Capitulo 2

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Luciana

Entro no ônibus e infelizmente não tem nenhum lugar sobrando. – Para mim não é novidade. - E mais uma vez estava eu lá testando meu domínio em equilíbrio, é, porque andar em pé no ônibus tem que ter muito equilíbrio.

 O motorista anda parecendo que esta carregando um bando de animais. - Pode acreditar não exagerei. - É Verdade. Faz as curvas de uma vez só.  Ai se você não estiver se segurando firme, você cai em cima de quem está mais próximo de você. E sim, Já aconteceu isso comigo. Por isso falo com tanta precisão, e a cada dia fico mais experiente em equilíbrio. E hoje com certeza não será diferente.

 De onde moro até onde fica a clínica é uns trinta minutos, quando o "buzu" não tem que parar em todas as paradas. Estava faltando umas cinco paradas para eu descer, quando de repente o ônibus para bruscamente. A freada foi tão brusca, que quando vi já estava em cima de um homem.  E para piorar a situação, tinha que ser no homem mais feio e fedido que estava ali. Sem contar que ele achou o máximo o fato de eu estar em cima dele. – Arghhh, raiva.

O motorista desce, dá uma olhada fala ao telefone e logo volta avisando que o ônibus quebrou, e que logo um outro viria... Podia ficar pior? Acho que não.

Olhei o relógio, e vi que as horas estavam passando, e resolvi que ficar ali esperando ia ser pior. Então resolvi ir andando. Com certeza chegaria mais rápido. Andei, andei e andei. Já estava me arrependendo da decisão de  andar, até que resolvi perguntar a alguém se já estava chegando.

-Moço  -Digo esbaforida.chegando perto de um moço que estava passando ali próximo - O senhor pode me dizer, por favor, se falta muito para chegar à clínica odontológica "Seu Sorriso"?

- Sim, ficam dois quarteirões daqui. – disse ele demonstrando um leve sorriso.

- Muito obrigada. – Disse fazendo uma careta. Na verdade quase não consegui agradecer. Queria mesmo era chorar. - Dois quarteirões? Só Jesus na causa mesmo.

Quase desisti. Já tinha andado tanto, já estava suada e cansada. - Eu falei que acordar com um galo cantando não é legal. - Mas continuei minha caminhada. Na verdade estava mais para corrida, porque estava praticamente correndo por causa do horário. - Não sei se já falei aqui, mas tenho um grande problema com meus pés. Muitas vezes eles têm vida própria. E geralmente resolvem usar dessa vida quando eu mais preciso deles.

Olhei no relógio em meu pulso e acelerei mais ainda meus passos. - Preciso chegar no hora... – Antes de concluir meu pensamento, me vejo caída no chão. E como se não bastasse o azar, percebi que cai em uma poça d'água. – Merda. -  Eu sei que parece cena de filme, mas não é. É a minha vida... Super real. Olhei para um lado, depois para o outro e Levantei- me do chão. fiz de conta que não era comigo e continuei andando..

Estava quase chegando na clínica, e sei que meu estado estava lastimável. Onde meus olhos puderam alcançar, vi que, minha calça estava suja, um pouco molhada. E o cabelo? – Vai saber.

 Mas de uma coisa estava certa. Eu não podia desistir. Agora era pedir a Deus, para que o tal Daniel, esteja de bom humor e me dê à chance de explicar a grande tragédia antes de me julgar.

Não sei nada sobre esse Daniel. A única coisa que sei, é que ele é dono da clínica e que o humor dele muda igual à gente muda de roupa. Sei que é bastante exigente também. Só de ele relutar um pouco em querer me entrevistar, por não ter atuado ainda por um tempo como experiência, e sim só ter estagiado, já me dizia o quanto eu teria que me esforçar e mostrar serviço.

Ainda bem que arrumei uma amiga. Acho que ela foi com minha cara. O nome dela é Clara.  A secretária  para quem entreguei meu currículo. Nós conversamos bastante e ela me deu maio força, acredito que tenha falado como sou gente boa. - no bom sentido da palavra, é claro. - Entrei na clínica atropelando tudo. Já se tinha passado quinze minutos do horário marcado e logo avistei minha nova amiga.

Seu sorriso  ( Degustação)Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon