A namorada do meu Irmão

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A namorada do meu irmão

Estima - se que 1 em cada 85 gestações seja de gêmeos, em caso de gêmeos idênticos, como Derek e eu, essa porcentagem beira em torno de 15%, das gestações gemelares anuais. Um número bem insignificante se considerar a quantidade de pessoas que nascem todos os anos. Isso acontece quando um zigoto sofre uma mutação e se divide em dois, criando uma cópia idêntica dele mesmo. Seriam como clones perfeitos, se não fosse o milagre do útero, que faz com que cada um deles adquira características e impressões digitais únicas.

Através dos tempos gêmeos foram vistos de diversas formas, por diferentes culturas, mas a maioria esmagadora dos povos antigos, preferia esmagar a cabeça ou abandonar em campos os nascidos duplicados. Com a evolução, gêmeos e sua raridade passaram a ser sinônimo de alegria e boa sorte, isso se você não for filho de uma jovem, desempregada e viciada em drogas. Ai a suas chances de ser dilacerado antes mesmo de nascer, crescem consideravelmente caso tiver um companheiro, na viagem rumo ao nascimento.

Por algum intempérie do destino, Derek e eu fugimos das estatísticas do Canadá, quanto a crianças não desejadas e para nossa "sorte", fomos entregues a pessoas que não pretendiam vender nossos órgãos.

Eu odeio admitir, mas depois de conhecer nossa mãe biológica, passei a achar Susan, minha mãe adotiva, menos ruim no quesito maternidade. E também devo confessar, que ter um irmão, sempre foi um desejo, (que novidade Noah, toda a criança pede um irmão, até descobrir o porre que é, e passar a torturá- lo, dizendo que foi encontrado numa lixeira, para descontar a frustração da aparente predileção dos pais pelo caçula) e quando aos 19 anos descobri que tinha um irmão, tudo que poderia querer, era conhecê - lo e estar com ele. Demorou alguns anos até o primeiro encontro, mas depois de milhares de ligações, videochamadas e agora, finalmente, depois de quase vinte quatro anos, estávamos juntos.

De quebra eu ganhei uma cunhada, (não que ela admita isso), que mesmo não sendo oficial e eu não tendo gostado muito da srta Victoria no início, depois de quase dois meses em Roma, eu tinha aprendido a apreciar a companhia dela.

Diferente do Derek, ela não tinha aquela pinta de empresário responsável, seus filtros não eram tão sensíveis, como boa parte das garotas, que ficaria irritada e incomodada com minhas zoações ou comentários maldosos. E o fato dela parecer preocupada com Emma e minha bebê ter simpatia por ela, fez com que ganhasse pontos no meu ranking.

— Nossa meus pés estão me matando, minha pele está manchada, minhas costas doem e meu cabelo está caindo porque eu não consigo ser diva igual as grávidas da TV? - Ela reclama se sentando no sofá.

— Talvez por que você esteja grávida de verdade e não com uma barriga de isopor. - Relaxa você ainda tem meses pela frente, só vai piorar. - Digo e ela me faz uma careta.

— Achei que seria mais fácil. - Ela fala alisando a barriga.

— Eu também. - Digo olhando para Emma, sentada no tapete felpudo. _ Vick, agora que a gente não se odeia mais tanto eu posso te fazer umas perguntas?

— Sobre? - Ela questiona curiosa.

— Sobre o cara que nós dois amamos. - Digo sentando ao lado dela.

— Aiaiai. - Ela diz se retraindo um pouco.

— Primeiro eu queria te pedir desculpas por ter te julgado, sem te conhecer direito, mas você tem que admitir que eu tinha motivos para isso. - Explico.

— Argumentação válida. - Ela diz concordando.

— Então... Quais são suas intenções com meu irmão? - Pergunto sério e ela solta uma gargalhada.

Minha vida em pequenas Escalas  [COMPLETO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora