceno com a cabeça e entro em casa, coloco Emma no tapete na frente da tv, vou até a cozinha, preparo um sanduíche, pego uma cerveja e quando retorno a sala, o tapete felpudo de Derek está vazio.

— Emma? - Olho pros lados sem entender, afinal, ela ainda não anda, nem gatinha..

Vou até o quarto do Derek, na esperança que ele tenha chegado e pego minha filha, mas ainda está vazio.

Volto para sala correndo dou mais uma olhada rápida sentindo meu peito acelerar.

— Emma? Emma cadê você? - Vejo a porta de entrada aberta e saio correndo pro quintal e para frente da casa, não há ninguém na rua. Volto para dentro varrendo o ambiente com o olhar e nada.

— Meu Deus, cadê a Emma? - Volto a olhar pela casa, já desesperado e lembro do jardineiro, saiu no quintal e vejo o cortador de grama e uma caixa de ferramentas, mas nem sinal dele.

Começo a caminhar pelo jardim e nos fundos avisto o jardineiro caminhando com Emma dos braços, próximo a um carrinho de mão repleto de materiais de jardinagem. O sangue me sobe a cabeça e na minha mente, tudo que paira são os casos mais escabrosos envolvendo crianças retratados nas páginas dos jornais.

— Emma! - Grito e corro na direção deles, e já chego arrancando Emma dos braços dele, ele resiste lhe acerto um soco no queixo, Emma berra desesperada enquanto o cara cambaleia e quase cai com a força do impacto, e eu a aconchego em meu peito. Acerto mais um chute, o afastando de nós. Coloco Emma em segurança sentada atrás de mim, no chão e pego uma pá e me ponho em posição de defesa.

O homem levanta com o rosto sangrando devido a um corte no supercílio e avança na minha direção, gritando algo que não entendo, estou pronto para acertar - lhe com a pá quando ouço um grito, que me faz parar o ataque e sou derrubado no chão pelo jardineiro que me acerta, fazendo - me perder as forças. A última coisa que vejo é a imagem embaçada de Emma chorando.

Quando desperto, estou no meu quarto e aos poucos vejo a imagem de Derek, sentado na poltrona ao lado da cama.

— E ai cara? - Diz ele com cara de cansado.

— Cadê a Emma? - Levanto já em desespero sentindo meu peito palpitar.

— Calma, ela está com a Vick. Aconteceu um mal entendido. - Ele diz levantando as sobrancelhas.

— Mal entendido? Aquele cara tava tentando sequestrar a minha filha! - Esbravejo irritado.

— Não Noah, ele é sobrinho do jardineiro, tem problemas mentais. Clay foi buscar adubo pras plantas e se distraiu dele, ele pegou a Emma, ele gosta de bebês é inofensivo, não ia machucar ela. Você chegou batendo nele, ele se defendeu. Eu sei que você deve ter ficado apavorado, mas precisa deixar de ser tão impulsivo, podia ter matado o cara com aquela pá.

— Derek quando um estranho, tirar sua filha de dentro de casa, e se recusar a entregá-la você pode vir me falar sobre impulsividade. - Digo me levantando, com uma dor de cabeça terrível. Me olho no espelho e tenho um hematoma próximo a tempora, esfrego os olhos e vou até a sala. Emma está brincando com seus bichinhos enquanto Vick prepara alguma coisa na cozinha. Pego minha filha e a abraço forte, como sempre ela protesta. Beijo sua testa e só de me lembrar do desespero que senti me rendo às lágrimas.

Minha vida em pequenas Escalas  [COMPLETO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora